Mal entendido

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Killian

Eu não estava acreditando no que tinha acabado de acontecer, de onde saiu essa garota? me desvencilhei do abraço e olhei pra ela, nunca atinha visto antes.

- Qual é seu problema? é normal pra você sair pulando em cima de desconhecidos?  - ela sorriu enquanto enrolava uma meche de cabelo no dedo, era evidente que se tratava de uma patricinha.

- Você não é desconhecido killian - ao me ver arquear a sobrancelha, acrescentou : - não lembra de mim? Madson, sua amiga de infância

  Ótimo era aquela garotinha chata, que só ficava atrás de mim e liam no fundamental, seus pais era amigos dos nossos e frequentemente as famílias se juntavam para almoços e jantares. Mas porque ela estava aqui, e como me reconheceu, última vez que nos vimos, tínhamos 10 anos de idade.

 Olhei por cima do ombro dela e vi duas pessoas se aproximando, foi quando o que eu havia acabado de me perguntar teve sua resposta, meus pais disseram a ela que eu tinha voltado, sendo bem possível que mandaram ela fazer essa ceninha, eu nem tinha dito a ele sobre o jogo, deve ter sido o diretor da faculdade que era amigo dele.

- Bom jogo filho - meu pai disse dando uma tapinha no meu ombro - Reservamos um restaurante para comemorar.

Eu não estava acreditado no que estava ouvindo, qual era o problema dele? a forma como estava agindo era fora do comum e logo me toquei de o porquê, ele estava sendo medieval e tentando juntar eu e Madson, isso era ridículo, me lembrei de Emma, ela tinha visto o que aconteceu? não vi George por perto, ele estava gravando o jogo e saberia me dizer.

 Me voltei para meu pai dizendo:

- Estou cansado, vou pra casa.

- Killian.. - meu pai começou, num tom ameaçador

- Outro dia, ok?

  Medson me olhou espantada, nunca deve ter sido ignorada antes, minha mãe só balançou a cabeça  em negativo, como se reprovasse minha atitude, e como eu não esperava a aprovação deles, virei as costas e fui embora, vencer o jogo nem parecia grande coisa mais, eles tinham conseguido estragar minha noite, aparentemente me fazer vir pra Londres era um plano maior, me enfiar em um relacionamento por conveniência.

Emma 

 O celular ao meu lado tocou várias vezes até cair na caixa postal, eu escutava muito longe, precisava se alguns minutos pra refletir. Killian parecia realmente gostar de mim, mas aquele episódio me trouxe insegurança e lembrança de como ele era antes, alguém que nunca ficou em um relacionamento sério, seria capaz de ser fiel a milhares de quilômetros de distância?
O celular começou a tocar de novo e resolvi atender a chamada de vídeo.

 Ficamos nos olhando por alguns segundos em silêncio e depois de morder o lábio inferior apreensivo ele disse:

- Não é o que você está pensando...

- Ok, então me explica, não vou tirar conclusões precipitadas antes disso.

- Eu fiquei tão surpreso quanto você, ela era uma conhecida de infância e não a vejo há 10 anos, meus pais levaram ela ao jogo.

- Eu não vi o que aconteceu depois, o vídeo foi cortado - fiz uma cara de desconfiada.

- George idiota, se ia filmar isso era pra ter filmado tudo -murmurou - Ignorei total ela, eles não vão conseguir o que quer, é absurdo.

- O que? Quem? - Killian passou a mão pelo cabelo e olhou para o lado, parecia ter dito algo que não deveria.

- Olha, é complicado e ridículo, mas vou explicar - fez uma pausa e suspirou antes de começar - Meus pais são amigos dos pais dela, que são empresários, acho que estão querendo que eu fique com ela, por favor não faça essa cara triste, eu odeio essa situação e nada vai acontecer, dou minha palavra.

Fiquei quieta, família de empresários, uma aliança para o filho ficar mais rico que eles próprios, a garota provavelmente era a herdeira. Se os pais dele conseguiram obriga-lo a ir embora, o que mais não iriam conseguir?

- Eu acredito na sua intenção Killian, mas seus pais não sabem que você namora?

- Não disse, porque é o melhor a fazer, se souberam vão torna impossível minha volta aí para New York, por um bom tempo.

 Fazia sentido, se eles queriam ele com a garota, não iam aceitar outra pessoa, ainda mais eu, que não tinha nenhuma conexão familiar importante.

- Entendi, como você é perspicaz - ri sem humor - Aliás, parabéns pelo jogo, e amei a homenagem para mim. 

 Dessa vez ri sincera, eu realmente tinha gostado.

- O que eu não faço por você né amor - ele sorriu

- Não importa quantas vezes escute, me chamar de amor ainda soa irônico - disse rindo

- Pois saiba que não é - respondeu rindo - coloco meu coração nessa palavra.

- Vi sarcasmo aí - revirei os olhos e ele gargalhou. 

 Passamos o resto da ligação tendo uma conversa agradável e rindo, e nesse tempo nos esquecemos completamente que tudo o que tínhamos, poderia ser tirado de nós, caso não fossemos fortes o suficiente para proteger o nosso amor e confiarmos um no outro.

My NeighborOnde histórias criam vida. Descubra agora