𝐴𝑋L
"Você não tem cara de ser a 'chefia'." Afirmei e ela me encarou colocando a mão na cintura.
"Então estamos empatados, porque você não tem cara de fazer tanto drama ao ponto de acabar um show na metade." Erin deu uma piscada e tirou o cigarro que estava na minha boca dando uma profunda tragada.
"O que uma boa moça faz pelos becos de Los Angeles?" Questionei.
"E eu tenho cara de boa moça?" Ela perguntou como se a resposta fosse óbvio. Na verdade, ela não tinha mesmo, sua jaqueta de couro combinava perfeitamente com seu cabelo bagunçado "Eu sou mais uma jovem que fez o seu psicólogo precisar de um psicólogo."
Começamos a andar pelas ruas de Los Angeles, admirando a noite estrelada que nos propunha uma doce brisa de verão.
"Depois de meus pais terem uma relação nada duradoura, eu me mudei para a casa do meu pai. Minha vida era baseada em mulheres desconhecidas andando pela casa e drogas e restos de bebidas espalhados por todos os cômodos." Escutava minuciosamente Erin.
"Como nada é para sempre, a minha presença na minha casa também não era. Chegou o dia que tomei a melhor decisão da minha vida, ir embora. Hoje em dia eu não tenho um lugar fixo, apenas alguns clientes frequentes." Concluiu.
"Você não se arrepende?" Perguntei e ela soltou uma gargalhada "O que foi?" Ri junto com ela.
"O arrependimento é inevitável, mas uma hora a dor vira lembrança." Erin parou por alguns segundos me analisando dos pés a cabeça, logo voltou para sua expressão normal e continuamos andando "E você, senhor..."
"Axl Rose." Completei a frase "Minha história não é muito diferente. Meu pai abandonou eu e minha irmã quando éramos muito pequenos, minha mãe colocou um filha da puta dentro de casa que agredia todos nós. Consegui me livrar daquela casa assim que fiz 17 anos, hoje eu só guardo resquícios de um termino de namoro."
"Sabe, senhor Axl Rose." Soltou a fumaça de seu cigarro "Eu sinto como se fôssemos injustiçados, na verdade eu tenho certeza, todos a nossa volta nos julgam enquanto nós tentamos dar um rumo no fodido e constante inferno que vivemos."
Erin estava me fazendo ter um olhar diferente das coisas. Um olhar que nunca tinha permitindo-me enxergar antes.
"Eu sentia que minha vida estava tomando um rumo, mas ela me largou." Cocei a nuca observando nossos passos.
"Você pode parar?!" Erin me segurou pelos braços "Até quando ficar choramingando por ela?"
"Você quer que eu esqueça ela como?" Dei uma passo para trás.
Erin me puxou pelo blusa selando nossos lábios, um beijo quente e demorado com um gosto de cigarro.
"Você é completamente louca!" Me separei do beijo segurando em sua cintura.
"Você quer ser grande ou você quer ser mais um esquecido no meio da multidão?" Ficou na ponta dos pés para cochichar em meu ouvido. Erin alimentava cada vez mais meu desejo de me tornar egrégio, era como se ela tivesse me conhecesse a anos.
Erin me puxou pela mão correndo pela avenida da Sunset Strip. Não sabia para onde exatamente estávamos indo mas era tudo tão excitante ao ponto de nem me importar mais.
Depois de virarmos em milhares de esquinas chegamos em um edifício escuro e coberto de pichações. Olhei para cima impressionado como aquele lugar ainda estava de pé. Os morados daquele prédio desconheciam janelas, eram buracos cobertos por papelões sujos ou pela metade.
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ISABELLA
FanfictionAos 19 anos, Isabella viajou para os Estados Unidos na intenção de ampliar seus horizontes. A jovem estudante de moda e apaixonada por arte, cruza seu caminho com o ruivo do rock conhecido pelo seu histórico conturbado. Se relacionar com Axl Rose n...