Celi

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Alguns minutos antes

— É, até que não foi tão mal assim — pensou Harris saindo da sala de Rosa

O garoto estava mais aliviado, agora que sabia a real missão de seu tio. Apesar de preocupado, tinha a plena certeza que ele voltaria

Ele estava andando em direção ao "The Memorial Sweet Park", pensando num jeito de distrair a Doctor e Yasmin enquanto Rosa terminava os reparos

— E se eu pedir pra ela me contar algumas histórias!? Certeza que ela vai topar — pensou animado

Ouvir as histórias contadas por Rosa era uma coisa, agora ouvi-las diretamente da boca de quem as viveu, séria único 

— Aquela da invasão Dalek na terra é muito boa! Não, pera...e se ela não topar? — pensou — Talvez um passeio por aqui? Não,  muito chato. Que tal um jogo de anti-ball? não, a Malyer vai ver que eu saí. Já sei! Vou levá-las pra ver a Nyss...

Nyss!

O garoto esqueceu completamente que deixou a bebezinha com a louca da Celeste. Ele sai correndo em direção a loja onde ela morava para ver se Nyss ainda estava inteira.

Não que Celeste não fosse uma boa pessoa, na verdade, Harris gostava muito dela. Porém, ela era muito desastrada, vivia no mundo da lua. Era bem capaz de ter esquecido a pobre neném em algum lugar da bagunça que chamava de casa.

Rapidamente, o garoto correu pelas ruas da cidade abandonada indo em direção a antiga avenida 54.

Era uma rua larga, repleta de pequenas lojinhas, a maioria fechadas, porém o rapaz sabia o que estava procurando. Ele vai até o fim da rua, em direção a uma farmácia que ainda ostentava o letreiro "os melhores preços".

Era possível ouvir um som de piano crescente conforme ele ia se aproximando da construção.

— Ótimo, tá em casa — pensou

Ele entra na loja

Era uma verdadeira bagunça. Quadros pintados a tinta por toda a parte, com as mais diversas cenas retratadas. Desde galáxias, cidades da terra, móveis, a silhueta de um homem e uma mulher abraçados vendo as estrelas... uma das pinturas, retratava a duas figuras lutando em cima do telhado de uma casa. Uma delas parecia ter um gancho no lugar de sua mão esquerda, um navio flutuando entre as nuvens com quatro pessoas levadas a ele por um raio laranja.

Havia um modelo em escala de uma pirâmide Asteca posicionado em uma mesa, várias peças de equipamentos velhos espalhados pelo chão e prateleiras abarrotadas de livros.

O garoto nem tentou chama-lá, foi direto para a salinha no fundo onde ela dormia.

A porta estava aberta e ele entrou sem fazer barulho.

Parecia que um furacão tinha acabado de passar ali.
Havia uma escrivaninha com dois monitores de computador posicionados um na esquerda e um na direta com o ângulo visual convergindo para o centro, uma mesinha com quatro dispositivos prateados semelhantes a pulseiras, uma janela, uma tela coberta com um pano branco, a qual Harris olhou com curiosidade, e uma figura de frente para a janela, de costas pra ele, tocando piano

Sua voz era suava, doce e gentil, parecia tocar com a alma.

- "[...] But now I've gone and thrown it all away...

O rapaz viu Nyss dormindo serena na rede em que Celeste dormia. Parecia muito bem, relaxou.

Então, com cuidado, ele se aproximou mais. Gostava de ouvir Celeste cantando e não viu problema em deixá-la terminar.

Doctor Who : A Penumbra Dos Daleks (Incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora