Pelas luzes do Alemão

Capítulo 41

Pedro Henrique

Último Capítulo/ parte 1...

Em quatro anos, a minha vida mudou de uma forma que eu nem sei explicar.

Fui preso e lá fiquei por um ano e meio, os caras da polícia vieram e me ofereçam um acordo: liberdade em troca de ajuda. Fui investigado durante meses e meses e meses.
O acordo era simples: eu saia da prisão em troxa trabalharia pra polícia ajudando a prender outros traficantes.
No começo foi só pra me livrar da cadeira mesmo, mas depois fui pegando gosto pela coisa e crescendo nesse meio.
Nunca pensei que estaria na polícia e muito menos gostando disso, a vida realmente muda do dia pra noite.  

Tirei a Nanda e minha mãe da favela e limpei minha ficha na polícia.
Agora eu tô morando num apartamento na barra e tô dando a vida honesta que elas sempre merecem.
Comprei uma casa pra minha mãe e a Nanda não quis, decidiu morar comigo, nada fora do comum né.
Nanda começou um cursinho de pintura e hoje trabalha com isso, tem até sucesso na profissão, faz umas artes maneiras, papo reto.

Perdi o contato com todos os mlk do morro, era o certo né, sai dessa vida e me orgulho disso. Só sei que o Japonês é o dono do vidigal, mas nunca entreguei isso, até porque não é minha área e o Coringa caiu no xadrez e não saiu mais, aquele lance, aqui se faz, aqui se paga.

[...]

Cheguei em casa e a Nanda tava deitada no sofá vendo televisão.

Ph: Fala cachorra velha.- beijei a testa dela.

Nanda: Oi vagabundo.

Ph: Passou o dia em casa de bagunçarem?

Nanda: De vagabundagem não. Eu não tinha nenhuma pintura hoje, nenhum desenho.

Ph: Vou tomar um banho e vou lá no fórum.

Nanda: Fazer o que?

Ph: Assinar um documento de proteção.

Nanda: Pra que proteção

Ph: Porque me colocaram de frente pra investigar um traficante novo.

Nanda: Cabeça na mira da bala.

Ph: Papo reto.

Nanda: Em pensar que um dia você tava atrás do gatilho.

Ph: Pois é, Nanda. Tu vê como é a vida.

Nanda: Quando volta, vamo pedir uma pizza?

Ph: Bora. Vou demorar não.

Nanda: Acho bom mesmo, palhaço.