CAPÍTULO 14

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       No dia seguinte, acordei disposta a contar tudo para Peter, não havia mais porque esconder meus sentimentos se eles eram tão óbvios

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       No dia seguinte, acordei disposta a contar tudo para Peter, não havia mais porque esconder meus sentimentos se eles eram tão óbvios. E eu realmente teria feito isso, se tia Bertha não tivesse aparecido na porta do meu quarto quando eu já estava pronta para ir trabalhar.

       — Douglas passou mal essa madrugada, preciso que leve ele no hospital.

       O sorriso que mantive no rosto enquanto me arrumava se desfez na hora.

       — É muito grave? Ele pode descansar em casa — sugeri.

       Embora eu quisesse muito conversar com Peter, também tinha o fato de que precisa ir para o trabalho. Thomas não ia gostar se eu chegasse atrasada de novo.

       — Ele passou a madrugada inteira vomitando. Isso é grave o suficiente para você? — senti aquelas palavras como um soco no meu estômago.

       — Ok, eu levo ele. Só preciso avisar meu colega de trabalho que não irei hoje.

       A mulher assentiu satisfeita e se retirou.

       Thomas iria me matar? Provavelmente, mas pelo menos dessa vez eu não estava dando uma desculpa qualquer. Se ele quisesse fotos comprovando que fui ao hospital com meu primo, eu mandaria.

       Peguei meu celular e digitei palavras apressadas enquanto saía de meu quarto. Acabei até escrevendo "doentre" sem querer, mas Thomas iria entender.

       A resposta dessa vez não foi um "tudo bem, deixa que eu cuido de tudo". Thomas me pediu para recuperar as horas perdidas, pois eu precisava fechar as quarenta horas semanais para receber meu salário completo. Eu não reclamei, pois não estava no direito de fazer tal coisa. Combinei de aparecer na cafeteria no fim de semana, que normalmente era minha folga.

       Quando desci, encontrei um Douglas pálido e abatido me esperando. Ele estava realmente muito mal. Peguei a chave do carro dele no aparador próximo à entrada de casa e passei pela porta da garagem, que ficava ao lado. O garoto me seguiu sem falar nada, devia estar sem forças.

       Entrar no carro me trouxe uma sensação estranha, fazia tempo que eu não dirigia. O carro de Doug era manual, o que não ajudava muito, pois minha memória falhava no quesito marchas. Eu sabia que precisava pisar na embreagem para ligar o carro, mas e depois?

       Douglas deve ter percebido minha confusão, pois, com a voz fraca, me alertou:

       — Liga o carro e engata em primeira.

       — Ah, sim — respondi logo fazendo o que ele falou.

       Ao girar a chave, senti o carro começar a tremer, evidenciando que estava ligado. Com o controle, abri o portão da garagem e engatei a marcha em primeira, arrancando para o lado de fora.

Flecha de Cravos que Propagam o Fogo (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora