1. A fucked up birthday

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Um quarto minúsculo, com uma cama de solteiro minúscula, uma janela minúscula, tudo minúsculo... Foda-se, que miséria.

- Uma bela de uma miséria realmente, é o que isto é.

Era esta a reflexão matinal de Lee Donghyuck todos os dias. A reclamar. E oh se ele era bom em reclamar, ele era incrível. Porque tudo tem que ter algum defeito. Tudo.

*bonk*

- Ai caralho, foda-se mais para a merda desta prateleira! - "C'um caralho, quem é que mete uma prateleira por cima da cabeceira de uma cama?"

Já irritado, para variar de todas as outras manhãs, levanta-se, veste-se e desce, para encontrar a habitual cozinha vazia.

- Aquele animal vai chegar de ressaca outra vez. E quem é que vai ter que o aturar? eu.

Era o pai dele. O animal.
Dá para entender que não têm a melhor relação. Donghyuck vive sozinho com o seu pai desde que se consegue lembrar, a sua mãe nunca foi muito presente, o que é compreensível, tendo em conta as atitudes do homem com quem se casou: alcoólico, agressivo, basicamente pouco a foder-se para tudo o que acontece à sua volta. E como é de imaginar, o seu filho cresceu em semelhantes condições: agressivo, mal educado e asneirento até dizer chega.
Donghyuck nunca ligou muito ao facto de ter esse feitio. Achava perfeitamente natural partir coisas e sair do controlo quando se irritava. Mas não era. E ele começou a pensar nesse assunto aos seus 15 anos. Depois de a sua mãe lhe fazer uma "surpresa" não tão agradável no seu aniversário.

- Parabéns rapaz, quantos fazes mesmo? - O seu pai murmurou, ainda a alguns passos de estar sóbrio.

- Não importa, amanhã já não te lembras mesmo. Pergunto-me se ainda te lembras de engravidar a mulher que me pôs no mundo. - Provocou. Ele sabia que não era boa ideia, mas não perdia uma oportunidade.

- Oh puto, - Chamou, enquanto avançava de encontro ao filho, prendendo-o contra a parede. - Tu vê lá como me falas. Posso partir a tua cara aqui e agora.

A tensão entre os dois podia ser facilmente cortada com uma faca naquele momento. Mas de repente alguém bate à porta. E era nem mais nem menos que a sua mãe.

- Foda-se. - Resmunga entre dentes. A última coisa que ele queria era juntar o mau ao terrível.

- Mulher, pelo amor de Deus, só porque o miúdo faz anos--

- Cala-te. Sabes bem que eu me preocupo mais com ele do que tu alguma vez preocupaste. - Desvia o olhar para o menor ali. - Hyuck, filho, preciso de falar contigo, vem.

Seguiram os dois para o quarto dele.


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