Um novo começo

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Kyungsoo andava de um lado para o outro, dando voltas em um círculo imaginário que sua mente criara inconscientemente, enquanto pensava em uma solução para o grande problema que, não só Jongin, Baekhyun e Chanyeol enfrentavam, mas também outros colegas de clube.

— Soo, você vai acabar fazendo um buraco no chão — deitado, ou mais especificamente, largado no chão sem móveis da casa, Baekhyun falou. — Não duvido que se mexermos na estrutura dessa casa, ela pode acabar desabando.

— O quão desgraçada e infeliz uma pessoa tem que ser pra fazer uma coisa dessas? — ainda andando em círculos, Kyungsoo questionou, ignorando a fala do amigo.

No dia seguinte ao episódio tenebroso que passaram por terem sido expostos para toda a escola, depois de terem saído pelos portões mais discretos e corrido para a casa, trocaram mensagens e decidiram matar aula no outro dia. Eles precisavam conversar em um lugar que fosse seguro, visto que nem mesmo na escola eles não teriam paz tão cedo.

— Até agora eu não consigo acreditar que a Joohyun e a Joy também namoram — Jongin comentou. — Tudo bem que elas são lindas juntas, mas é muito surreal. Tipo o Sehun e o Junmyeon, ainda não acredito que eles namoram a mais de um ano.

— Merda, você não vê a gravidade do problema? — Chanyeol que estava sentado ao lado do líbero, o deu uma cotovelada sem muita força ou ânimo. — Primeiro precisamos saber quem foi o merdinha que fez isso.

— Vocês tem alguma sugestão? — parando bruscamente de caminhar, Kyungsoo parou na frente dos amigos, esperando alguma resposta.

Os três se entreolharam, buscando a resposta na feição um do outro, mas sem sucesso.

— Talvez a melhor solução seja a gente voltar pra escola só no dia da formatura — Baekhyun disse desanimado, com o olhar perdido no teto empoeirado da casa. — Contando que eu pegue o meu diploma, não me importo se os outros souberem que eu sou gay.

Chanyeol riu com o nariz, soando mais triste do que esperava. Não só ele, mas todos ali acreditavam fielmente que tinham chegado no fundo do poço. Não sobrara nenhuma outra opção, além de aceitar o que o destino havia reservado.

E com esse pensamento, Baekhyun sentou-se em um impulso no chão, exibindo os olhos que tinham se apagado no dia anterior, mais brilhantes do que nunca.

— Tem razão! — ele disse animado. — Eu realmente não me importo se souberem que eu gosto de garotos.

— Esse garoto tem nome — o namorado do Byun balbuciou baixinho, fazendo Jongin soltar uma breve risada.

Outra vez, o Do parou de caminhar na direção dos círculos invisíveis e passou a prestar atenção no melhor amigo, impressionado pela mudança de humor repentina.

— Baekhyun, você tem certeza? — Kyungsoo perguntou, temendo por saber que na maioria das vezes onde Baekhyun se mostrava impulsivo, não demorava cerca de uma hora ele voltava dizendo que se arrependera. — Você não vai se arrepender?

— Me arrepender de ser quem eu sou? — Baekhyun sorriu. — Nunca.

Às costas do rapaz, o Park também sorria, mas de paixão e orgulhoso do garoto forte que o namorado havia demonstrado ser desde quando começaram a namorar. Enquanto isso, Kyungsoo ainda permanecia com o rosto inexpressivo, analisando toda aquela mudança vinda do amigo. Ele jamais o impediria, no entanto, o coração dele pesava em imaginar algo ruim acontecendo com o Byun. Respirou fundo, erguendo os olhos para procurar Jongin que, já há muito tempo, o observava.

— Baekhyun tem razão, nunca deveríamos nos arrepender de quem realmente somos — Chanyeol começou, sentindo-se animado novamente. — O objetivo desse sujeito era fazer com que a gente voltasse a se esconder e ter medo do que as pessoas pensariam sobre nós. Mas na real, se pararmos para pensar, quem são eles para falar de nós?

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