Em buscas de respostas

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Pov. Uraraka Ochaco

Estava em cima de uma escada e vejo o livro que procurava no fundo, ao esticar os braços e alcança-lo, me desequilibro da escada caindo rumo ao chão. Mas antes de me espatifar no piso, sinto Tamaki me segurar pelos braços. 

- Obrigada Amajiki. - O agradeço. - Essa foi por pouco.

- Você precisa tomar mais cuidado em onde pisa. Se machucou? - Tamaki me pergunta soltando-me e verificando se eu tinha algum ferimento.

- Estou bem a ponto de fazer outro treino de luta. - Digo tentando disfarçar a dor que sentia na dobra do pé esquerdo e sorrio para o elfo. Tamaki estreita os olhos desconfiado enquanto fazia a minha melhor cara de anjinho e por sorte ele acredita. Tento andar um passo tapando a boca para esconder o som de dor voltando a mesa para ler um livro sobre a floresta negra, afinal se um dia pretendo ir lá seria mais adequado conhecer a área por completo.

Durante a pesquisa descobri os tipos de seres mitológicos que vivem lá como os lobos, hamadríades que eram ninfas dos bosques cujo eram ligadas a árvore onde nascem, as sereias, os grifos, vampiros, zumbis e descobri o que fazer para me defender de alguns seres das sombras. Após quarenta minutos de estudo sinto meus olhos pesados se fechando até que escuto uma voz suave sussurando:

- No décimo quinto aniversário sua jornada iniciará. Encontre aquele que transcende o tempo para a busca começar.

Ergo minha cabeça e pergunto ao nada:

- Que está aí? Por quê desses mistérios?

Tamaki se assusta com a minha pergunta repentina e resolvo explicar o que ouvi ao elfo.

- Aparentemente os espíritos estão lhe ajudando quanto a profecia. - Tamaki supõe. - Então no seu aniversário as peças irão começar a se encaixar...

- Aquele que transcende o tempo. O que você acha que pode ser? - Pergunto confusa. - Uma fênix talvez? Elas renascem das cinzas então pode ser que precise encontrar uma?

- Não pode ser uma fênix. - Tamaki discorda. - É um ser da floresta provavelmente, mas pode ser outra espécie. Existem seres que vivem a décadas aqui no reino, pode ser um dragão ou até uma bruxa. - Suspiro, pelo visto terei uma longa jornada pela frente. Saindo da biblioteca, Tamaki se despede de mim e segue para o seu laboratório para tentar criar o antídoto da gripe. Suspiro, não acredito que em plena idade média não tivemos nenhum avanço quanto a cura da gripe e de outras doenças. Se houvesse algum jeito de curar meu povo...

Sou tirada dos meus pensamentos ao ouvir novamente aquela voz:

- Se procura respostas, siga para a floresta e encontre aquele que não se pode enxergar, mas se pode ouvir.

- Ok voz misteriosa. - Digo para o nada. - Não vou cair nessa, pode muito bem ser um truque dos seres das sombras. Mas, parece tão verdadeiro e Tamaki acredita que são os espíritos. O que eles querem de mim? - Caminho para a cozinha real e ao avistar Momo a nossa cozinheira, digo. - Yaoyorozu, poderias preparar uma cesta de piquenique para mim? Ah e se possível aquele seu chá de cópia. 

- Princesa, não tenho certeza se os seus pais aprovam que eu crie um clone seu. Para o que precisa? - Yaoyorozu pergunta.

- Você é uma bruxa boa, então está liberado. - A respondo. - Por favor? Quero treinar arco e flecha, então preciso de um clone para os guardas não descobrirem que saí do castelo.

A bruxa nega com a cabeça e diz:

- Tudo bem, mas se a Nejire ficar sabendo, a culpa será sua. - Momo entrega o chá numa garrafa para mim e procura os ingredientes para a cesta de piquenique. Depois de pronta, a minha cópia caminha para o estábulo sendo seguida pelos guardas. Quando eu vejo que todos saíram, tiro o meu cavalo branco de crina preta e manchas da mesma cor do estábulo e sigo para a entrada da floresta. Se aproximando da área dos alvos, desço do cavalo prendendo a corda num galho e acaricio o seu focinho.

- Você é uma boa menina, Estrela.

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Estendo a toalha vermelha no chão e coloco a cesta no meio. Tiro o meu arco do vestido e começo a treinar. Alguns minutos mais tarde estando cansada, bebo um suco de uva e como alguns Mochis de morango, chocolate e arroz dividindo o último com a Estrela. Depois que guardo tudo, subo na estrela memorizando o caminho da floresta e fazendo cortes nas árvores com a ponta de uma flecha para não me perder. Observando a mata vejo quão destruída ela estava, como a profecia quer que eu restaure a floresta? Não sou um ser mitológico com dons para o fazer. Talvez seja por isso que os espíritos me chamaram, com certeza irão me explicar o que será necessário para o Mirio voltar a luz. Passando por entre as árvores retorcidas sigo em frente por meia hora até que ouço sons de águas caindo e vejo que era uma cachoeira. Suas águas verdes escuras quase impossibilitavam de ver o meu reflexo de tamanha poluição que se via. Olhando a minha volta não encontro nenhum tipo de ser mitológico e estranho. Resolvo perguntar:

- Olá, tem alguém ai? Sou a princesa Uraraka Ochaco do reino de Musutafu. As vozes me disseram para entrar aqui. - Vejo um movimento num arbusto e escuto a voz de mais cedo.

- Boa tarde princesa, estivemos esperando você por muitos séculos, é hora de encarar o seu destino. 

Procuro a origem da voz mas não a encontro e pergunto:

- Onde você está? Não estou te vendo. Espera, você é aquele que não se pode enxergar, mas se pode ouvir, é um fantasma? - Sinto um vento gélido percorrer pelos meus cabelos.

- Exato, sou Toru Hagakure. O espírito do ar.

Arregalo os olhos surpresa com a sua afirmação e pergunto:

- Por quê fui a escolhida para restaurar o equilíbrio do reino? - Pergunto a Hagakure.

- Sente-se, irei lhe contar uma história do passado dos espíritos elementares para entender  as suas dúvidas. - Faço o que o espírito me pede e presto atenção em sua história...

Continua...

A princesa da capa vermelha - BakurakaOnde histórias criam vida. Descubra agora