Capítulo 11

10.1K 663 70
                                    

Pedro Henrique

Tava no mirante fumando com Japa e a Laís me ligou, deu pra sentir o desespero dela na voz, irmão. Desci a mil pra praia e a encontrei na peão, tava encostada num carro preto olhando pro lado.

Ph: Bora.- parei a moto na frente dela.

Laís: Fala pro meu pai que eu to com a Mia.- ela abraçou o cara lá e subiu.

Fui pro morro rapidão, os menor lá logo deram passagem e eu fui pra boca.
Deixei a moto com um vapor meu e puxei ela pra dentro.

Ph: Rala, seus cuzao.

Japonês: Colfoi? Quem é a mina?

Ph: Laís.

Japonês: Iai pô, suave?

Laís: Aham.- ela falou sem jeito.

Japonês: Vou lá ver a mandada.- ele se referiu a Nanda.

Japonês saiu e uns mlk também e eu fechei a porta.
Laís sentou no sofá e eu na cadeira e ela me olhou.

Ph: Tu que me ligou, passa tua visão aí.

Laís: Eu ainda to tentando raciocinar.

Ph: Colfoi, Laís?

Laís: Você conhece o Coringa?

Ph: Do filme? O cara é mídia pô, gosto dele.

Laís: Sem deboche, por favor.

Ph: Tu quer que eu fale o que, parceira? Tu chega do nada e pergunta um bagulho mó nada haver.

Laís: Conhece esse cara?- ela virou o telefone e mostrou uma foto dela com o Coringa.

Ph: Nem ideia.

Confio mermo nao. A mina é filha de polícia, era nem pra ter trago ela aqui, pra minha cabeça rodar e eu cair no inferno é daqui pra ali.

Ela sentou no sofá, passou a mão no rosto e suspirou fundo.

Ph: É o seguinte mina, tu fica aqui e não sai.

Laís: Onde você vai?

Ph: Fazer uma ligação, rapidin.

Fui la pra fora e liguei pro Coringa.

Coringa: Fala mlkcote.

Ph: Meu parceiro, ta ligado numa tal de laís?

Coringa: Lais, qual laís, menor?

Ph: Sei la o sobrenome, irmão. Ela é filha de Tenente, tem uma irmã chamada Sasha. A mina diz que te conhece.

Coringa: Cadê ela, mano?- senti ele se exaltar.

Ph: Ta aqui no morro.

Coringa: Não deixa ela sair, eu colo aí em 10 minutos.

Ele desligou e eu entrei de volta vendo ela com a mão no rosto.

Ph: Conhece esse cara aí como?

Laís: Esse cara, era o meu padrinho.

Ph: Era?

Laís: Eu conhecia o Phellipe, o meu padrinho e não um traficante procurado.- ela suspirou.

Ph: Se liga num bagulho Laís.- sentei do lado dela- nem todo mundo entra nessa vida porque quer. Tu achar mermo que eu quero os menorzinho daqui envolvido?

Laís: Não..

Ph: Entao, mano. Tem nego que entra por necessidade e se liga, entrar todo mundo entra, mas pra sair é foda.

Laís: Por que?

Ph: Porque é tráfico, Laís. Tem uma arma mirada na tua cabeça 24 horas por dia. Se tu não terminar no caixão, vai ser na cadeia.

Laís: Então é verdade? O Coringa e meu padrinho são a mesma pessoa?!

Pelas luzes do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora