15. And in the end the love you take...

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"PERA, ESSE NÃO É O NOME DO CAPÍTULO ANTERIOR?" 

Calma, estava aqui escrevendo o que seria o último capítulo e achei melhor dividi-lo, até mesmo para não deixar vocês tanto tempo sem atualização. Então mudei o título do capítulo 14, coloquei o antigo título no capítulo 15 e a fic vai terminar no capítulo 16 (como planejei desde o início). Entendido? <3


Então vamos para o penúltimo capítulo, sem fake news dessa vez!


Temos duas músicas:


1) Peer Pressure - Jon Brion (Instrumental)

Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=zMtiktx8CSk

Spotify: https://open.spotify.com/track/6zqK3fE8uCRLpZLUj9VGci?si=I475zaXbRMeSkGaaQ04s6g


2) Our House - Crosby, Stills, Nash and Young

Youtube:https://www.youtube.com/watch?v=tKYjUn-SBcg

Spotify: https://open.spotify.com/track/2hitsKa8SthKhRJBXUHbIv?si=7YFN_TyWTraYn-9TN7DQEA


Boa leitura <3

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"O amor é o vento que empurra o nosso barco adiante"

-Ellie Chu

Toque a música: Peer Pressure - Jon Brion

Nevava forte e da janela do meu quarto eu observava as pequenas gotículas de água se transformarem em cristais de gelo caindo um a um, incontáveis vezes. O inverno aumentava o seu rigor à medida que as festas de fim de ano se aproximavam e a pequena Squahamish parecia ainda menor e mais melancólica quando coberta por uma imensidão branca de neve, um cenário familiar que ainda posso chamar de lar. O inverno já foi a melhor estação do ano para mim mas também já foi a pior, hoje é só mais uma estação com o seu encanto próprio como qualquer outra. Nos últimos três anos em Grinnell, eu nunca deixei de voltar para casa pelo menos no Natal, esta era a época favorita do ano para a minha mãe. Ela sempre fazia questão de escolher a árvore mais bonita, os enfeites, as luzes... Me fazia acreditar na magia que todos tentam evocar neste período.

Ao meu pai cabia acender a lareira todas as noites da estação para ficarmos na sala assistindo a filmes sentindo o cheiro dos troncos de nogueira partidos queimando. Depois que minha mãe morreu, meu pai entrou em uma tristeza profunda, quase perdendo contato com o mundo ao redor e nos natais seguintes não tivemos árvore, enfeites, luzes e nem mesmo a lareira porque a memória olfativa pode ser traiçoeira quando você não está preparado para ela. Perder alguém que amamos, assim de repente, é algo sempre muito difícil de digerir e aceitar, nunca esquecemos, no entanto, aprender a lidar com a ausência é necessário para que consigamos sobreviver. Dizem que a resposta é sempre o tempo mas é um tipo de tempo que não contamos no relógio, não temos como pedir para ele passar rápido, no entanto, assim como o dia vira noite, as feridas também cicatrizam.

Dizem também que aqueles que amamos nunca nos deixam, mesmo que seu corpo físico já não exista e quando penso em tudo o que aprendi com minha mãe e em tudo o que eu ainda aprendo com ela, todo o amor pela música, toda a forma de observar o mundo, todas as aspirações, cada pequeno detalhe de mim tem um pouco dela, percebo que honrar cada um desses momentos é a melhor maneira de celebrar alguém tão importante na minha vida. O cheiro da nogueira queimando que outrora trazia um gosto amargo agora é ainda mais doce, aquecendo a minha vida queimando diretamente meu coração. Não temos como fugir dos momentos dolorosos mas tudo muda com a forma que lidamos, as memórias têm esse poder determinantes no nosso presente. Nossa vida é uma soma de memórias que fazem passado e presente coexistirem, a mais persistente delas é o amor, é o que nos faz ser quem somos.

Its's a Fluke - The Half of It (Você Nem Imagina)Onde histórias criam vida. Descubra agora