"Não acredito no que estou à ver"

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Marcello Narrando

Eu e meu melhor amigo Eduardo, não estávamos com a menor vontade de assistir a palestra, e então fomos para uma parte da escola que estava abandonada pois há alguns anos atrás,  teve um incêndio lá e pelo que parece a escola não tem verba para renovar então ficou abandonada.

Marcello: Edu eu estou a ferver de raiva daquela selvagem da Evandra, ela consegui me tirar do sério... - desabafo com o meu amigo

Eduardo: Eu já estou a achar que essa implicância toda aí é outra coisa... - ele ri da minha cara

Marcello: Nem inventa, Edu eu estou é com muita raiva dela, e eu tenho que aprontar uma bem boa para me vingar do chute que ela me deu... - ela me provocou e isso não pode ficar assim

Edu: Que criancice…- ele fala com desdém... - mas porquê que tu não vais logo ter com ela, e diz que estás a gostar dela.

Marcello: Eu não estou a gostar dela coisa nenhuma... - digo já exasperado

Eduardo: Tá bom se tu o dizes...-ele diz cético.

Eduardo pega um baseado na mochila e acende.

Marcello:  Você continua a fumar essas porcaria?... - minha raiva é substituída pela preocupação

Eduardo: Calma é só dessa vez…-ele usa a mesma desculpa de sempre... - não precisa se preocupar eu não tó viciado…

Marcello: Você me prometeu que já não ia fumar…- eu abano a cabeça em negação... - isso ainda vai te trazer muitos problemas.

Eduardo: Calma Marcello não precisa exagerar, é só um baseado...- ele diz a mesma coisa desde que começou a usar essas porcarias a cerca de 6 meses atrás

Marcello: Mas cuidado com isso, que pode ser muito perigoso, e é um caminho sem volta... - eu o adverti pela milésima vez

Eduardo: Fica tranquilo mano que eu vou tomar cuidado... - e como sempre ele fingiu que me ouviu e eu fingi que acreditei

Marcello: Já sei!!! eu tenho o plano perfeito para me vingar daquela selvagem…- preferi mudar de assunto, porque eu já sabia exactamente onde iria terminar aquela conversa e eu não seria nada bonito

Evandra Narrando

Eu e Larissa saímos da escola, e antes de irmos para minha casa nós passamos pela casa dela para ela avisar a mãe que ia passar a tarde comigo.

Fomos a conversar até chegar a casa dela, era uma casa simples e acolhedora. Na porta da casa dela havia um homem alto moreno e muito bonito.

"Deus do céu, põe bonito nisso"

Eve: Quem é esse Deus grego na sua porta?... - eu pergunto sem rodeios

Larissa: É o meu irmão mais velho... - ela respondeu sem muito ânimo

"Aí céus de repente o dia ficou mais quente" 

Larissa: Boa tarde Ricardo…-ela cumprimenta o irmão, e o danado não pára de olhar para mim.

Ricardo: Oi maninha, não vai me apresentar sua amiga nova?... - ele pergunta com um ar sedutor

Larissa: Essa é a Evandra… Evandra esse é meu irmão Ricardo... - ela nos apresenta sem muito interesse

Eve: Prazer…-estendi a mão para ele, e ele a beijou.

Ricardo: O prazer é todo meu…- ele deu um ênfase na palavra prazer e mostrou um sorriso malicioso que derrete qualquer mulher, e eu já vi que o que ele tem de gostoso, tem de safado.

"Isso vai dar merda"

Entramos, eu fiquei na sala e a Larissa foi na cozinha falar com a mãe, pouco tempo depois ela volta e diz que ela à deixou ir, eu pensei que ela ia me apresentar sua mãe, mas ela achou melhor não.

Eu não questionei apenas seguimos para minha casa, hoje ficaríamos sozinhas porque meu pai finalmente terminou os tramites da mudança e já começou a trabalhar.

Chegamos em minha casa e passamos o resto da tarde a ver filmes de terror (que eu adoro e Larissa morre de medo) e a comer um monte de besteiras.

No final da tarde, Larissa teve que ir para casa, pois se ela chegasse muito tarde, sua mãe brigaria com ela. Eu a acompanhei até a porta, e depois fiquei descontraída no cadeirão.

Larissa Narrando

Resolvi dar um passeio antes de ir para casa, pra espairecer um pouco, ouvir uma boa música, por a cabeça no lugar e ganhar coragem para voltar para casa.

Estava quase a chegar em casa quando percebi uma movimentação estranha em um beco que ficava alguns quarteirões da minha casa, me aproximei com cuidado para não ser vista, porque ouvi uma voz que me era muito familiar. Quando cheguei mais perto percebi a quem pertencia a voz, era meu irmão Ricardo ele estava com uma…uma… ai meu deu Deus… Ele estava apontando uma arma para alguém e… eu conheço essa pessoa é o Eduardo da minha turma.

Me aproximei ainda mais para poder ouvir a conversa.

Ricardo: Eu te dei um mês para pagar a dívida e ao invés de pagar ela só cresce…- ele falava com muita raiva.

Eduardo: Eu vou pagar, eu juro… só…só me da mais… um tempinho… e… eu vou pagar…-ele gaguejava e tremia de medo.

Ricardo: Só que eu não sou paciente, e já estou farto de esperar que viciados como você fiquem me dando prejuízo…- e ele atirou bem no meio da testa dele.

Aí meu Deus, eu corri  o mais rápido que eu pude. Eu não acredito que o meu irmão é um traficante, e acabou de matar meu colega.

Entro em casa que nem um furacão e vou direto para o meu quarto, minha mãe gritou alguma coisa que eu nem percebi, estava atordoada de mais para ouvir.

Entrei no meu quarto e tranquei a porta, fiquei de costas para ela e deslisei até o chão dobrando meus joelhos e afunde o meu rosto no meio deles.

Eu não conseguia acreditar no que acabei de ver, meu Deus o que eu faço agora será que eu conto para alguém ou fico calada?…
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Ricardo na multimédia do capítulo

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