Capítulo 21 - Ana

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Não consigo encarar minha irmã

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Não consigo encarar minha irmã. Não depois de tudo o que descobri, mas também não consigo odia-la.

Faz duas semanas desde que acordei, e por conta da lesão na coluna estou em uma cadeira de rodas, mas nada que fisioterapias não me ajudem a voltar a andar.

Ava e minha avó estão no meu quarto de hotel, pois preferi ficar na cidade. Não quero ver a cara de Carla rindo de mim, também não quero ficar olhando para Elena.

— O que está escondendo de mim?

Vovó me olha e eu apenas suspiro, cansada demais de estar deitada na cama. Minha sobrinha ressona calmamente ao meu lado, a noite está quente e por esse motivo o ar-condicionado esta ligado.

— Eles mentiram para mim. Me fizeram acreditar num amor que pelo visto só existiu na minha cabeça.

Olho para ela que apenas abaixa a cabeça, sinto o coração acelerar e é como levar uma apunhalada nas costas.

— A senhora sabia. — ela não me olha, fazendo minhas suspeitas se concretizarem. — Como pode esconder de mim? A senhora viu todo o meu sofrimento. Ficou ao meu lado na maioria das noites que passei em claro...

Não consigo terminar de falar, a dor pela traição da mulher que mais admirei na vida queima minha alma. Gostaria de poder sair correndo daqui, mas infelizmente não posso.

Queria gritar para que ela vá embora, mas tudo o que faço e chorar como uma criança que acabou de perder o ursinho preferido.

A dor é pior do que tudo o que eu já senti. Tenho quase trinta e seis anos, mas no momento sinto que sou apenas uma garotinha que descobriu da pior maneira que o pai estava morto.

— Eu sinto muito meu anjo, mas quando eu descobri já era tarde demais para arrumar o estrago em seu coração.

Aceito seu abraço e choro o mais baixinho que consigo, vovó afaga meus cabelos.

— Quando ele pegou o resultado do dna eu estava junto. Eu disse a ele a verdade, mas ele estava com tanto medo que vocês fossem irmãos. — toca meu rosto — Aquele homem te ama muito antes de você ama-lo.

— Quem ama não machuca.

— Nem sempre é assim. Sua mãe amou demais seu pai, e só o feriu. — enxuga minhas lágrimas. — Jack, José e tantos outros que passaram pela vida da sua irmã a machucaram, e ela os machucou. O amor é isso, machucar, mas ao final do dia saber que errou e voltar atrás para curar.

Seus olhos fitam os meus por longos segundos, permaneço em silêncio pensando em tudo o que ela disse, mas não consigo absorver muita coisa por estar magoada.

— Eu sei que as vezes machuca demais, e quando isso acontece devemos nos afastar. Mas há vezes que machucamos sem intenção.

— Eu quero esquecer. Esquecer tudo. — Murmuro magoada.

Não sei te Esquecer - Parte 1 - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora