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Vinha agora dos meus avós e estava a pensar.
Um dia vi alguém dizer que não podíamos fingir ser quem não somos, porque mais tarde ou mais cedo, começamos a agir conforme o que somos e a pessoa percebe que não foi por aquilo por que se apaixonou.
Fingiste ser quem não és nos primeiros dates. A farsa também passou rápido.
Na primeira vez que dormiste no meu quarto, dormiste no ''sofá'' aka cama abandonada pela minha colega de quarto da altura.
Nos primeiros dates falávamos de tudo e nem sei do que era, mas a cena é que nós não temos coisas em comum, não temos conversa um com o outro e nesses dias falávamos tanto que eu sei que estavas só a tentar parecer interessado quando não estavas.
A diferença desde a frase que esse alguém que não me lembro e nós, é que eu continuo por aquilo que foste nesses primeiros dias, mesmo quando mudaste – tornaste-te naquilo que és – eu continuava à espera e a acreditar que ias voltar àquilo que foste, mesmo quando me deixaste, eu continuava a acreditar que me amavas e que de facto eras a pessoa pela qual me tinha apaixonado.
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Chaveta
Non-FictionQuarentena deixa-me pensativa de má maneira. Os ghost não sabem da mesma maneira.