Feridas do Passado

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Estava sentado na minha cadeira olhando a chuva cair do lado de fora. Só conseguia pensar no que tinha acontecido ontem a noite.

O celular tocou me assustando.

- Senhor, ela ainda está na casa dos tios. Quando sua esposa sair vou segui-la até a empresa como o senhor orientou.

Pelo menos isso.

- Ok. - desliguei a chamada e me sentei no sofá.

Acordei essa manhã com uma dor de cabeça horrível. Procurei Mariana na cama mas ela não estava, corri desesperado até o seu quarto, estava tudo arrumado.
Andei pela casa e não havia nenhum sinal dela. Peguei o celular em cima da mesinha de cabeceira e vi que haviam várias mensagens, li primeiro a que Mariana havia me enviado " Fui a casa do meu pai, vamos a casa da minha tia. Talvez eu chegue mais tarde". As mensagens seguintes informavam que ela tinha chegado a casa do pai de táxi e que eles a vigiariam no seu percurso de volta a empresa.

Li a sua mensagem novamente, seca. Apenas o necessário, não parecia a Mariana que eu conhecia que havia mandado aquela mensagem. Fechei os olhos me lembrando do que tinha acontecido na noite anterior.

Eu tinha saído da empresa logo depois de Mariana. Peguei meu carro no estacionamento, dirigi pela cidade até que tive uma ideia, lembrei do dia do nosso jantar e quiz fazer uma pequena surpresa levando para casa a sobremesa que ela havia gostado tanto. Me lembrei da sua cara de felicidade ao comer aquele tiramisù, queria impressiona-la.

Dirigi até o restaurante de um amigo meu. Era um lugar conhecido mundialmente por sua sobremesas maravilhosas, alguns minutos depois eu estava em frente ao restaurante estacionando o meu carro. Entrei e encontrei a hostess recepcionado um casal, aguardei até que ela voltasse.

- Boa noite senhor. Seja bem vindo ao Sensationnel, deseja reservar uma mesa? - falou sorridente.

A hostess era uma mulher alta e bem vestida com sorrisso bonito.

- Essa noite não. Gostaria de falar com Valentin, diga a ele que Diogo de Castro está aguardando.

- Um momento senhor.

Ela saiu. Momentos depois Valentin apareceu, ele estava vestido normalmente eu sempre costumava vê-lo com sua roupa de chef.

- Diogo, a que devo a honra? - brincou.

Depois me abraçou rapidamente.

- É sempre um prazer Valentim, como estão os negócios?

Caminhamos para dentro do restaurante e nos sentamos nas baquetas do bar.

- Indo de vento em popa, amigo. E o que te trás aqui?

Deu um olhar ao redor. O restaurante estava lotado.

- Preciso que você prepare o melhor tiramisù que conseguir. - falei desviando o olhar, não queria que Valentim começasse com a mesma história de paixão que Fernando.

Ele me analisou.

- Ah, entendo. Jantar romântico meu amigo? Soube que você se casou a pouco tempo, quer fazer média com a patroa?

Ri da sua sugestão. Eu queria agradar Mariana por que sabia que ela teria um dia ruim amanhã.

- Mais ou menos isso. Você pode se apressar? Minha esposa está esperando em casa. - falei olhando as horas no relógio, não queria demorar.

Ele levantou.

- O que o amor não faz meu amigo? Um dia desses estava por aí pulando de cama em cama. Agora você tem uma esposa te esperando em casa. Vou fazer o que você pediu em homenagem a mulher que te tirou da devassidão.

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