Prometida?

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Pov. Ochaco

Durante a volta para o castelo eu, a Nejire e o Tamaki ríamos de nossa brincadeira anterior com o lobo mau. Confesso que senti pena de ter rabiscado o rosto dele, tão lindo, nunca havia ficado tão perto de um garoto antes... Tirando o moranguinho. Aqueles cabelos rebeldes, sua pele macia e não posso esquecer dos olhos escarlates, que olhos perfeitos ele tem. Chegando na entrada do castelo, eles estavam a se despedir quando resolvo convida-los para almoçarem comigo. 

- Nejire-chan, Tamaki-kun depois de todo os seus trabalhos vocês devem estar com fome, não? Venham almoçar comigo. - Convido os meus amigos. - Sei que nos veremos de novo hoje mas...

- Obrigada pelo convite princesa, claro que vamos né Tamaki.

- E-Eu p-preciso terminar algumas f-fórmulas da... - Suspiro e puxo o elfo tímido pelo braço arrastando ele para dentro dos portões. - Nejire me ajude! - A fada sorri e nega a Tamaki.

- Meu moranguinho, nós já conversamos que não precisa ter vergonha, te considero da família. - Respondo o elfo. Seguindo pelos corredores entramos na sala de jantar e me deparo com o Denki ao lado de uma garota de cabelos curtos enquanto ele a abraçava pela cintura e a beijava nos lábios. O Tamaki ao ver a cena a frente quase desmaia, pobre elfo inocente.

Interrompo os dois pombinhos falando:

- Com licença Denki-niisan, temos visitas. - Meu irmão me olha e se separa da garota, curiosa me pergunto se ela é a tal sereia que ele havia mencionado, resolvo tirar essa dúvida a limpo. - Não vai nos apresentar a sua namorada? - Vejo a menina corar por ser pega aos amassos com ele.

- Claro, essa é a Kyoka Jiro, a sereia híbrida.

- É um prazer conhecê-los. - Kyoka se curva em forma de respeito para mim e sorri. 

- Ah você é uma gracinha. - Nejire diz. - Como é ser uma híbrida? Você pode se transformar e ter cauda como as outras sereias? É verdade que a sua espécie pode enfeitiçar os homens? Ah, será que... - Tamaki tampa a boca da fada com as mãos impedindo-a de continuar a falar.

Sorrio e digo:

- Desculpe-me por ela. A Nejire é muito curiosa.

- Não tem problemas. - Kyoka fala. Nós nos servimos com as comidas postas a mesa e colocamos o papo em dia. A Jiro parece ser uma menina legal, espero que o meu irmão não magoe o coração da sereia como fez com as anteriores. Se bem que agora ele está lascado, Jiro sendo quem é, não duvido que ela possa domar o nii-san em instantes, percebo que ela tem pulso firme. Denki durante o almoço, dava olhares nada discretos nos peitos da Nejire. Eu ia fazer algo na respeito quando a sereia lançou um  olhar mortal ao meu irmão. Ele engoliu em seco e desviou o olhar para a mesa, o peixinho foi fisgado pela sereia. 

Após o almoço, me despeço de meus amigos e sigo para o quarto. Hatsume me ajuda a me arrumar enrolando as pontas do cabelo e passando uma maquiagem rosa. Separamos o vestido do baile para mais tarde e sigo para a sala do trono onde meus pais estavam. Kaminari e Kyoka já se encontravam no local e conversavam com um menino de cabelos verdes que estava acompanhado de uma mulher adulta com o mesmo tom de cabelo. Me aproximo deles e os cumprimento:

- Boa tarde Altezas, sou a princesa Uraraka Ochaco.

- Boa tarde, você é a princesa Uraraka? Nossa, o meu filho tem sorte de se casar com alguém tão bela, né zuzu? Fico imaginando como serão os meus futuros netos...

