Extasiado

Capítulo 1

Alia Delacroix

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Eu corria por entre as pessoas o mais rápido que conseguia, olhei para o celular mais uma vez. Estava atrasada, muito atrasada, firmei minhas pernas e corri com o ar escapando pelos meus pulmões, mas isso não importava, pois eu esperei durante anos por aquele show e não perderia um segundo sequer mesmo que a Molly rogasse mil pragas sobre mim. Senti o celular vibrar entre os meus dedos e atendi.

— Alô! — exclamei ofegante.

— Onde você está? — escutei o berro de Marie do outro lado, afastei o celular para longe do ouvido.

— Estou na entrada, estou chegando, onde você está? — questionei preocupada ao ver o aglomerado de pessoas se formando bem na minha frente.

— Perto da grade Alia, você vai ter que se apressar para conseguir chegar aqui! Eu quase fui esmagada por essas garotas e daqui eu não saio, então corre! — ela bradou.

Desliguei o celular avistando a entrada para a área da pista, passei pela multidão de garotas afoitas e me contorci pelas pessoas, tentei me aproximar cada vez mais da grade em busca de encontrar Marie. Segurei o celular e a câmera firme contra o meu corpo torcendo para não ser esmagada, até avistar a cabeleira de Marie que me procurava em meio a multidão de fãs.

Ergui a mão e gritei o nome dela em meio a todos, peguei o celular de forma rápida e digitei uma mensagem para ela que prontamente visualizou e seguiu com o olhar para onde eu disse que estava. Marie me encontrou acenando de modo frenético. Agradeci por finalmente ter conseguido chegar até ela.

— Céus, você está acabada Ali! — ela riu ao ver minha cara de desgosto e meus cabelos todos desgrenhados.

Sabia que minha cara naquele momento era tudo menos de contentamento, o meu corpo transpirava e minha a respiração ficou descompassada e afoita pela maratona que foi para chegar naquele estádio.

— Não tenho culpa, devia estar aqui antes das duas horas, mas a endemoniada fez de tudo para eu ter que ficar trabalhando em pleno sábado. Pleno sábado Marie! E aquela criatura já estava me atazanando logo cedo. — choraminguei, Marie me envolveu em um braço para me confortar, senti leves tapinhas nas minhas costas enquanto ela sussurrava "tudo bem, agora você está aqui".

— O importante é que você chegou e vamos curtir o show mais incrível dos caras mais gatos do planeta! — ela gritou eufórica e acabei rindo com sua animação ao cair a ficha de onde estávamos. A alegria cresceu contra o meu peito.

As luzes se apagaram e o palco ficou em completo breu. Aos poucos um feixe de luz branco se fez presente revelando cada um dos integrantes da Bright Star, meu sorriso se alargou. Pulei energeticamente ao lado de Marie que gritava a plenos pulmões. A felicidade transbordou por todo o meu corpo como há muito tempo não acontecia, pois eu estava realizando o meu sonho naquele instante.

O som dos instrumentos ficou cada vez mais nítido. Meus olhos me guiaram para a última pessoa, ele, a personificação de um anjo, Alex Turner.

Meu coração bateu tão forte contra o peito ao admirar cada um de seus traços, os cabelos negros perfeitamente alinhados para trás e o sorriso largo e eu estava tão próxima. As pessoa iam à loucura, gritos reverberaram pelo enorme estádio, garotas ao meu lado choravam e a emoção crescia de forma gradativa.

O corpo parecia nostálgico, o chão tremia abaixo de meus pés antes mesmo da música se iniciar, o acorde da guitarra ecoou aumentando os gritos e a primeira música iniciou. Alex segurava o microfone com os lábios rentes ao objeto e sua a voz angelical retumbou, meu coração não cabia dentro do peito. Me mexia conforme o ritmo da música, o sorriso sempre firme nos lábios a cada estrofe cantada e acompanhando-o, olhei para Marie que parecia tão feliz quanto eu e começamos a dançar no meio de todas aquelas pessoas, as mãos erguidas e o coro ressoando a música.

Naquele dia eu não me importaria de passar um pouco de vergonha, pois estava no lugar que deveria estar e não perderia nenhum segundo da minha atenção, marcaria aquele momento em minha memória e registraria cada instante para me recordar de um momento tão único.

Alex caminhou em direção ao piano o que fez as fãs irem à loucura, um sorriso se formou nos lábios dele enquanto dedilhava o instrumento, a voz rouca começou a cantar as primeiras estrofes. Os olhos mantiveram-se fechados, a camiseta social branca aberta estava dobrada até os cotovelos, tentei cravar cada mínimo detalhe.

Foi como se tudo ao meu redor parasse ficando em câmera lenta à minha volta, tendo apenas ele ali bem diante dos meus olhos. Um sentimento avassalador tomou o meu interior, olhei por todo o estádio e observei todas as luzes iluminarem aquele estádio, milhares de pessoas cantavam ecoando por cada espaço, o chão tremia e aquilo ficaria para sempre gravado na minha memória.

Alex caminhou pela imensidão daquele palco e se aproximou dos fãs, perto de onde nós estávamos, os dedos tocaram as mãos de algumas garotas que berraram histéricas. Mordi os lábios ansiosa, respirando descompassada em buscar de controlar os batimentos cardíacos. O olhar dele passou pelas pessoas cravando nos meus, ele sorriu de lado, levando as mãos para os cabelos e ajeitando para trás, precisei inspirar fundo, o sorriso refletiu nos meus lábios. As mãos de Marie me balançaram eufórica.

—Ele está olhando para cá! — ela gritou eufórica.

Observei os passos de Alex cada vez mais rentes para onde estávamos, porém a música finalizou e deu início para outra e isso fez ele retornar para o centro. Vi seu rosto virar para nós, antes de pegar a guitarra em mãos.

Aquele noite seria memorável.

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Arriverdeci, Maravilindos ♡