35 | DE REPENTE... PAI?

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𝐴𝑋𝐿

Minha perna tremia e meu pé provocava um barulho contínuo no chão do laboratório. Já haviam se passado duas semanas desde que fizemos o exame de DNA, e o resultado poderia sair a qualquer momento. E, sinceramente, não sei se estou mais nervoso pelo resultado ou por estar junto da banda e Erin depois do que pareceu anos de distância.

Eu não evitei e decidi contar a todos sobre a ideia do teste de paternidade. Steven, obviamente, ficou puto, não que eu esperasse uma reação diferente, mas, desde então, ele se recusa a olhar nos meus olhos.

"Você pode parar?" Erin olha em direção ao meu pé e eu me ajeito na cadeira.

"Desculpa." Sinto o ar quente sair pela sua respiração pesada.

Viro-me para trás e Steven está escorado na máquina de lanches, encarando o chão. Big Lilly não saiu do lado dele, a cada cinco minutos o questiona garantindo que não precise de mais um copo d'água. Ela não falou mais comigo desde aquela noite, mas não a culpo. Steven é de longe a coisa mais preciosa na vida dela, e com certeza não queria pensar que esse filho não fosse dele.

Um barulho chama a atenção de todos os olhos que estavam no laboratório, me viro novamente e Duff está sendo carregado por Slash.

"Vocês poderiam fazer silêncio, por favor?" A secretária pede, fuzilando os dois com o olhar. Duff tenta responder, mas só saem palavras misturadas da boca dele.

"Shhh!" Chloe pede, mas acaba soltando uma risada fraca. Izzy se levanta e vai ajudar a manter Duff em pé.

"Quantos quilos você engordou na última semana?" Pergunta Izzy passando o braço do loiro pelo seu pescoço com dificuldade.

"90% do peso dele tá no pescoço." Slash responde, descontraindo.

"E os 10% que faltaram, tá nessa giromba que eu carrego no meio das pernas." Duff finalmente diz uma frase inteira. Um silêncio adentra a sala e a secretária levanta o olhar, direcionado fixamente para o loiro.

"Me desculpem, mas eu vou ter que pedir para o senhor se retirar. Você pode me acompanhar, por favor?" A mulher contorna o balcão sem demonstrar nenhuma expressão, ela vai até à girafa ambulante e o arrasta até o final do corredor.

Todos observaram a cena em silêncio, até nossos olhares se cruzarem e nós não seguramos o riso. Até mesmo Izzy, cujas únicas palavras que saem dele são 'sim' e 'não' – e às vezes um 'vai tomar no cu, Axl'-, abriu um sorriso.

"Nunca passou pela sua cabeça?" Pergunto baixinho para Erin, torcendo que ela respondesse, mas também com medo dela ter escutado.

"Do que você está falando?" Seus olhos continuam fixos no corredor na nossa frente, e sua postura está perfeitamente ereta com os braços cruzados à frente do corpo.

"De esse filho ser meu." Digo sem constrangimento e noto seu maxilar contrair "Ah, você não pode negar." Percebo a introversão e dou sorriso amarelo, dando um leve empurrão nela e fazendo nossos ombros chocarem.

"Não." Foi a única palavra que ela disse. Meu sorriso se desmanchou e eu voltei a minha cadeira, onde eu estava sentado.

"Você tem certeza?" Insisti. Me inclinei um pouco mais perto, duas cadeiras de distância entre nós não facilitam muita coisa "Quero dizer... Nós não transávamos diariamente, deve ter havido um intervalo e..." Erin finalmente fitou-me, mas então percebi que preferia que ela continuasse como antes, sem olhar na minha cara.

"Axl, por favor." Disse entre os dentes, encarnando-me como se eu fosse algum tipo de demônio com chifres. Que ironia eu pensar nisso logo quando estou esperando o resultado de um teste de paternidade.

ISABELLAOnde histórias criam vida. Descubra agora