"Quem é a garota, Jongin"?

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Naquela terça-feira, pela primeira vez em seus anos de ensino médio, Jongin havia acordado disposto e animado. Acordou até mesmo antes do próprio despertador, ainda tomou banho primeiro que suas irmãs — que sempre que acordava atrasado, tinha que lutar pela água quente do chuveiro —, logo que vestiu o uniforme e ajeitou os cabelos. No entanto, achou uma ótima ideia fazer um penteado diferente do que estava acostumado, só para dar um certo charme caso encontrasse alguém especial na escola. Penteou o cabelo para o lado, pegou sua mochila, seu celular e correu para a cozinha. 

No andar de baixo, a mãe do Kim já estava de pé, preparando o café da manhã para que o mesmo levasse e tomasse durante o caminho, já que — quase — sempre, ele se atrasava. 

— Bom dia, filho! — cumprimentou, ao ver o garoto ao seu lado, roubando uma das torradas que acabara de sair da torradeira. — Caiu da cama hoje? Ou acordou mais cedo para fazer alguma lição que você esqueceu de fazer ontem? 

Jongin colocou a mão sob o peito e ergueu as sobrancelhas, como se estivesse ofendido com as perguntas que a mais velha lhe fizera.

— Eu só quis acordar mais cedo — respondeu, mordendo a torrada que pegara. — E eu não faço mais isso, viu? Eu sou um menino prodígio. 

— Mentir é feio, Jongin — disse uma de suas irmãs que passavam por ali. 

— O seu nariz vai crescer se continuar mentindo assim, ainda mais, para nossa mãe! — comentou outra, enquanto corria para conseguir entrar no banheiro antes da outra garota.

O garoto quis responder as duas, mas optou por ficar calado e continuar mastigando sua torrada.

— Não vai responder elas? — ele negou. — Quem é você e o que fez com meu Jongin?! Hyejin, filha, liga para a polícia, temos um intruso que se diz ser seu irmão — zombou e Jongin rodou os olhos, mas não conteve o sorriso. 

— Há, há. Muito engraçado —  falou, indo até a geladeira e pegando um suco de caixinha. Jongin poderia ter vinte anos nas costas, mas jamais deixaria de amar suco em caixinha, já que eram rápidos e práticos de se tomar. — Mãe… 

— Não, Jongin, eu não vou te levar para a escola hoje, pede para uma de suas irmãs — se adiantou, sabendo pelo tom de voz que o filho usara consigo, que ele pediria algo. 

— Eu ia perguntar se você poderia me dar uns trocados, sabe? Dinheiro para eu gastar na máquina de salgadinhos depois do treino — aquela era uma das mentiras menos elaboradas que já contou.

Na verdade, ele queria dinheiro para comprar uma HQ do Homem Aranha para Chanyeol, como um presente de desculpas. Ou suborno, como preferia chamar.

— Oh… — por essa ela não esperava. — Certo, pode pegar quanto quiser, depois você me paga de volta com o dinheiro que seu pai te depositar. 

— Obrigado! — disse, deixando um beijo na bochecha da mais velha e saindo em busca da bolsa que costumava deixar sob a mesa da sala.

Ele tinha cerca de uma hora para ir até a banca e comprar o HQ do amigo, depois ir para o colégio esperando encontrar o Park pelo caminho. O que, particularmente, era ótimo pois não iria precisar fazer nada com pressa. 

Enquanto caminhava, notou que o dia parecia diferente dos outros. Estava ensolarado e bonito, principalmente as árvores repletas de flores que coloriam as ruas do bairro. Bonitas, assim como Kyungsoo estava ontem. 

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