Capítulo 7

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Eles se tornavam parte daquele irreal, mas penetrante e emocionante universo que é o mundo visto pelos olhos do amor.  Ao Farol - Virginia Woolf

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Alex Turner

Fazia um mês desde que eu havia voltado para Londres, à turnê tinha sido um sucesso nos dando um breve momento de descanso antes das próximas gravações e possíveis shows, mas meus pensamentos continuavam apenas e somente nela – naquela noite mais precisamente – a noite que eu sabia que nunca se apagaria da minha cabeça. Queria entender o porquê de estar me sentindo assim.

Eu não a conhecia, mas em uma noite ela tinha conseguido mudar tudo e remexer com a minha mente de uma forma que não tinha explicação, suspirei talvez pela décima vez naquela noite enquanto me jogava na cama. Eu precisava urgentemente encher a cara.

— Se você mandasse pelo menos uma mensagem não estaria assim desse jeito agora.

— Até me esqueci que você estava ai — Colin jogou uma almofada contra mim.

— Não sei se deveria. — Comentei incerto.

— Não sabe? — neguei.

Eu queria ter ligado, queria verdadeiramente ter ligado, mas eu não o fiz. Depois de um mês se mandasse ao menos um oi por mensagem não duvidaria nada receber um belo xingamento da parte dela e ser bloqueado.

— Você deveria — Colin reforçou — ligue agora, ou mande uma mensagem pelo menos, vai se sentir melhor do que agora.

— Eu não estou tão ruim assim.

— Não, você está é péssimo, preciso resolver algumas coisas depois eu volto. — Concordei, ele se levantou e foi para a porta saindo, mas logo depois voltou mostrando só a cabeça — ligue para ela, ou eu mesmo ligo quando pegar seu celular.

— Vai logo embora — murmurei, vendo-o sumir rindo e fechando a porta logo em seguida, peguei meu celular e o encarei por alguns minutos respirando fundo quando resolvi desbloqueá-lo e mandar a mensagem, mas o que mandar?

Digitei um ''oi aqui é o Alex, Alex Turner, não sei se você se lembra de mim'' quis rir da minha estupidez claro que ela se lembraria, ela havia me dito que curtia as nossas músicas. Sou um completo idiota, antes que pudesse apagar a mensagem o barulho de algo caindo me assustou fazendo derrubar o celular no chão, me debrucei sobre a cama pegando-o e foi então que eu vi o enviado.

— Droga, droga, droga — levantei da cama – precisava apagar aquilo – porém, tudo piorou quando eu vi o visualizado. — Merda! — Praguejei, ansioso pelo retorno.

→"Alia está digitando..." ←

"Oi, Alex? Não me lembro desse nome"

Senti o ar escapar por meus pulmões, ela não se lembrava? Quis morrer naquele segundo, poderia mentir dizendo que mandei errado, mas seria óbvio demais e só mostraria o meu fracasso em tentar esconder a vergonha alheia que eu tinha acabado de passar. Foi quando recebi outra mensagem.

"Ei, eu estou brincando, me lembro sim de você não precisa surtar"

Um alívio tomou conta do meu peito ao ler aquilo e quis rir da minha idiotice de tomar conclusões precipitadas, mordi os lábios e me joguei na cama de novo.

"Que susto Alia, quase fui chorar ali no canto"

"Eu não podia deixar passar, um mês sem dar um sinal de vida, os sites de fofocas não são tão interessantes assim pra ler"

O tempo que se seguiu foi realmente prazeroso, conversamos sobre tantas coisas, naquela hora que se passou enquanto conversávamos recordei o porquê de eu me sentir tão bem. Quando eu falava com ela sentia que podia ser eu mesmo – sem ter julgamento algum – aquela sensação continuava presente mesmo depois de um mês e eu tinha certeza que não conseguiria tirar Alia Delacroix dos meus pensamentos.

Levantei para dar um volta e tentar colocar meus pensamentos em ordem, segui para a sacada do quarto enquanto observava a rua, aquela sensação estranha continuava dentro de meu peito e mesmo sabendo o que aquilo poderia vir a ser eu não queria aceitar e não podia. Escutei batidas na porta e me virei observando Colin parado.

— Você parece preocupado. — Ele parou ao meu lado e apenas dei de ombros.

— Nada demais.

— Falou com ela?

— Sim..

— Então? — Questionou arqueando as sobrancelhas curioso.

— Não sei se é uma boa ideia você, sabe bem o que aconteceu da última vez que resolvi me relacionar com alguém, não teve um bom término.

— Você não pode ficar se apegando ao passado, ou pode acabar perdendo grandes oportunidades o que aconteceu não foi culpa sua. Pense sobre isso, às vezes vale à pena correr o risco.

Colin apertou meus ombros enquanto voltava para dentro do quarto e mais uma vez eu me senti em um turbilhão de sentimentos. Tinha noção que se eu resolvesse simplesmente me jogar nisso não acabaria bem – só que tinha um problema – eu queria e como queria pular nessas sensações.

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Boa noite pessoal, aproveita para dizer o que está achando da história isso me ajuda a aprimorar o enredo e desenvolvimento dos personagens! Arrivederci. 

ExtasiadoOnde histórias criam vida. Descubra agora