Lalisa Manoban é uma jovem de 21 anos com um passado horrível e devastador, mas que hoje tem uma das mentes mais brilhantes do mundo, se não a mais brilhante.
Já Jennie Kim é uma Jovem de 20 anos que sempre foi bem de vida, com os pais sempre ao se...
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Punto de vista Lalisa
"VOCÊ TÁ VENDO ISSO?" As memórias voltavam à minha mente como lâminas afiadas, cortando cada pedaço de mim. Eu sentia o peso delas como se fossem reais, ardendo em minha pele como feridas abertas.
"É TUDO CULPA SUA, LALISA! SUA CULPA! SUA PIRRALHA NOJENTA!" Essas palavras ainda rugiam em minha mente, tão nítidas como no dia em que foram ditas. Nenhum detalhe se perdeu. Cada som, cada palavra, cada gesto ainda vive dentro de mim, como um eco eterno que eu não consigo calar.
"Você é um estorvo para nós, Lalisa. UM ESTORVO!" A voz dele era um trovão, cuspindo ódio e desprezo enquanto seus insultos se cravavam em minha mente.
- Lalisa.
"SE NÃO FOSSE POR VOCÊ, ISSO NÃO TERIA ACONTECIDO! NÃO É MINHA CULPA, É SUA!" O tom dele era um grito que me esmagava. Até hoje, sinto o peso das acusações em minhas costas, como uma sombra que nunca vai embora.
- Lalisa.
"VOLTA AQUI, LALISA! EU AINDA NÃO ACABEI!" Ainda sinto as marcas, os dedos em meu braço, os socos na minha face. Não importa quanto tempo passe, essas memórias continuam vivas, como se tivessem acontecido ontem.
- Lalisa, acorda, porra! - Minha visão se ajusta de repente, e lá estava Moonbyul, agachada na minha frente, me encarando com preocupação.
- Hum... oi.
Minha voz sai fraca enquanto eu olho ao redor, tentando entender onde estava. A realidade me atinge de novo: o banheiro do banco de Seul. Eu ainda estava naquela droga de lugar.
- Que diabos aconteceu com você? - Moonbyul se levanta, cruzando os braços enquanto me observa.
- Como assim? - Eu tento parecer casual, mas me levanto rápido demais e fico tonta, embora faça o possível para disfarçar.
- Como assim? Você estava aí sentada, olhando pro nada! Seus olhos nem piscavam. Parecia que tinha fumado alguma coisa... você tava viajando!
Olho rapidamente para o relógio no meu pulso: 10h20. Jin ainda estava na reunião. Pelo menos, aparentemente, eu não tinha feito nada que pudesse comprometer o plano.
- Ah, eu também não sei... acho que viajei um pouco. - É tudo que consigo dizer, evitando o olhar dela.
- Sério? Nem percebi...
A ironia na voz dela me faz suspirar.
- Lalisa, aconteceu de novo, né?
- S-sim. - Admito baixinho, sem encará-la.
Moonbyul sabia do que se tratava. Esses "colapsos", como ela chamava, me faziam reviver partes do meu passado. E eu odiava cada segundo deles.
- O que desencadeou isso agora? Não acontece sem motivo. - A preocupação no tom dela me faz sentir ainda pior.
- Não foi nada... depois te conto. Não devíamos estar aqui juntas. Se nos virem, vai tudo por água abaixo. Vamos sair logo. - Falo rápido, desviando o olhar, mas algo no chão chama minha atenção. Meu computador. - Ah, e temos um problema. Meu computador quebrou.
- O quê? Como assim quebrou? O que aconteceu?
Ela sabia o quanto aquele computador era essencial para o plano.
- Não foi nada, depois explico. Agora vamos sair daqui. Se nos pegarem juntas, você sabe o que acontece.
Relutante, Moonbyul concorda com um aceno. - Ok, mas depois você não me escapa. Eu saio primeiro, espera aqui.
Ela vai até a pia, lava as mãos e o rosto, depois sai do banheiro
Espero alguns minutos, tentando religar meu computador, mas ele estava completamente destruído. Aquele riquinho arrogante tinha feito questão de quebrá-lo, e só de lembrar do que ele fez, meu sangue ferve.
O cuspe dele foi a gota d'água. Desencadeou tudo. Minhas memórias voltaram como uma avalanche, me arrastando para o inferno do meu passado. E agora, além de lidar com isso, o plano de Jin estava em risco.
Lavo as mãos e o rosto, tentando me recompor. O relógio apita, indicando que já posso sair. Pego o computador quebrado e vou em direção à porta, mas, no momento em que a abro, alguém entra abruptamente.
Era ela. A garota que estava com o riquinho nojento.
Era impossível não notá-la. Seus longos cabelos negros, levemente ondulados, caíam em cascata pelas costas, com um brilho que competia com as luzes ao redor. Cada fio parecia ter sido cuidadosamente posicionado, mas ao mesmo tempo, havia uma naturalidade desarmante. Seus olhos castanhos escuros tinham um magnetismo hipnótico, penetrante.
Ela vestia um vestido lilás que abraçava sua silhueta com perfeição, destacando suas curvas de forma elegante, sem exageros. A tonalidade suave do tecido contrastava com a intensidade de sua presença, tornando-a ainda mais deslumbrante. Havia uma simplicidade calculada naquele visual que só aumentava seu charme – o tipo de beleza que não precisava de adornos para se destacar.
O detalhe final era o perfume. Um aroma fresco e marcante de morangos com um toque de menta inundou o ambiente quando ela passou, deixando um rastro impossível de ignorar. Foi apenas por alguns segundos, mas foi o suficiente para cravar sua imagem em minha mente. Nossos olhares se encontraram por um instante fugaz, e, naquele momento, tudo ao meu redor parecia ter desaparecido.
Respirei fundo, desviando o olhar, tentando ignorar a sensação estranha que crescia em meu peito. Não era hora de me distrair – ela era um enigma que eu não tinha tempo para decifrar.
Balanço a cabeça, afastando esses pensamentos, e me concentro no que vem a seguir. Jin ainda precisava dar o comando para sairmos, e eu precisava estar pronta. Meu computador estava fora de jogo, o que significava que agora eu tinha que confiar apenas na minha memória. Que droga.