O amor nos proporciona aprendizados diários, ou ao menos esse era o pensamento de Jimin enquanto, sentado no gramado do quintal de casa durante a madrugada, observava sua cadelinha correndo para um lado e para o outro, completamente faceira.
Lembrava-se bem de quando perdeu seus pais e, por consequência, uma porcentagem do que acreditava ser o amor. Jungkook preenchia um pedaço do vão que seus pais deixaram, no entanto ele já era por si só uma parte tão grande dentro de si que geralmente transbordava por todo o resto.
Jungkook o fazia sentir-se completo.
E bem. E feliz. E único.
Se conheciam desde sempre praticamente, e Jungkook o ensinou sobre o amor e ainda o ensinava novas coisas todos os dias. Um amor puro, que demonstrava lealdade, companheirismo, proteção, cuidado, reciprocidade. Um amor que era tudo, tudo que eles queriam e precisavam.
Não podia deixar de pensar do dia em que, após dois anos afastado dele, viu Taehyung em um supermercado. O Kim estava diferente, usava um terno naquele dia e sorria para uma criança que aparentava não ter mais do que cinco ou seis anos. Jimin nunca havia visto tanta luz no olhar de Taehyung ou no sorriso que ele parecia orgulhoso de esbanjar.
Olhar para ele não o assustou como de costume, porque ele tinha confiança o bastante para compreender que estava totalmente livre de Taehyung agora. Algo em sua mente apenas o dizia que ele podia se sentir seguro. As lembranças, no entanto, ainda eram assombrosas, mas dentro do possível tudo estava sendo resolvido com a ajuda de Jungkook e de sua psicóloga que, apesar de não ver mais com tanta frequência, ainda o ouvia sempre que necessário.
Eles não conversaram. Eles não trocaram uma palavra. Taehyung acenou com a cabeça e, em sua mente, Jimin retribuiu e foi para o corredor onde seu namorado estava. Também sem dizer isso em voz alta, Jimin pensou que tinha perdoado Taehyung. Não pelo Kim, mas por si mesmo. Não perdoar ele o fazia sentir-se preso em seu passado. E se ele não perdoasse, estaria tudo bem, cada um lida com seu passado da maneira que melhor lhe convir, mas para ele foi o melhor a se fazer.
Bom ou ruim, Taehyung agora era totalmente seu passado.
Eles nunca se viram desde então e cinco anos já se passaram.
Jimin e Jungkook nunca casaram, mas se tratavam como se fossem sim casados.
— Você continua amando esse gramado. — Jungkook riu, sentando-se ao lado de Jimin e envolvendo-o com a mesma manta que também estava em sua volta.
— Foi aqui que nos beijamos pela primeira vez. — O Park declarou, sorridente. — Você sabe, eu gosto de pensar. Minha mente anda uma bagunça ultimamente por conta do trabalho, acabei perdendo o sono e resolvi vir até aqui, não queria te acordar.
— Eu vi o momento em que saiu da cama, mas quis te dar espaço pois sei que algumas vezes é bom e necessário. Só que você demorou, tive medo de você ficar com frio. — Jungkook sorriu largamente.
Cada vez que olhava para Jimin a noite do acidente retornava para seus pensamentos. O desespero de, por meio de uma chamada no telefone, ouvir os gritos de dor e agonia de Jimin, além de cada barulho que o carro capotando fazia, era algo que ele jamais esqueceria.
Doía seu peito pensar que, durante certo tempo, ele havia perdido Jimin. De alguma maneira, ouvindo-o no telefone e, do nada apenas a gritaria de outras pessoas em sua volta, fizeram-lhe pensar que Jimin havia lhe deixado.
— Dormir sozinho também me faz ter pesadelos. — Continuou Jungkook. — Eu sempre me lembro da noite do seu acidente, quando você gritou por socorro no telefone e, de repente, ficou em silêncio. Foi como se um buraco abrisse no chão e me puxasse com força, eu simplesmente não sabia o que fazer. Mas... foi como se eu tivesse perdido você naquela noite.
— Mas você é o que faz meu coração bater, Jungkookie. — Jimin sorriu para o mais novo, abraçando-o mais confortavelmente de lado. — O nosso amor é coisa de destino, caso contrário teria te esquecido junto a todo o resto após o acidente. Acho que só por eu lembrar de você, já podemos concluir de que era para ser dessa forma.
Era a verdade.
Eles eram feitos um para o outro. O acidente de Jimin foi a maneira que o destino encontrou de lhes fazer perceber o que já era óbvio e que não tinham coragem de admitir.
Como o próprio Jimin disse, Jungkook era o motivo de seu coração ainda bater. Ele sobreviveu, para poder viver o amor que merecia, o amor que tanto ansiou durante tanto tempo.
E seria para sempre.
Nada poderia lhes separar.
— Mas, o que você acha de casar comigo? — Jungkook disse, do nada. — Não era para ter dito dessa forma.
O moreno acabou rindo, levando Jimin a fazer o mesmo. Estavam juntos há quase sete anos, moravam juntos e levavam uma vida de casados mesmo, mas não tinha problema algum desejarem mudar o status do relacionamento que tinham.
— Tenho certeza de amaria me casar com você. Já pode ser amanhã? — Brincou o Park.
— Pode ser quando você quiser, Jeon Jimin.
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Ain, gente. Depois de ser banida daquela outra plataforma (que não quero nem citar o nome de tanta raiva) até me desanimei um pouco. Mas, não vou desistir das minhas histórias por isso, então, aqui o epílogo de Heartbeat que era o que faltava para encerrarmos essa short-fic ♥
Espero que vocês tenham gostado!
Beijinhos!
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Heartbeat | jjk + pjm
FanficPark Jimin estava cansado daquele casamento, cansado das brigas e das cobranças sem razão. Sentia-se preso no meio de um relacionamento que por tantos anos o libertou dos fantasmas de seu passado. Mas um acidente de carro após uma das inúmeras briga...