Escolha Perfeita

Namorados

Estava sentado no sofá lendo um jornal quando escutei os gritos de Mariana.

- Diogo? O despertador não tocou, me espera um pouco estou  arrumando o meu cabelo.

Escutei seus passos descendo a escada.

- O que... o que você pensa que está fazendo? - ela questionou, me olhando. Estava usando uma camisa meio desgastada e minhas calças de moletom.

- Lendo um jornal. - falei como se estivesse explicando a uma criança.

- Isso eu estou vendo. Quero saber por que você não me acordou, e por que está vestido assim?

Ela riu da minha roupa. Olhei para minha camisa, tinha comprado em um show de rock a alguns anos atrás, é claro que  já tinha visto dias melhores, mas não iria me desfazer dela.

- Não gostou? Eu desliguei o despertar, achei que você precisava dormir um pouco mais, agora tira a essa roupa formal e vista alguma coisa bem confortável vamos ter uma pequena comemoração hoje.

Ela se sentou ao meu lado.

- Pequena comemoração? - perguntou curiosa.

Ela enfiou o dedo no pequeno furo na gola da camisa, deu um pequeno tapa em sua mão.

- Não acredito que você esqueceu, não sabia que minha namorada era tão insensível. - fingi estar indignado.

Flashback:

Há um mês eu tinha pedido Mariana em namoro. Cheguei em casa a noite depois dela, comprei uma caixa de chocolates  e um buquê de rosas. Bati na porta e  Mariana atendeu, depois ficou me olhando como se eu estivesse louco.

- Senhora Castro. Eu soube que seu marido não está em casa. Eu queria confessar que tenho nutrido sentimentos românticos pela senhora, gostaria de saber se é meramente platônico ou se a senhora sente algo por mim.

Ela entrou na brincadeira.

- Receio que não meu caro, tenho sentido algo bem próximo a paixão romântica por ti.

Ela me puxou e eu tranquei a porta.

- Então não seria loucura da minha cabeça perguntar se a senhora a aceita esse pobre tolo como seu namorado.

Ela me olhou surpresa.

- É serio? - acenei com cabeça- Eu aceito Diogo.

Sorri e a beijei.

Agora ela me olhava atentamente, se levantou  fingindo estar séria.

- Eu não sou insensível. - fez um biquinho fofo.

Puxei ela para mim.

- Não é? Então vai dizer que não esqueceu o nosso aniversário de um mês de namoro. - beijei sua bochecha.

Ela enfiou a mão por baixo da minha camisa.

- Não esqueci. Só não sabia que se comemorava
um mês de namoro. - comentou passando a mão pelo meu peito.

Talvez não. Também não sabia ao certo, mas queria comemorar com Mariana, afinal ela era a minha primeira namorada. Desde a minha volta daquela viagem, comecei a aceitar que estava  apaixonado por ela. Isso era tão novo para mim, tinha medo de me envolver, mas decidi arriscar por Mariana.

- Nós vamos comemorar. Faça exatamente o que eu te falei. Depois desça e venha tomar café da manhã comigo. - deu uma pequeno empurrão nela, que saiu apressada.

Coloquei o jornal em cima da mesinha. Fui a cozinha e arrumei os últimos detalhes, escutei alguém pigarriando atrás de mim.

- Bom dia seu Diogo, só vim avisar que já estou de volta ao trabalho.