Caminhos

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A figura feminina estava parada de frente a Yas. Possuía uma pele morena e vestia um sobretudo azul, que se estendia até os joelhos.

— Bem, de certo modo, pode-se dizer que sim! — exclamou a mulher com um tom levemente descontraído.

— Você é ou não é? Pra que ser tão megalomaníaca assim? — falou Yasmin enquanto abria seus braços em indicação ao congelamento das pessoas.

A mulher deu de ombros

— Vocês pareciam estar se divertindo muito, não quis cortar o clima — disse num tom que imitava fofura, mas dava pra sentir a ironia — Sabe o que dizem " nunca interrompa humanos quando seus níveis de dopamina estão elevados".

— Ah, claro. Imagine se quisesse!— Yasmin falou no mesmo tom enquanto ainda olhava em volta para as pessoas congeladas.

— Suponho que esteja se perguntando como isso é possível — disse a mulher — vou pular a matemática e colocar em termos que seu cérebro entenda

Yas a interrompe

— Já sei, já sei. É como o Flash. De algum jeito, você fez nos duas nos movermos tão rápido que o resto do tempo parece parado.

A mulher levanta uma sobrancelha e uma expressão de surpresa passa brevemente por seu rosto.

— O nome é bem sugestivo — disse Yas, deleitando-se com a expressão de surpresa

— É um jeito de colocar. Subestimei você, minha garota. Não é a toa que ela te escolheu. Pelo que pesquisei, ela gosta de umas garotas inteligentes.

— Vai me contar quem é você ou não?  — Yasmin se aproximava da mulher cautelosamente, estreitando os olhos na frente dela. Ela cutuca levemente o braço dela, para se certificar que não era algum tipo de truque.

A mulher revira os olhos com uma expressão irritada

— Aquela garota arco-íris... — ela levemente se afasta de Yas — me escute, não temos muito tempo. Preciso que encotre a Doctor, a sua Doctor... Bem, que me encontre. A versão loira com calças pequenas e entregue uma mensagem.

Yas disse:

— Você poderia muito bem encontrar ela sozinha, não? — abriu os braços indicando o arredor  — Alguém que faz isso deve ter muitos recursos. Não precisa de mim 

— Eu tenho outras coisas pra lidar no momento — disse com rispidez — Não posso ficar perdendo tempo vagabundando pelo espaço atrás da "garota colorida".

— E você acha que eu posso? Olha, tenho uma vida agora, sabia disso? Não posso abandonar tudo isso. E outra, se você está tão ocupada assim, como arranjou tempo pra tomar café num restaurante? — indagou.

A mulher suspira profundamente.

— Eu estava procurando você. Segui os traços de energia temporal residual da TARDIS e achei essa cidadezinha. Você é o link mais recente que tenho com a "cachinhos dourados". Ela sabe sumir quando quer.. — disse a mulher

— E o Ryan? Ele também viajou na TARDIS comigo.

— Depois dos Cyberman? Duvido que ele toparia.

— Como você sabe do Cyberman?

— Querida, breve você me compreenderá está bem? Mas primeiro, eu preciso que você encontre a loirinha.

— Como acha que vou fazer isso? Ela pode estar em QUALQUER LUGAR, droga — disse

A mulher mostrava irritação

— Se você não procurar pela Doctor não vai ter vida, Terra ou universo pra voltar.

— Hã!? — Yas arregalou os olhos, um pouco espantada.

— Tem algo vindo pra cá, algo que pode destruir tudo e eu preciso da sua Doctor para impedir. Você é o jeito mais fácil de chegar até ela.

Yasmin assumiu uma postura mais séria

— Qual a mensagem ? — questionou.

— Não posso falar a você — disse a mulher — Veja, um dos efeitos colaterais da "Aceleração Temporal de Matéria " é a amnésia. Você vai esquecer de tudo que aconteceu, então é inútil de contar a mensagen.

— Bem inútil não? Como vou passar uma mensagem se não lembro dela?

— Nunca disse que você ia falar a mensagem

A mulher da um sorrisinho e puxa algo semelhante a uma caneta do casaco

—  Farei uma tatuagem em você. Não se preocupe, só será visível com o toque de um Time Lord. Quando a cachinhos dourados lê-la, irá entender tudo. Agora, levanta essa manga e estende o braço.

A garota olhou desconfiada para aquela caneta, mas estendeu o braço.

A mulher começa a desenhar símbolos incompreensíveis para a garota, que não sente dor nenhuma. Quando a mulher retira sua mão do braço de Yas, as marcas desaparecem.

— Indolor, querida— disse a mulher, que retirava do bolso uma máquina semelhante a um grampeador e grampeia algo na mão de Yas — Mas esse não é

— Aí ai ai, que droga! —  reclamou Yas, acariciando a mão direita.

— Isso é um gravador Nestly. Se funde a carne da sua mão e funciona como uma memória externa. Pressione e deixe uma mensagem para si mesma para lembrá-la de procurar a Doctor.

Yas encara a mão e a mulher como um olhar de dúvida.

— Não farei isso se não me contar o que é esse "mal"

A mulher parece mais séria, se é que é possível

— Você não quer saber, acredite em mim.

— Se não contar, não farei nada — respondeu com um ar de seriedade, cruzando os braços

A mulher suspira, se aproxima e coloca os dedos nas têmporas de Yas

— Não diga que eu não avisei

Ambas fecham os olhos. Naquele momento, Yasmin enxergou ruas de uma cidade, completamente movimentada, repleta de gritos desesperadores. Observava também, criaturas envolvidas por uma nuvem escura,retirando a vida das pessoas. Havia sangue e cheiro de pólvora nós arredores. A visão que Yas tinha, se dissipou, por um clarão forte vindo dos céus. Logo, Yas cai de joelhos no chão, assombrada com o que acabara de ver

— Eu disse — falou a mulher friamente — Agora deixe a mensagem, o tempo está acabando.

Uma luz forte circulou a mulher, que desaparece rapidamente.

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— Yas? Yasmin!? Acorda amor! — dizia Ryan chacoalhando cuidadosamente Yasmin.

Ela vagarosamente vai despertando. Tomou um breve susto, ao perceber a aglomeração que lhe cercava.

— Vamos dar espaço para a moça respirar! — falou uma das mulheres.

— O que aconteceu Ryan? — perguntou ela, seu pulso doendo muito

— Eu que pergunto, tá tudo bem? — Falou Ryan, acariciando o rosto dela.

— Não sei, eu não lembro

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Doctor Who : A Penumbra Dos Daleks (Incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora