Parte 1

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O calor do corpo de Christopher sobre o de Dulce, deixava-a com o coração ainda mais acelerado do que antes. Para ela a melhor parte de quando faziam a amor era esse momento, o momento de silêncio, o momento em que as respirações ofegantes e os corações acelerados falavam por si só. Para ela tudo parecia que não teria fim e ela rezava para não ter, pois era bom estar com ele, bom demais.


 — Ficou tão quietinha – Christopher sussurrou.
 — Não é nada amor, estou apenas te sentindo – sorriu de leve.

Ele pareceu-se convencido e ela agradeceu mentalmente, não queria que ele soubesse que sem querer havia lido a carta que ele receberá do diretor do Real Madrid Club de Fútbol, em que o chamavam para um teste. Até onde ela sabia ele não havia respondido ainda, mas também não havia comentado sobre a proposta com ela. E a dúvida de que o amor dele pelo futebol era maior que o amor por ela existe sim, infelizmente.

— Eu te amo, amor. Não se esqueça disso! – ele seguiu sussurrando e ela se calou, fechando os olhos e respirando fundo. 


POV Dulce María.

Como eu odiava as segundas-feiras, todas elas pareciam não ter fim. E eu não deixava de olhar para o relógio na parede central da minha sala, ansiosa para que o ponteiro marcasse 18:00 horas em ponto.

    — Ainda não foi embora? – Maite, a minha colega de trabalho, me perguntou entrando na minha sala.
    — Vou ficar até as 18hrs hoje! – desviei a atenção do computador para ela e revirei os olhos, num suspiro pesado.
    — Você sente falta dele né? – ela disse depois de longos minutos de silêncio.
    — Ele quem? – tentei ganhar tempo, mas sabia exatamente de quem ela estava falando.
    — Não se faça de sonsa Dulce – ela meneou a cabeça, fazendo uma careta bem conhecida – Percebe-se de longe que você ainda não o esqueceu.

Fiquei calada, não tinha o que responder, não tinha com disfarçar. Eu não havia achado um remédio que curasse aquela ferida que Christopher abrira em meu peito. Já se passava mais de um ano que ele aceitou o convite para o teste do Real Madrid, e nunca mais nos falamos. Nenhum telefonema, nenhum e-mail, nenhuma visita. Se não fosse pela fama repentina que ele teve assim que estreou, eu nem saberia se estava vivo ou morto.

    — Não, eu realmente não esqueci. É impossível, principalmente lembrando tudo que ele me causou – assenti, sentindo o gosto amargo na boca.

O silêncio de Maite me deixou pior, e me mantive firme para não chorar. Não o faria na frente dela, não o faria no meu local de trabalho, e se pudesse não o faria em lugar algum. Estava cansada de deixar aquilo tudo me afetar!
Olhei o relógio e finalmente o ponteiro marcava 18:00h, desliguei o computador, peguei minha bolsa e com um aceno baixo para Maite, sai daquela sala. O que eu mais queria era chegar em casa, me jogar na cama, e conversar com minha irmã. Mas ela aparentemente tinha outros planos pois me enviou uma mensagem dizendo que dormira na casa do namorado. Me joguei no sofá, sentindo o cansaço do dia se apoderar do meu corpo. Sem Anahí em casa os pensamentos tristes se apoderavam de mim, eu ainda vislumbrava Christopher em cada canto desse apartamento, os beijos que trocamos, as risadas, as noites de amor... Fechei os olhos e deitei em posição fetal no sofá, me perdendo mais uma vez naquelas lembranças dolorosas.

    — Não Christopher, para com isso agora! – o canto dos meus olhos saíam lágrimas e eu tentava desviar das cócegas dele em minha barriga.
    — Por quê? Não é você quem adora fazer isso em mim? – a risada dele era alta e Dulce fechou os olhos se enchendo dela e rindo mais ainda.
    — É d-diferente, poxa! – gaguejei, sentindo ele diminuir a pressão na minha barriga e respirei fundo – Obrigada – sorri, abrindo os olhos e o encarando.
    — Não é diferente nada – ele riu, me puxando para mais perto dele – Você que é chata isso sim – senti os lábios dele em minha testa, e dei um tapinha em sua mão, fingindo estar brava.
    — Hei! Eu não sou chata, você que é implicante!
    — Eu te amo – ele ignorou meu protesto e roçou seus lábios nos meus, me deixando anda mais rendida por ele – Eu te amo, eu te amo, eu te amo!
    — Eu também te amo, meu amor. – sorri, fazendo carinho em seu rosto e o puxei para perto, colando meus lábios nos dele.

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