Arregalo os olhos surpresa com o que a rainha Inko dissera. Como assim casar? Eu ouvi direito? Observo o garoto que me avaliava, depois que tiver um tempo falarei o que penso aos meus pais quanto o casamento arranjado. Não é justo o Kaminari poder ficar com quem ele quiser e eu ter que me casar com um garoto cujo não conheço. Eles podiam ao menos ter me avisado e perguntado se era o que queria. Não posso aceitar esse compromisso, tenho assuntos mais importantes para resolver no momento. Preciso recuperar todas as minhas memórias e completar as profecias para poder salvar a floresta negra cujo seu nome original era Lua crescente, se não mais seres mitológicos serão afetados com o poder de Mirio. Enquanto fico aqui resolvendo assuntos do reino, quantos seres já foram corrompidos?

Sou tirada dos pensamentos ao ouvir Enji falar:

- Ochaco, por quê não mostra os arredores do castelo ao príncipe Izuku? - Sem escolhas, assento e peço ao príncipe para me seguir. Caminhando para fora do castelo levo ele para conhecer o jardim real. Mais a frente havia um labirinto com cercas de grama onde quando pequenos eu e o Denki brincávamos de pique-esconde.

- As vezes costumo vir aqui para respirar ao ar livre. - Digo ao príncipe. No centro do labirinto havia um chafariz com uma estátua de cupido segurando uma flecha cujo a abertura de sua boca derramava a água e num canto um banco cinza com um arco de metal acima com trepadeiras se fixavam. 

- É um lugar encantador. - Izuku responde. - Princesa ouvi falar que você é uma menina de muitos talentos, coisa que observando a sua aparência eu duvido. - Arqueio as sobrancelhas com seu comentário. - Não me leve a mal, mas uma garota como você não parece ter capacidade para governar Musutafu. O que entende de política? É absurdo o rei te colocar como a próxima na sucessão ao trono, uma mulher não deve saber governar. Não queria ter um casamento arranjado com alguém inferior. Preferia uma garota que estivesse a minha altura.

Não acredito no que estou ouvindo, que garoto convencido, quem ele pensa que é? Uma garota não pode governar? Ele acha que sou inferior? Queria poder gritar a esse filhinho de papai e dizer: Se enxerga que sou o quinto elemento, com certeza sou mais importante do que você.

Porém o respondo: 

- Que pensamento primitivo, eu sou a mais inteligente de minha família, estudei economia e política. Não preciso respirar o mesmo ar de um ser tóxico como você, se depender de mim esse casamento não vai acontecer. Pense antes de falar, nós veremos quem tem a razão. Tenho mais  o que fazer pelo meu reino e pela Lua Crescente do que ouvir um deku que se acha superior, se me dá licença, preciso me retirar. O abrigo de crianças cujo sou responsável está me esperando. - Sigo para o abrigo deixando o príncipe plantado no meio do labirinto. 

Horas mais tarde, depois de ajudar algumas crianças com as atividades volto para o castelo e me arrumo colocando o vestido branco que havia escolhido. Vejo pela janela do quarto que o salão de festas estava começando a ficar lotado, o guarda Kirishima se aproxima de mim escoltando-me até a área.

- Princesa, feliz aniversário! É uma pena que completou quinze anos. - Eijirou fala.

- Como? Por que diz isso? - Pergunto a ele.

- O destino não está sendo justo com você. - Kirishima fala. Confusa, sigo refletindo suas palavras. Será que é por quê terei que me casar com o Midoriya? Realmente, o destino não está sendo justo, não concordo com a maneira de pensar do deku. Seria bom tomar cuidado com ele, não me parece confiável. Mas, por quê o guarda disse que é uma pena eu completar quinze anos? Guardo esses pensamentos para mais tarde e sigo para dentro do salão. Os guardas anunciam a minha chegada e sou recebida por Denki cujo me leva para o altar que havia no salão de baile onde a minha família se sentava em cadeiras douradas estofadas de um tecido vermelho. Sento-me no meu lugar a espera do início das festividades até que ouço a voz de Toru.

- É inevitável o seu destino, porém não desista. Acredito em sua força e feliz aniversário irmã, de seus irmãos elementares.

Sussurro para a Toru ouvir:

- Obrigada a todos vocês. - Sorrio e volto a receber os convidados na festa.

A princesa da capa vermelha - BakurakaOnde histórias criam vida. Descubra agora