Inside

Junkyu

O dia estava nublado. Estava frio. Odeio o frio.

Não fui à escola.

Não havia condições de eu ir à escola hoje.

Corri até a casa de Mr.S, como se minha vida dependesse disso. E dependia.

Não hesitei e de imediato abri bruscamente a porta. Eu estava eufórico, bravo, acabado, triste.

— Existe uma maneira melhor de entrar em uma casa, sabia? – era ele. O cara que arruinou a minha vida. — Tinha certeza que você viria. – riu.

Sem pensar duas vezes segurei na gola de sua camisa, o afrontando. Ele parecia não se importar pois me olhava normal.

— Não tenho medo de você. – falei.

— E por que teria? – segurou nas minhas mãos, me fazendo soltá-lo daquela posição desconfortável. — Uh, você é forte.

— O que fez com meus amigos, hum? Desde que vieram aqui, Ji Hoon e Hyun Suk não são mais os mesmos.

— Não tenho culpa! – levantou suas mãos como redenção. — Eles que mentiram, eles que sofram as consequências.

Ri forçado.

— Do que está falando, idiota?

— Pessoas mentirosas sofrem. Choi Hyun Suk e Park Ji Hoon mentiram, sendo assim, enviei suas piores versões. – falou entediado, como se já fosse óbvio. — Não só eles como todas as pessoas que mentiram.

Eram muitas informações. Eu não conseguia acreditar no que ouvia. Sabia que havia algo de errado, mas no choque momentâneo só consegui fazer uma pergunta:

— Aonde estão meus amigos?

Mr.S se sentou na cadeira de sua sala, parecia exausto.

— As almas deles estão em um lugar melhor. – revirou os olhos. — Por que estou te contando isso?

"Estão em um lugar melhor."

— Mas o pedido de Ji Hoon não funcionou! – mesmo com tanto desespero, acabei me lembrando deste fato.

— Quem disse que não funcionou? – olhou incrédulo e negando com a cabeça como se estivesse se divertindo. — Misteriosamente você passou na audição que tanto queria, certo? Então sim, o pedido de Ji Hoon se realizou.

Então esse foi o pedido de Ji Hoon...

Ji Hoon queria me ajudar esse tempo todo.

Me senti fraco, com a mente cheia.

Acabei caindo de joelhos naquele chão frio.

— Por que você tem que fazer isso? – minha voz saiu falha pelas lágrimas que não paravam de escorrer.

— Ei, não chore. – Mr.S se ajoelhou em minha frente, não consegui parar de chorar. Estava aterrorizado. Sorriu e segurou em meu queixo, fazendo-me olhar em seus olhos inexpressivos. — Eu apenas cumpro ordens.

— Você é um ser humano nojento! Por quê fazer isso com pessoas inocentes? Você é um monstro. – senti meu rosto ficar quente. Uma mistura de sentimentos preencheu meu coração vazio.

— Então eu sou o vilão aqui? – acariciou minha bochecha de um jeito psicopata, o que me fez evitar ainda mais contato visual. — A culpa não é minha se as pessoas mentem tanto. Mas não se preocupe, não é o fim do mundo, é o fim das pessoas.