— Lou, já estamos aqui há horas! — Eu reclamo deitado no chão da sala de música. É noite de sexta-feira e Louis combinou comigo que iríamos sair com Zayn e Liam para beber, mas, ele preferiu se afundar em suas composições e ainda me arrastar junto para não ficar sozinho na ala de salas de aula.
— Haz, eu preciso de uma música perfeita para segunda-feira — Ele explica, nervoso por sua apresentação — e eu vou passar o final de semana em Doncaster, eu sei que minhas irmãs e o meu irmão não vão me deixar em paz e honestamente, eu não quero trabalhar nisso, sinto falta deles.
Meu celular ao meu lado se acende em uma ligação de Zayn, provavelmente querendo confirmar se nós ainda vamos sair.
— Oi Z, não, acho que não, por que não aproveita para levar o Liam naquele restaurante que eu te indiquei? — Eu sugiro — Diga para qualquer uma das garçonetes que você me conhece e elas vão providenciar um desconto. Sim, é sério. Okay, tchau.
Meus pais são grandes amigos dos donos de um bistrô super chique no centro da cidade e eu me aproveito muito dos privilégios de ser filho dos Styles.
— Você não vai sair com eles? — Louis pergunta, quase fazendo biquinho com os lábios.
— Você não vai, eu não vou, queria sair com você também — Aperto a bochecha dele e ele afasta minha mão com um tapinha, ele odeia quando eu faço isso, mas, eu adoro — Bom, já que você vai ficar trabalhando nisso aqui, eu vou trazer algumas cervejas, tá bom?
— Harry, você não precisa ficar, é sexta!
— Eu sei que eu não preciso — Dirijo-lhe um sorriso — Já volto.
Passo na cozinha do nosso andar para pegar dois engradados de cervejas que eu comprei no mercado pela manhã (a regra é clara nesse lugar: só pegue o que é seu ou sofra as consequências!) e saio da ala de dormitórios. Fora do prédio, vejo Scooter andando na mesma direção que eu. Há algo extremamente incômodo sobre ter um ex-namorado vivendo no mesmo lugar que você, os encontros-surpresa, como eu gosto de chamar. Na sala de aula é okay, sei que ele vai estar lá e já sei ignorar esse fato, sei que não iremos conversar ou sequer ficar perto um do outro, mas, nesses momentos, como agora, em que eu vejo Scooter casualmente andando pela Academia, nunca sei como agir. Fico pensando se há um procedimento correto, se eu posso simplesmente abaixar a cabeça e passar reto, fingir que estou no celular em uma ligação importante com minha tia-avó escocesa e sair correndo ou qualquer outra coisa que impeça esses segundos de constrangimento que parecem infinitos.
— Hey... — Ele me cumprimenta, enfiando suas mãos nos bolsos do casaco de moletom.
— Oi Scooter.
— Pensei que não gostava dessa cerveja — Comenta, apontando para o engradado na minha mão direita.
— Não gosto, essa daqui é para o Louis.
— Entendi... — Ele fecha a cara — Vocês dois estão bem próximos, não é?
— Sim, é chamado de amizade — Tento fazer graça, mas, acabo soando um pouco agressivo.
— Se é assim que você chama.
— O que você quer dizer com isso? — Pergunto, verdadeiramente confuso.
— Sabe, você disse que seria honesto, mas, não me disse que me largou para ficar com aquele garoto.
— De onde foi que você tirou isso? Ele é meu amigo — Dou um passo para trás acanhado e o fito com os olhos semicerrados — E eu fui honesto, disse que não me sentia feliz e que não era justo continuar. Isso não é sobre ficar com ninguém, Scooter, é sobre nós dois não funcionando juntos.
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My kind of art || Larry Stylinson
Hayran KurguBolsista em uma prestigiada escola de arte londrina, Louis descobre que existem muitos tipos de artes no mundo e que às vezes elas até mesmo se materializam em lindos olhos verdes e lábios cor de magenta.