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— SOOJUNG SAIA DAQUI!

— EU SOU TUA TIA, NÃO ME FALES NESSE TOM DE VOZ!

— SÓ QUERO QUE SAIAS DA PUTA DO MEU QUARTO!

— QUE PALAVRAS SÃO ESSAS? E PARA DE GRITAR, OS FANTASMAS OUVEM!

— NÃO HÁ FANTASMAS NESTA PUTA CASA!

E com isto Kihyun fecha a porta na cara de Soojung, a mulher que tem atormentado os seus dias com almas inexistentes, como fantasmas. O de cabelos rosado olha para a sua cama e observa Changkyun deitado de barriga para cima, olhando-o ao contrário.

— Desculpa, eu avisei que ia ser difícil na minha casa estas semanas...

— Não faz mal, eu até gosto da tua tia, ela fez um chá para me proteger dos fantasmas. — Changkyun ri à medida que fala. — Tu ficas bem mais bonito deste ângulo.

Yoo revira automaticamente os olhos e aproxima-se do mais novo. Changkyun fecha os olhos pronto para que Kihyun destrua a sua cara bonita, no entanto o mais velho apenas deita-se ao seu lado, também de barriga para cima. Ficam os dois naquela posição durante alguns minutos, até que Kihyun começa a sentir-se zonzo.

— Sinto que o sangue não me está a chegar a cabeça...

— Habitualmente ou agora?

— Só agora, estúpido. — Kihyun vira a sua cabeça na direção do mais novo — Agora a sério, desculpa a minha tia ser tão invasiva. E desculpa também se ela disse algo estúpido, às vezes parece que ela não controla o que diz...

Yoo olha pelo canto do olho e observa a figura sorridente de Changkyun. Quem diria que ser tutor de alguém lhe daria algo maior que o prazer de ajudar alguém... Lhe daria um amigo. As curvas do sorriso do moreno terminavam nas suas covinha vincadas. Antes Kihyun não fazia a mínima de ideia de que elas existiam, mas quando viu Changkyun sorrir abertamente há semanas atrás, descobriu a maior fraqueza do ser humano: as suas covinha perfeitas. Dantes esforçava-se para poder vê-las sempre que pudesse, mas aos poucos começaram a surgir naturalmente. Changkyun havia sorrido mais nesta semana do que em qualquer fase e Kihyun estava grato por isso.

— Ela não disse nada de mais, não te preocupes. — Changkyun anuncia com a sua voz agradavelmente grave e levanta o seu troco, deitando-se de lado virado para o amigo.

— Nada de mais?

— Uhum.

— Nadinha mesmo?

— Uhum...

A um certo ponto Im fechou os olhos enquanto Kihyun anunciava mil e uma histórias sobre a sua tia lá em casa. Eram oito horas e meia da noite e a sessão de estudo tinha acabado há cerca de meia hora, ou seja, estava na altura de Im ir para casa. No entanto, o mais novo encontrava-se adormecido não apresentando sinais de que fosse acordar, pois os cobertores e a cama de Kihyun eram irresistíveis.

Kihyun, quando vê que o mais novo não dá indício de resposta, deixa sair uma pequena risada pelos seus lábios. Changkyun era simplesmente adorável. A um certo ponto estica o seu braço e acaricia os cabelos macios do mais novo, parecia que estava nas nuvens...

Passam-se quinze minutos e, apesar de Kihyun poder ficar horas a olhar para o mais novo, decide acordá-lo, pois o breu da noite já se manifestava na sua janela e Kihyun ficou com um ligeiro medo que algo acontecesse a Changkyun se as ruas ficarem mais escuras.

— Changkyun... — O mais velho toca levemente no seu nariz — São nove horas, acorda.

O mais novo não abre os olhos, mas deixa flutuar um sorriso.

— Uhum.

Aos poucos, Im arruma as suas coisas e levanta-se da cama com uma preguiça altamente notável. Kihyun controla o seu riso e observa o mais novo à medida que este percorre o trajeto até à porta. Antes de andar muito, Changkyun volta para trás e mira o mais velho. Kihyun ainda se encontrava sentado na cama e Changkyun estava de pé, com a mochila às costas. Sem dar muito tempo a Kihyun para pensar o que quer que fosse, Changkyun aproxima-se do mais velho e deposita um beijo na sua bochecha.

— Boa noite Yoo.

E com isto Changkyun abandona o quarto e, momentos mais tarde, também a casa de Kihyun.

O de cabelos rosados nem tem tempo de pensar devidamente no que aconteceu e controlar o vermelhão das suas bochechas, pois a sua tia entra no quarto repentinamente.

— O teu namorado já foi embora?

— Na-namorado? Porquê que dizes isso?

Soojung olha para o seu sobrinho com um olhar desconfiado.

— Quando ele chegou aqui a casa perguntei se era teu namorado e ele concordou imediatamente, muito convincente. Por isso não precisas de me mentir Kihyun, eu sei guardar segredos...

E foi numa fração de segundos que Yoo Kihyun se tornou a pessoa mais vermelha do planeta, enquanto tentava digerir a informação mais embaraçosa de sempre e expulsar a sua tia do quarto simultaneamente.

❀ 𝐳 𝐚𝐩𝐩 ❀ - ❥ 𝐦𝐨𝐧𝐬𝐭𝐚 𝐱 𝐜𝐡𝐚𝐭 DESCONTINUADAOnde histórias criam vida. Descubra agora