O QUE JEON ERA?

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E Tae correu, muito, como alguém que corre desesperadamente de alguém. Aquela noite e aquele plano absurdo pareceu finalmente surtir algum efeito positivo no fim das contas.

Seu cabelo voava conforme o corpo acelerava os passos, também sentia algumas gotas finas que começaram a cair indicando uma bela tempestade a seguir.

Era estranho imaginar que estaria daquela forma, se fosse algum tempo atrás apenas riria e diria que era algo completamente absurdo. Ainda parecia absurdo.

Por tanto tempo buscou respostas e motivos para continuar seguindo em frente. A separação de seus pais fizeram com que tudo ficasse turbulento, muita coisa mudou desde então e precisou ser forte para ajudar a sua mãe a se reerguer. Não foram momentos fáceis, mas acabaram vencendo essa etapa e estavam felizes do jeito que estavam.

Mas aí o destino vem pregar uma maldita peça. Não era o primeiro namorado dela, mas havia algo a mais. Ele tinha um filho. Alguém que nunca desejou e jamais imaginou desejar.

Desde que Jeon entrou em sua vida, tudo pareceu tomar um rumo diferente, parecia mais alegre, sem tantos problemas e por mais que bancasse o babaca, ele sempre estava ali com aquele sorriso largo nos lábios.

Seria realmente estranho imaginar que ele teria sentimentos por Tae, sentimentos fortes e mais intensos que um sentimento familiar. Mas se parar para pensar bem a fundo agora,  nunca sentiu repulsa realmente, nem mesmo no dia que ele havia se tocado. Havia ficado assustado... mas não era ruim.

Seus passos enfraqueceram à medida que as roupas se tornavam mais e mais molhadas pelas gotas que só aumentavam.

Inclinou a cabeça para o céu de olhos fechados deixando que a chuva lhe clareie a cabeça. Seu peito queimava e a respiração estava inconstante pela corrida brusca.

O que Jeon era para si? O que queria que ele fosse?

Quando abaixou o rosto e mordeu o lábio molhado, se sentiu um completo idiota. Talvez tivesse aquela resposta a mais tempo do que imaginava e só não quisesse admitir.

Sentiu o telefone vibrar diversas vezes em seu bolso, mas se recusava a olhar quem era. Provavelmente seus amigos querendo saber onde havia me enfiado.

A rua estava praticamente vazia por causa da chuva, só havia ele ali. Andou com passos lentos até uma cobertura, esperando que ela apenas passasse, como todas as suas dúvidas, apenas queria que a chuva fosse embora.

— Tae?! — Ouviu quando aquela voz familiar lhe chamou de forma preocupada, como se tentasse confirmar que aquele amontoado de panos molhados fosse realmente ele.

Virou o rosto para onde a voz soava e encontrou um Jeon de olhos arregalados e uma sacola nas mãos. Seu corpo ainda estava encostado contra a parede daquela cobertura e seus lábios continuavam mordidos. Uma onda de sensações estranhas tomou seu corpo quando encontrou aqueles olhos.

O que Jeon era para si? O que queria que ele fosse?

Repetiu essas perguntas por diversas vezes em sua cabeça, mas elas ainda pareciam estranhas demais.

— Porque você está aí todo molhado?— O garoto parecia preocupado, sua voz soava protetora e o fez sorrir com a sensação.

Ele ainda era o mesmo de sempre, mesmo após tanto tempo longe. Então ele ainda estava na cidade, afinal, só estava evitando se encontrar com Tae.

Soltou um riso nervoso antes de abaixar o rosto deixando os fios molhados esconderem o rosto avermelhado.

— Então você ainda estava aqui no final... — Soltou quase como um sussurro.

Ele pareceu entender o que suas palavras significavam e apenas encolheu os ombros como quem se desculpa em silêncio.

— Sabe, eu estive me perguntando todos esses meses o que você era para mim e o que eu queria que você fosse? — Começou tentando parecer calmo, mas sua voz soava rouca e falha demais.

— E... você chegou a uma conclusão? — A voz de Jeon soou temerosa e apenas assentiu para sua pergunta.

Naquele momento viu pelo canto dos olhos que Jeon mordia os lábios, provavelmente ele estava tão nervoso quanto ele mesmo.

Mesmo em meio ao barulho da chuva ou sobre aquela luz amarela e fraca, ainda assim ele parecia o mesmo. Tão bonito e tão gentil. Seu sangue se aquecia sobre a pele gelada, precisava sentir realmente que ele estava ali, que ele não iria mais desaparecer.

Tae aproximou-se ainda incerto de sua reação, mas ele não se afastou, na verdade ele não moveu um músculo sequer. Ergueu a mão molhada para tocar-lhe no rosto e sentiu quando sua pele gelada o fez arrepiar ao finalmente lhe encarar de frente.

Ele parecia tão familiar, como se sempre tivesse feito parte de sua vida ou como se nunca tivesse saído dela.

Deixou o polegar trilhar os contornos de seus lábios e era como se ainda me lembrasse do sabor que eles traziam, da sensação de prová-los.

— V-ocê disse que havia chegado a uma conclusão. — Ele repetiu baixinho o fazendo estremecer com sua voz tão próxima. Seu coração parecia disparado, mas ainda estava temeroso.

— Eu não gosto de garotos Jeon. — Começou encarando sua íris escura e brilhante enquanto suspirava de forma pesada antes de apertar os lábios em uma linha fina. —  Mas eu gosto de você! — Completou em seguida soltando um sorriso constrangido.

Jeon abriu os lábios para dizer algo, mas negou com a cabeça para que ele permanecesse em silêncio enquanto apenas apreciava aquele momento.

—  Eu quero que volte para casa.— Pediu baixinho enquanto Jeon ainda parecia realmente confuso com tudo que havia acontecido.

Como se suas sobrancelhas unidas, ou seu nariz franzido o pedissem por algo. Apenas se viu inclinar para frente alcançando aqueles lábios avermelhados e quentes. Jeon ficou imóvel, mas foram poucos os segundos que ele se manteve assim.

Ele simplesmente deixou a sacola cair no chão para lhe envolver a cintura, colando seus corpos e se permitindo afundar naquele beijo. Suas línguas pareciam afoitas pelo contato, sua boca tinha um sabor ainda melhor do que se lembrava e isso lhe arrancou um gemido prazeroso.

O corpo antes gélido, agora parecia em chamas. Era como se Tae precisasse desesperadamente de mais. Deixou as mãos agarrarem seus cabelos escuros com força enquanto suas bocas se moviam e se entendiam perfeitamente.

Por mais que quisesse se manter ali, sentiu quando o corpo foi perdendo as forças e amolecendo naqueles braços. Jeon também percebeu ao julgar a forma que ele o segurava.

— Tae! TAE!!!

Foi só o que ouviu, seus olhos pareciam pesados e negavam a permanecer abertos. O corpo também estava mole e suas pernas tremiam cedendo ao peso do próprio corpo.

Então apagou.

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