Capitulo treze - parte l

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Eu só quero reforçar que essa fic não é minha!! Eu estou so postando-a aqui.

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Capítulo treze - parte um

Vinte e dois de dezembro, dezoito horas e quarenta minutos. Lágrimas rolavam pelo meu rosto enquanto Lisa me abraçava no meio do aeroporto. O voo dela partiria em vinte minutos, me deixando dividida entre a tristeza, a alegria e a vergonha alheia de seu casaco vermelho de pluma e suas botas de cavalaria num ambiente onde os trinta graus me derretiam.
- Eu vou sentir muita saudade - disse com um aperto no peito. Ela se afastou e sorriu, deixando mais uma lágrima escapar.
- Eu também vou, minha amiga. Queria tanto que você estivesse indo comigo.
- Quem sabe não temos essa sorte um dia - eu sorri de volta. Ela então rolou os olhos e suspirou.
- Olha só para nós, até parece que eu estou indo morar lá.
- Eu sei! - disse rindo. - Somos duas palhaças. Você mais. Essa roupa e tal.
- Eu estou na última moda, ok?
- Se a última moda significar desmaiada, eu concordo - disse com as sobrancelhas erguidas. Ela me deu um sorriso sarcástico.
- Tenho uma coisa para você.
Eu franzi o cenho. Lisa abriu a bolsa cor de rosa, tirando dela algo embrulhado em um papel vermelho cheio de Papai Noel desenhado.
- Ah, Lisa, me desculpe, eu não posso aceitar...
- É claro que pode. - ela disse me estendendo o presente. Eu mordi o lábio, hesitando.
- Eu não comprei nada pra você...
- Nem eu.
Eu senti minha boca se abrir para protestar, mas então percebi um pequeno sorriso no canto dos lábios dela. Eu conhecia aquele sorriso. Meus olhos caíram sobre o embrulho nas mãos dela e eu o peguei. Abri-o com cuidado e, quando o papel o descobriu, meu queixo caiu.
- Mas o quê... - sussurrei, passando os dedos por cima da caixa.
- Você realmente achou que eu não sabia quem havia te dado essa caixa de chocolate, Duda? - Lisa perguntou com certa indignação. Mordi novamente meu lábio inferior, pressionando a caixa contra meu corpo.
- Achei. Como você sabia?
Ela rolou os olhos.
- O Harry me contou que havia te dado chocolates, esqueceu? Naquele dia, na sorveteria, eu havia ficado tão empolgada com eles que não me toquei na hora. Mas depois acabei me lembrando disso. E, vamos combinar, você nunca me deu presentes espontaneamente. Não te culpo, eu também não. - ela fez uma careta e eu ri. - Aí, lembrei também de que fora naquele dia que você me disse que ele estava namorando. Eu só juntei as peças. Você estava chateada.
Eu a olhei por um momento. Devagar, um sorriso se formou em meu rosto.
- Obrigada, Lisa.
- Não agradeça ainda, eu roubei um bombom.
Afastei a caixa do corpo e a examinei. Havia dois buracos vazios. Olhei-a com os olhos semicerrados.
- Ok, dois... Qual é, eles estavam pedindo para serem comidos! Não sei até agora como você foi capaz de guardá-los.
Eu soltei uma risada. Lisa era a melhor amiga que alguém poderia ter, e eu passaria minhas férias sem ela. Paris tinha tanta sorte.
- Vou sentir muito a sua falta.
- Eu também. Prometo fazer compras por nós duas.
- Acho bom!
Uma chamada para o voo dela se fez escutar. Nós nos olhamos mais uma vez e ela então me abraçou forte.
- Boa viagem, Lisa. Me dê notícias assim que chegar.
- Pode deixar. Obrigada, Duda.
Lisa pendurou sua bolsa no ombro, pegou sua mala de mão e começou a andar desajeitadamente devido à alta quantidade de pano sobre ela. Eu fiquei a observando até que ela estivesse a meio caminho andado, depois me virei e comecei a andar em direção à saída.
- Duda! - ouvi-a gritar e girei rapidamente nos calcanhares. - Não se esqueça de me contar sobre seu Natal com o Harry. Quero saber se aquele nerd beija bem. Mete a língua, menina!
Algumas pessoas que escutavam o seu berro lançaram um olhar divertido para mim. Eu senti minhas bochechas arderem como nunca e desejei profundamente que Lisa estivesse perto o suficiente para que eu pudesse socá-la até sua cabeça abrir e pedaços do seu cérebro pervertido cobrirem o chão. Ela deu uma gargalhada gostosa, voltando a andar, e eu apressei os passos.
Precisava sair dali o mais rápido possível.

Voltei para casa com os pais da Lisa. Os meus, por sua vez, estavam na cozinha fazendo o jantar juntos. Aquela era uma cena tão rara que eu resolvi apenas dizer um oi de longe e subir para meu quarto para não atrapalhar. Além do mais, havia uma coisa que eu queria fazer agora mais do que nunca. Sem mais demoras, sentei em minha cama e abri a caixa de bombons. Peguei um deles com cuidado, como se fosse algo de valor inestimável, e talvez fosse. O chocolate derreteu em minha boca quando o mordi, me causando uma sensação maravilhosa. Prazer. Nunca algo tão comum me dera tanto prazer. Eu sorria idiota e ridiculamente comendo os bombons mais gostosos do mundo quando o celular vibrou em meu bolso. Uma mensagem de Lisa.

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