Just pretending that we're cool

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Minha primeira semana na Academia de Artes foi ótima. O que foi incrivelmente surpreendente. Cheguei na maioria das aulas com o coração quase pulando para fora do meu peito, afinal de contas, tudo era tão novo para mim e eu não conhecia ninguém, estava com medo de ficar no canto da sala de capuz e fone de ouvido, isolado no meu próprio mundo. Mas, a verdade é que assim que me sentei na minha carteira, primeira aula da segunda-feira, pude ver um garoto do meu lado usando uma camiseta preta escrito: "Dance or go" em azul neon e eu imediatamente lembrei de um clipe da minha banda favorita, The Paper Kites. Sendo assim, virei para ele e perguntei: "Sua camiseta é uma referência à Electric Indigo?" e ele empolgadamente respondeu: "Sim! Minha música favorita, gosta dessa banda?". Foi apenas impossível não ficar cochichando com ele sobre a banda, as músicas, a faculdade e tudo mais. Sentamos um do lado do outro a partir daí, como um combinado silencioso, em todas as aulas, ele é muito legal, seu nome é Zayn Malik e ele é Bradford. Ele me convidou para um show no final de semana onde seu namorado vai cantar, então, resolvi que dormiria muito durante o sábado pela manhã ou acabaria sendo o primeiro a sair do clube, como um velho. É claro, até alguém aparecer e estragar os meus planos felizes.

— Harry, abre a porta! — O chato do brutamontes grita logo de manhã cedo na porta do meu dormitório. Scooter, o nome dele, eu descobri graças à sua presença constante e nada agradável. Sim, em uma semana pude aprender que ele é um belo de um idiota. 

Me viro para o lado e vejo que Harry está dormindo todo encolhidinho em sua cama, com uma música tocando de maneira quase imperceptível em seu celular sobre a cômoda, que fica entre nossas camas. Achei que iria me incomodar, mas, é bem relaxante, na verdade, tem me feito dormir bem. Bom, até o momento em que Scooter vem encher nossa paciência antes mesmo de o sol raiar direito. Diferente de Harry, tenho um sono extremamente leve e batidas insistentes e gritos roucos são o suficiente para me tirar da minha zona de paz. Abro a porta irritado, pronto para dar com ela no nariz arrebitado de Scooter assim que expulsá-lo daqui.

— Você interrompeu meu sono, de novo! — Brigo, fechando os punhos automaticamente. Não que eu vá socar a cara de Scooter algum dia, mas, algo em mim diz que isso seria bem legal. É claro, se eu não tivesse absoluta certeza de que ele iria me bater duzentas vezes mais forte assim que se recuperasse do choque.

— Preciso falar com o Harry!

— Harry não vive sozinho aqui e não acho legal você ficar berrando na nossa porta às seis horas da manhã. Por favor, pare já com isso.

— Eu preciso falar com ele.

— Eu já entendi — Rebato e abro um pouco mais a porta para que ele possa ver Harry, abaixo o meu tom de voz — Olha lá, ele está dormindo. Não vou acordar ele e você também não. As pessoas precisam dormir, Scooter, é assim que ficamos dispostos para fazer as coisas.

— Urgh, você é tão irritante — Ele revira os olhos e cerra os dentes, mas, eu não tenho medo dele.

— Volte em um horário mais apropriado ou eu vou me queixar com a direção. É a terceira vez que você faz isso. Não sei quando você dorme, mas eu dormi às três, hoje é sábado e eu quero descansar, passar bem!

E pela quarta vez em apenas uma semana morando nos dormitórios da Academia de Artes, expulso o tão inconveniente Scooter do meu quarto. Quando estou pronto para me enrolar de novo no meu cobertor fofinho, ouço a movimentação na cama ao lado, Harry se senta e pega o celular para desligar a música. Coça seus olhos e pigarreia, acostumando sua garganta a falar novamente, depois de longas horas de desuso.

— Lou, me desculpe, eu vou falar com ele — Ele fala baixinho, parecendo se sentir culpado pela falta de educação de outra pessoa.

Você deveria era terminar com ele, é o que eu penso. Mas, não posso me meter no relacionamento dos dois, ainda mais quando o que tenho para me basear é exclusivamente a minha opinião, que ninguém pediu para ouvir.

My kind of art || Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora