santa mierda

472 41 11
                                    

Ponto de Vista: Jennie

— Esse menino veio até aqui para pedir sua mão em namoro.

— C-como assim? — pergunto após um longo silêncio.

Meu pai e Ahn Jae Hyun me olhavam, esperando algo mais, mas eu realmente não sabia o que dizer. Eles acham mesmo que vou aceitar?

— Isso mesmo, Jen. Eu vim para oficializar as coisas. Já até falei com o seu pai — Jae diz, sorrindo para mim. Tá, essa atitude até que é bonitinha, mas eu não pedi nada disso. Ou será que pedi?

— M-mas...

— Jennie Kim, o rapaz está aqui como um verdadeiro homem, um cavalheiro, pedindo minha autorização para namorar você. Não me venha com arrependimentos agora — meu pai diz, me interrompendo de forma rígida, como sempre.

— Mas...

— Você está arrependida? — Jae pergunta, cortando minha fala novamente. Como eu poderia me arrepender de algo que nem lembro de ter feito? O que diabos aconteceu?

— E-eu não estou... Quer dizer, estou? Não, calma — gaguejo, perdida. Nem sei que dia é hoje! — Pai, antes de tomar qualquer decisão, posso conversar a sós com o Jae? — peço, olhando para ele.

Ele me encara seriamente, depois volta o olhar para Jae e sai da sala sem dizer nada.

— E então? Gostou da minha surpresa? Você vai aceitar, não vai? — Jae pergunta, se aproximando. Dou um passo para trás, desconfortável.

— O que foi? Fiz algo errado? — ele pergunta, parando no mesmo instante, com um semblante triste.

— Não, é só que... — Bufo frustrada, sem saber como agir. Eu não quero namorar com ele, mas também não quero magoá-lo, e dessa vez nem é por causa do meu pai. — Pode me contar o que aconteceu na festa? — peço, me sentando no sofá, porque minhas pernas pareciam prestes a ceder.

— Você realmente não se lembra, não é? — ele pergunta, triste, sentando ao meu lado.

— Não é isso... Só quero refrescar a memória — digo, tentando parecer confiante.

Ele solta um sorriso fraco.

— Certo. Bom, nós nos beijamos — ele começa, com um sorriso encantador. Queria poder sorrir também, mas não lembrar disso só me deixava confusa e triste. — Depois do primeiro beijo, nos beijamos várias outras vezes.

Sério? Esse menino se apaixonou só com uns beijinhos?

— E então você disse que queria namorar sério comigo — ele continua.

No momento em que ouvi isso, quase vomitei.

— E pediu para eu falar com o seu pai.

O que me deram pra beber nessa festa?!

— Olha, Jae, eu não sei o que dizer e...

— Calma, só me deixe fazer uma coisa — ele diz, se aproximando mais uma vez e me puxando para um beijo.

No início, eu estava paralisada, mas confesso que, com o tempo, me deixei levar. Seus lábios eram macios e se moviam com maestria. O beijo era delicado e calmo. Quando ele pediu passagem com a língua, hesitei, mas acabei cedendo. Foi aí que ele intensificou o beijo, e eu não consegui evitar corresponder.

— Opa, acho que Jennie aceitou, não é? — a voz do meu pai ecoa pela sala, nos fazendo parar imediatamente e nos afastar.

— Eu creio que sim — Jae responde, me olhando com um sorriso radiante.

— E-eu acho que... s-sim — murmuro, sem saber ao certo como me sentir.

Eu gosto do Jae, mas não ao ponto de namorar com ele. Eu não o amo. No entanto, seu beijo... Eu gostei do beijo. Pelo menos, desse que pude me lembrar.

— Ótimo, isso é muito bom — meu pai diz, sorrindo e vindo em nossa direção. Ele nos faz levantar. — Então, garoto, não quer nos acompanhar no café?

— Não, senhor. Preciso voltar para casa. Prometi passar o dia com meus pais. Desculpe-me — Jae responde educadamente.

— Certo. Um homem de palavra consegue tudo o que quer, garoto. Continue assim — meu pai diz, satisfeito.

Reviro os olhos. Se eu ganhasse uma moeda a cada vez que meu pai dizia isso, eu estaria milionária.

— Tá bom, pai. Jae precisa ir agora, não é? — digo, aproveitando a deixa.

Jae sorri, concordando comigo.

— Foi um prazer conhecer e conversar com o senhor, sr. Kim — ele diz, estendendo a mão.

— Digo o mesmo, sr. Hyun — meu pai responde, apertando sua mão firmemente. — Jennie, acompanhe-o até a porta.

— Claro — falo, caminhando até a saída com Jae logo atrás.

Abro a porta, e ele me encara antes de sair.

— Fiquei muito feliz que tenha aceitado meu pedido — ele diz, sorrindo.

— Eu também — respondo com um sorriso tímido.

— Legal. Te ligo mais tarde, tá?

— T-tá — respondo, nervosa com sua proximidade.

Ele se inclina para me beijar novamente, e eu retribuo, ainda confusa com tudo isso. Jae vai embora, e eu entro em casa, sentindo um misto de sensações.

Eu não amo Jae, mas talvez o tempo resolva isso. Apesar disso, sinto que não estou sendo completamente verdadeira. Seus sentimentos por mim não são recíprocos, e isso me deixa mal.

Com o coração pesado e a cabeça cheia, vou para a cozinha. Pelo menos, agora eu posso comer.

Ponto de Vista: Lalisa

— Caralho, bate antes de entrar! — reclamo ao ver Jisoo invadir meu quarto sem nenhum aviso.

— Cala a boca — ela responde, fechando a porta e se aproximando. — O que vocês foram fazer ontem?

— Uma missão, nada demais. Só consertar meu computador — respondo, já sabendo que ela se referia à minha saída com Rosé.

— E o que aconteceu lá? — ela pergunta, desconfiada.

— Nada demais. Deu tudo certo no final — falo, pegando o notebook. — Tá vendo? Ele já está ligando.

— Que bom que conseguiram, mas quero saber o que aconteceu entre você e Rosé. Por que ela está triste?

Ah, pronto.

— Nada demais, é só drama dela, Soo...

— Drama é o caralho! — Rosé grita, entrando no quarto.

— Mas será possível?! Vou começar a deixar essa porta trancada! — exclamo, frustrada. — E escutar a conversa dos outros é feio, Rosie.

— Me poupe desse papinho, Manoban! Você me tratou muito mal ontem! — ela retruca, andando de um lado para o outro.

— Eu te tratei mal porque você se comportou mal!

— O quê?! Eu não sou uma criança, Lalisa!

— Se parece com uma.

— CHEGA! — Jisoo grita, levantando-se da cama. — As duas estão agindo como crianças. Agora, peçam desculpas uma para a outra!

— Só depois dela — digo, me jogando na cama.

— E eu só depois dela — Rosé rebate, me encarando.

— Mas que porra! — Jisoo sussurra algo no ouvido de Rosé, que imediatamente revira os olhos, mas cede.

— Aff, desculpa, Lalisa. Pronto?

— Desculpa, Park.

Assim que elas saem, tranco a porta, exausta. Passei a madrugada vendo Naruto e, agora, tô só o pó.

Enfim, a irresponsabilidade.

Continua...

El Atraco - jenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora