Pelas luzes do Alemão

Capítulo 10

Laís Metzeler

Acordei com o maior alvoroço, já imaginava o que era, meu pai e os soldadinhos de chumbo dele.

Olhei no telefone, 14:20, porra, me superei hoje.
Olhei na tela, mensagens da Izzy

Izzy 💜: Oi Lis, sai agora do IML daqui.
Izzy 💜: Graças a Deus, não é ele.
Izzy 💜: Nosso menino tá vivo ainda.
Izzy 💜: Espero que você tenha um bom dia ❤️.

Respondi ela e agradeci a Deus por não ter sido o Fabinho, mas também pedi pra ele confortar o coração da família do menino que foi encontrado.

Tomei um banho, coloquei uma regatinha branca, um short preto, fiz um rabão de cavalo, tava um calor pique amostra grátis do inferno.

Passei pelo quarto da Sasha e ela também tava saindo e com a cara de quem queria matar um. Essa aí você pode fazer tudo, só não acorda ela porque aí já era, tu vai ver o cão em pessoa na tua frente.

Laís: Ele também te acordou?- passei a mão no rosto.

Sasha: Eu não suporto mais isso.- ela bufou.

Descemos e da escada mesmo já vimos meu pai e uma grande quantidade de policiais.
Meu pai nos olhou e o resto nos cumprimentou rápido e logo abaixaram a cabeça.

Laís: Reunião extraordinária a troco de quê?

Ricardo: Descobrimos quem é o tal Coringa.

Coringa passou a ser um dos traficantes mais procurados do Rio.
O cara não trabalha só aqui, trabalha no país todo, além de regiões, tipo Jamaica, Bolívia, esses lugares assim.
Ele começou a ganhar rol há uns seis meses e desde então, só vem ganhando força e grana.
Meu pai tá procurando ele faz o maior tempo, mas ninguém tinha certeza de quem era ele, até agora, pelo o que eu vi né.

Laís: Fala, quem é o bendito?

Ricardo: Seu padrinho Felipe.- ele falou com desgosto.

Laís: Era pra ser engraçado?

Ricardo: Não é piada, Laís. Ele tá aliado com o morro do alemão e vai entrar de frente em outro, não sabemos qual e nem quando, ainda.

Meu padrinho sempre foi tudo o que eu tinha, tipo de família, sabe.
Minha mãe em algum lugar do mundo. Meu pai cercado de trabalho e da Sofia. Meus avós moram outro estado, fica foda.

Deixei de falar com ele meses antes de eu ter ido procurar o Fabinho no Peru, não porque eu quis, mas porque ele sumiu e minha vida tava uma bagunça.

Ricardo: Laís.- ele me chamou- qualquer ligação ou mensagens dele você vai me avisar, entendeu?

Laís: Tá.- falei sem importância.

Puxei a Sasha pra cozinha e me sentei na bancada altinha tentando processar.

Sasha: Será que é ele mesmo?

Laís: Não sei porque, mas eu tenho certeza que sim.

Sasha: Será que ele vai mandar mensagem pra tu?

Laís: Ele não. Mas eu vou.

Sasha: Tá falando do que, maluca?

Laís: Cidaaa, to saindo.- falei alto.- irmã te ama.

Cida: Pra onde e com quem?

Laís: Praia e com um amigo. Beijooo.

Passei pela sala e quando fui sair meu pai me chamou.

Ricardo: Tá indo pra onde

Laís: Relaxa, não vou encontrar com meu padrinho.

Entrei no carro e pedi pro Nakamura ir pro final da praia.
No caminho, liguei pro Ph.

Ligação on 📱

Ph: Fala pra mim.

Laís: Pode me buscar no final da praia?

Ph: Colfoi?

Laís: No final da praia. Temos que conversar.

Ph: Posso ficar dando mole aí não, parceira.

Laís: Por isso mesmo eu mandei você ir me buscar.

Ph: Jae. Fica ligada que eu chego aí em 10 minutos.

Ligação off 📱

Olhei pelo retrovisor e o Nakamura permanecia quieto.

Laís: Fica suave, não é meu padrinho.- rir fraco.

Naka: Eu sei. Deve ser o cara que você viu ontem.- ele riu.

Laís: Como você sabe?- rir-

Naka: Eu to macumunado com tua irmã. Já tive a idade de vocês e os pais super protetores.

Laís: Obrigada.

Naka: Disponha.