Capítulo 2

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Alia Delacroix

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Desbloqueei o celular reparando no horário e percebi que já passava da uma da manhã. O show acabou, mas ainda sentia a energia por todo o corpo, como se ele ainda estivesse em êxtase, as pessoas se retiravam aos poucos e isso diminuiu o aglomerado. Marie estava sentada na calçada, as pernas esticadas sobre a rua e o rosto apoiado nas mãos com o cansaço nítido, sentei ao seu lado passando as mãos pelos fios que caiam da minha franja. Ela encostou a cabeça no meu ombro.

— Vamos fazer o que agora? — perguntou mantendo os olhos fechados, a voz extremamente rouca.

— Pra casa? — rebati e notei uma careta se formar na feição dela.

— Não quero ir pra casa! — reclamou. — Podíamos sair? Sei lá, ir comer? Minha barriga está pedindo por isso! — Disse levando as mãos ao estômago. — Ou melhor, podemos ir a uma balada! — o sorriso dela alargou retornando a animação, como se todo o cansaço desaparecesse em um piscar de olhos. — Vamos! Vai ser divertido e para fechar a noite com chave de ouro, vamos! — seu braço apertou meu ombro, os olhos castanhos brilharam em expectativa. — Quem sabe você encontra o amor da sua vida lá!

Ri pela sua forma de persuasão e por fim concordei com a cabeça. Estava com fome e o sono parecia não vir. Marie levantou e me puxou para chamarmos um táxi antes que eu pudesse mudar de ideia.

Paramos em frente ao pub, mordi aos lábios ao reparar como estava vestida, minhas roupas eram apenas um short jeans com uma camisa mais longa e a estampa do nome da banda, com o casaco de frio amarrado contra a cintura. Considerei não estar bem arrumada para ir em um lugar como aquele. Marie não parecia se importar, com vestimentas quase iguais e me arrastou para dentro.

— Relaxa, Ali! Vamos apenas nos divertir e se alguém falar alguma coisa, mandamos ir a merda. — Ri com o comentário e concordei, passamos pelo segurança e peguei uma comanda para o que fossemos gastar.

O local ficaria aberto até as quatro horas da manhã e era incrível. A iluminação realçou cada canto e tornou o ambiente ainda mais bonito de se olhar, dividido em três partes. A pista de dança, no qual, as luzes vermelhas intercalavam entre as pessoas que dançavam no ritmo da música e tinha um DJ. No topo do teto possuía um globo e refletia diversas cores dando um ar de discoteca, com um palco onde tinham alguns instrumentos. Algumas bandas tocavam ao vivo e isso deixava o local mais charmoso. Na área mais afastada tinha mesas de decoração com pinturas e nas paredes retratos pendurados com uma parede preta enorme que era possível escrever algo e deixar a sua marca.

Caminhamos entre as pessoas chegando ao bar que tinha diversas garrafas espalhadas pelas prateleiras e com bancos vermelho fluorescentes. Marie se direcionou ao barman e pediu as nossas bebidas.

Subimos as escadas, na parte de cima possuía diversos sofás espalhados e mesas transparentes que tinham iluminação por dentro, no chão intercalava desenhos de acordo com a luz que refletia, enquanto, no teto possuía lustres com pequenas lâmpadas. Tinha diversos casais e grupos de amigos rindo, um grupo em específico chamou minha atenção, mais afastada de todas as outras no canto mais escuro daquela parte tinha exatamente quatro rapazes e quatro garotas que tentavam ao máximo chamar a atenção deles. O que parecia estar sendo em vão.

— Aqui está! — o barman colocou os copos e a batata frita sobre a mesa e saiu em seguida. Peguei uma e coloquei na boca me sentindo satisfeita.

— Eu não sabia que estava morrendo de fome até comer! — Marie riu da minha expressão após comer mais algumas.

— Aproveita porque eu também pedi um lanche para nós! — ela abriu um sorriso ladino, me fazendo rir.

— Marie Howard, eu amo uma mulher! — exclamei a abraçando.

Uma gargalhada saiu dos lábios dela, chamando a atenção de algumas pessoas para nós, depois de comermos todo o lanche e bebermos mais alguns copos me senti mais leve e solta, a bebida parecia estar fazendo o devido efeito. Começou a tocar uma música que eu amava e era da Bright Star, antes de pensar duas vezes meu corpo se mexeu de modo involuntário no ritmo da canção, levantei animada e puxei Marie comigo mesmo escutando ela reclamar.

Meus olhos me levaram para uma pessoa e meu uma sensação de familiaridade, notei o sorriso que se formou em lábios dele e senti o rosto esquentar envergonhada ao perceber que eu parecia uma fã louca naquele momento.

— Então? A música vai acabar. — Marie falou divertida.

Voltei à realidade, segurei a mão dela e descemos as escadas nos misturamos entre as pessoas que dançavam, mexia meu corpo com o ritmo e sentia a sensação de calmaria me invadir. Depois de mais algumas músicas estava exausta, aquela noite foi tão agitada que precisava parar e me sentar.

— Vou pegar algo para beber e subir para sentar um pouco! — Avisei Marie que concordou com a cabeça murmurando um ''já subo também''.

Caminhei para o bar e peguei minha bebida e subi me sentando, olhei para baixo observando Marie pulando enquanto dançava rindo, mas minha expressão se fechou ao escutar aquela voz, a voz dela, trazendo a raiva de mais cedo. Passei os olhos procurando pela pessoa e encontrei onde Molly estava. Franzi o cenho ao reparar que ela se juntou ao grupo, fixei o olhar nas pessoas e a surpresa me atingiu ao reconhecê-los. Ele estava lá, meu coração acelerou e me senti idiota por não ter percebido antes, pois ao lado de Molly Cooper estava Alex Turner.

Tentei entender o que alguém como ele estaria fazendo em um lugar como aquele e no meio de tantas pessoas comuns, os olhos masculinos viraram na minha direção e ele mordeu o lábio inferior formando um pequeno sorriso no canto da boca. Estava no mesmo lugar que Alex Turner.

Minhas mãos pareciam tremer e o coração batia forte contra o peito, contudo, o olhar de Molly seguiu o dele e parou em mim, a expressão dela se tornou raivosa. Ela não perderia tempo para disseminar o próprio veneno.

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Arriverdeci, Maravilindos ♡ 

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