And I need you here with me now

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HARRY

Passar o final de semana na casa dos Tomlinson foi como jogar todos os problemas possíveis em um trem bala para bem longe. Lottie e Fizzy são adoráveis e ficaram encantadas com as minhas habilidades artísticas. Inclusive, nunca fui tão fascinante para outras pessoas como de repente me tornei para elas. Fiz uma pintura na case do celular de Fizzy e ela achou tão fofa que começou a chorar, Lottie riu tanto da irmã que quase estourou os pontos da cirurgia de remoção dos sisos que fez no dia anterior. Aparentemente, eu ganhei todo o amor de Ernest, porque toda vez que ele treinou sua música no piano, ele quis garantir que eu estava assistindo ali no banquinho perto dele. Aparentemente ser poliglota também chamou a atenção porque Jay morou em Paris e adora falar francês e Dan se sente em casa ao ter uma conversa completa em espanhol. Louis tentou disfarçar, mas, ele ficou com aquele olhar de bobo o tempo todo em que eu interagi com sua família... porque ele me ama.

Jay não gostou muita da ideia de Louis e eu voltarmos para a Academia de moto, então, ela comprou passagens de trem para nós dois e fez Dan prometer que levaria a moto de volta no dia seguinte. Phoebe e Daisy são mais tímidas do que os outros, mas Louis disse que eu vou conseguir conquistá-las com o tempo. Quando estávamos prontos para ir embora, Phoebe me disse para cuidar do Louis porque ele é seu melhor amigo e Daisy trouxe dois casacos dizendo que os trens são muito gelados. Louis me contou que é assim que ela se aproxima das pessoas, com esses pequenos gestos de cuidado. Ela me deu um beijo no rosto com uma certa hesitação e se despediu com um "boa sorte na exposição", o que mostrou que ela estava prestando atenção nas coisas que eu disse no jantar.

No trem, Louis e eu pegamos no sono abraçados do melhor jeito que conseguimos nas poltronas. Tem uma música bem calma tocando nos autofalantes e pessoas sussurrando, mas, não atrapalha em nada, me aninho em Louis e entro no mundo dos sonhos e das lembranças. Estou nervoso com a minha exposição, nunca me senti confiante em fazer uma sozinho, mas Louis, Zayn e Liam conseguiram me convencer, então eu venho trabalhando muito nas últimas semanas. Visitei o papai e fui dormir na casa nova dele durante a semana. Foi estranho inicialmente porque ele não parecia querer conversar sobre a separação, como se precisasse me poupar, mas, eu perguntei se ele se sentia feliz e ele sorriu e assentiu, foi simples, genuíno e honesto. Depois disso, fomos para o estúdio dele e ficamos pintando flores e escutando Tchaikovsky, como costumávamos fazer quando eu era pequeno.

Contei para ele que estava apaixonado por Louis, que iria fazer uma exposição solo em uma semana, que mostraria minhas aquarelas e desenhos pra ele e que eu estava feliz por ele e minha mãe serem tão honestos comigo e com eles mesmos. Sempre tive dificuldade em conversar sobre coisas pessoais com o meu pai, mesmo que ele nunca tenha me julgado por ser gay, por ter esse meu jeito feminino, por desejar ter uma vida mais simples. Mas, ele também nunca escondeu que sonhou coisas grandes para o seu único filho e eu nunca me senti capaz de orgulhá-lo completamente.

Eu nunca quis pagar de gênio prodígio na frente dos amigos dele ou frequentar as mesmas escolas de arte milionárias de seus afilhados e alunos. Eu queria pintar as paredes do ateliê da minha avó, lecionar para pessoas que não tiveram todos os privilégios que eu usufrui e viver um amor tranquilo e quem sabe morar numa casinha de cidade pequena com um bocado de filhos. Fama e prestígio são importantes pro meu pai, eu entendo, reconhecimento no mundo da arte é difícil e os Styles conseguiram e eu deveria seguir o legado. E eu vou, da minha maneira, mas, a arte pra mim é mais que vender quadros e esculturas. Um professor meu uma vez me disse que arte é provocar. Foi quando eu encontrei sobre o que eu mais gostava de pintar. Meus pais são grandes artistas, mas, o que eles produzem não se parece mais com eles e, pelo menos em mim, não provoca nada. Eu vou gostar de me sustentar sendo um artista, isso é um grande feito, mas eu quero mais do que vender arte, eu quero vivê-la... E provocar sensações com ela.

My kind of art || Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora