"Tentei ser o caçador, mas fui a presa"

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Evandra narrando

No meio da escuridão em que me encontro, consigo ouvir algumas vozes bem lá no fundo a chamar-me de volta para a realidade, eu tento abrir os olhos com alguma dificuldade, doí-me muito a cabeça e eu sinto a bochecha a arder. Quando finalmente consigo abrir os olhos, a pessoa que eu vejo não é bem a que eu esperava. Kicalo

"O quê que ele está a fazer aqui?"

Ele percebe a minha a minha confusão e decide se pronunciar antes que eu diga alguma coisa

Kicalo: Oi amorzinho...- ele sorri pra mim, mas dessa vez ele não parece tão confiante como de costume...- sentiste a minha falta?

Eu estava tão atónica, que paralisei por um instante e quando eu ia falar umas poucas e boas para aquele imbecil, a porta é aberta e outra surpresa passa por ela. Ricardo

Eu nem devia ter ficado surpresa, já que ele trabalha mesmo para o Monteiro e provavelmente ele já sabia desde o principio quem eu era, e tal como todos os felinos, ele só queria brincar um pouco com a presa antes de come-la. Eu sou tão idiota por achar que podia pelo menos ser mais esperta do que ele.

"Tentei ser o caçador, mas fui a presa"

E mais uma vez as palavras sumiram, e não conseguia nem raciocinar. É parece que desta vez eu não saiu viva, agora sim chegou a minha hora.

Ricardo: Mas que merda é essa?...- ele pergunta olhando para a poça de sangue no chão, ele passa por cima dela e olha para mim, e por um instante eu até cheguei a pensar ter visto um traço de culpa em seu olhar como um pedido de desculpas mudo, mas com certeza é só impressão minha

Monteiro: É isso que acontece quando dejo trabajos importantes en manos de imbéciles...- ele diz irritado...- hijo tu é que devias estar aqui desde el principio, essa maldita desgraciada está a dar mais trabajo do que o esperado...- ele olha pra mim com desprezo, e mais uma vez eu tive a impressão de te que tinha alguma coisa diferente no Ricardo

Ricardo: Então é ela a causadora de tanta confusão...- a pontinha de esperança que eu tinha desapareceu quando ele olhou para mim daquela maneira tão fria, aí eu pude ver que estava realmente perdida...- como um ser tão pequeno pode causar tanta confusão.

Eve: Vai para o inferno...- é a única coisa que eu consigo dizer no meio a tanta confusão que eu tenho na cabeça agora

Ricardo: E ainda é mau educada...- ele sorri sem mostrar os dentes...- não te preocupes chefe eu vou resolver já essa bagunça...- ele diz confiante e o Monteiro balançou a cabeça satisfeito... - mas por quê que o seu filho está aqui?

"Está aí uma coisa que até eu queria saber"

Monteiro: Tal como tu um dia tuviste que demostrar tu fuerza, ahora Kikalo también tendrá que demonstrar- ele vira-se para o Kicalo e põe uma mão em seu obro- mi hijo, hoje tu irás hacer que me sienta orgulloso

Eu conseguia ver o desespero nos olhos do Kicalo, parece que ele não tinha muita certeza disso. Ele estava tão perturbado que não conseguia dizer uma única palavra.

Ricardo: E será que ele está pronto?...- ele perguntou incrédulo, porque a cara do Kicalo era de quem estava a ser levado para a forca e não para quem estava pronto para uma "prova".

Monteiro: Claro que sí, es mi hijo e está pronto para tudo- ele olha para o filho com orgulho à espera de uma resposta

Kicalo: É claro pai, eu estou pronto para tudo- ele diz fingindo confiança, mas qualquer pessoa naquele comodo conseguia perceber que era mentira, menos o seu pai.

Monteiro: José Ernesto- ele chama e um homem que aparentemente estava ao lado da porta (e eu nem tinha percebido a sua existência), e ele aparece pronto e obediente- dame tu arma- e ele entrega sem questionar

Monteiro recebe a arma e a entrega ao Kicalo, e o que antes era desespero agora transformou-se em pânico.

Monteiro: José Ernesto, usted pude decirme o que aconteceu com os lotes de drogas de reserva que estavam en mi saco de boxeo...- e a postura de macho alfa que ele tinha então desapareceu, ele passou de um lobo para um gatinho assustado

José Ernesto: Se se...senhor eu ia devolver...- ele começa a gaguejar ( eu já vi essa cena antes)...- meu filho estava doente e eu fiquei sem dinheiro, eu tirei apenas 500g...- ele tenta se justificar

Monteiro: Nem se fosse una cuchara, nadie absolutamente nadie rouba del Monteiro...- ele diz com autoridade...- hijo está es tu oportunidad de demostrar tu fuerza e a tua lealdade com tu padre...- ele enche o peito para falar com a voz repleta de orgulho...- el primero nunca se esquece, e este ladrón estúpido será tu primero, deja tu padre orgulloso

Kicalo segurou a arma com as duas mãos tremulas e à apontou para o José Ernesto, mas não disparou, ele tremia muito e suava, ele olhava para mim e para o Ricardo em um pedido desesperado de ajuda, enquanto o homem à sua frente suplicava pela vida.

Kicalo: Pai eu não consigo...- ele baixou a arma e olhou suplicante para o pai...- desculpa pai, mas eu não consigo e eu não sei se algum dia eu vou conseguir

A expressão do Monteiro muda de orgulho para raiva em 2 segundos, ele arranca a arma das mãos do Kicalo e por um pouco eu cheguei a pensar que ele iria atirar no próprio filho.

Monteiro: Como assim não consegue? Tu eres mi hijo e não conseguir não é una opción para ti...- e sem nem olhar, ele teu um tiro bem no meio da testa do José Ernesto e ele caí morto no chão.

Eu dei um grito pelo susto, e pela segunda vez no meu dia tem um corpo sem vida no mesmo comodo que eu. Kicalo está a tremer de medo e o pai possuído pela raiva então o Ricardo para amenizar a situação decide intervir

Ricardo: Chefe dá um tempo para o Kicalo, e eu garanto que eu pessoalmente vou treinar ele para que na próxima vez, ele consiga completar a prova...- ele tenta amenizar o ambiente

Monteiro: Correcto...- ele concorda não muito convencido e o Kicalo respira aliviado...- solo espero que ele esteja pronto, para a minha prova si no...- e antes que ele terminasse a frase a porta é aberta de novo, e eu não podia ficar mais surpresa, eram eles três Larissa, Marcelo e o meu pai, com o Carlos à apontar uma arma para eles ( acho que ele já se livrou do outro corpo).

Carlos: Chefe, eu encontrei esses três à espionar aí fora...- ele está com a arma apontada na cabeça da Larissa

Monteiro: Mira si no es o meu velho amigo Santiago

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