capítulo 23

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Rosé havia acabado seu banho, vestiu uma calça e uma blusa de moletom pois estava fazendo bastante frio, enquanto penteava os cabelos, o beijo não saia da sua cabeça, tentava entender o porque de não conseguir resistir a Jennie, a detestava, não se davam bem, mas porque não conseguia resistir a ela? Porque o beijo dela era tão viciante? Será que ela a beijaria de novo? Logo se dando conta do pensamento se xingou mentalmente.

Jennie também havia acabado seu banho, vestido um conjunto de moletom, por conta do frio, já tinha penteado os cabelos e estava sentada na cama lembrando do beijo, tentando entender também que atração era essa que seu corpo tinha pelo de Rosé a ponto de sempre agarrá-la quando se encostavam demais, como poderia sentir isso por alguém que detestava?

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Rosé respirou fundo e se encheu de coragem, já havia feito hora demais se encorajando, não tinha jeito, tinha que descer pra falar com sua mãe. Ela saiu do quarto, fechou a porta e desceu bem devagar sem pressa alguma, queria adiar os xingos por uns minutos, desceu as escadas em passos lentos e por fim chegou a sua mãe, a mesma se levantou e ordenou que ela se sentasse no sofá. Assim ela fez enquanto Jin estava no outro sofá.

- Mamãe, antes da senhora falar deixa eu explicar ...

- Explicar o que Roseanne? Que cometeu essa irresponsabilidade? Que veio da faculdade até aqui dirigindo um carro e sem carteira? Que os guardas poderiam ter te pegado? Que meu carro iria ser apreendido e que poderia ter acontecido algo com você também?

- Não precisa falar assim comigo também. - Falou em tom baixo

- Quer que eu fale como depois do que você aprontou? - Falou nervosa - Muito me admira você Roseanne com essas atitudes, você não é mais criança pra aprontar essas coisas.

Jennie estava no corredor de cima perto da escada ouvindo tudo, ouviu quando Rosé abriu a porta do quarto saindo e saiu em seguida

- Eu nunca faço nada, nunca apronto nada e a senhora está agindo como se eu aprontasse direto

- Vai querer defender seu erro com isso? Tem noção do quanto fiquei preocupada com você? Não chegava nunca e achei que alguma coisa poderia ter acontecido.

- Eu entendo sua preocupação mamãe, mas estou me sentindo como se eu fosse a pessoa mais errada do mundo

- Hoje você foi. Passou dos limites.

Rosé abaixou a cabeça sentia suas lágrimas descerem pelo rosto. Se lembrava da boa filha que era e sempre ficava fora de confusões, nunca deu desgosto algum para a mãe, sempre estudiosa, centrada, a ajudava com tudo na fazenda, abriu mão de uma adolescência como a de todos os outros adolescentes para assumir tudo com sua mãe desde que seu pai morreu e parecia que nada era reconhecido ali, por um mísero erro cometido. Esse era o mal de ser a filha "perfeita" porque na hora em que erra é crucificada.

- Sempre foi tão responsável e madura para sua idade e me vem com uma dessas, espero que isso não se repita mais!

Clare falava usando palavras duras e um pouco nervosa. Rosé queria botar tudo pra fora e falar como se sentia, mas estava muito chateada com as palavras da mãe para querer discutir algo. Jennie olhava a cena indignada, realmente ela não se entendia com Rosé e achava que seria muito divertido a ver levando uma baita bronca da mãe, mas reconhecia que a mesma realmente era toda certinha e a mãe não tinha do que reclamar. Rosé não tinha cometido nada demais, no seu ponto de vista, sabia que os guardas não circulavam pela estrada de terra e muito menos circulariam com tamanha chuva que estava, Clare estava fazendo tempestade em um copo d'água. Sentiu algo entranho no coração quando viu Rosé chorando e sua mãe fazendo aquele exagero todo por algo tão bobo, se lembrou de quando seu pai a xingava assim e nunca entendia seu lado, para ela era sempre assim, os pais só querem xingar e xingar e nunca ouvir ou tentar entender o lado deles, as vezes o que eles querem é apenas serem ouvidos. E como Rosé a deu uma carona para ir embora pra casa e a livrou de ficar plantada sabe Deus até que horas esperando por um uber naquela chuva forte, ela achou que era uma boa hora para retribuir o favor. Diante disso tomou uma atitude. Desceu as escadas e andou até o lado de Clare a encarando séria.

- Olha só Clare, me diz uma coisa, por algum acaso você ouviu o que a Roseanne tem a dizer?

Jin balançou a cabeça não acreditando que ela estava se metendo. Rosé olhou para Jennie secando as lágrimas sem entender, ela estava a defendendo? Era isso mesmo?

- Desculpa Jennie, mas não há o que ouvir, eu já sei de tudo e não tem desculpas.

- Ah é? Sabe de tudo? E por algum acaso sabe que foi eu que vim dirigindo o carro até aqui? Que quando o Louis pediu a ela que trouxesse o carro pra fazenda ela veio a mim, me pedindo para vir dirigindo pra ela, já que ela não tinha carteira, mas eu tinha? - Cruzou os braços a encarando

- Isso é verdade Rosé? É verdade Jin?

- Bem, elas não tinham me contado isso.

- Como ela ia contar se ninguém deixa? Você nem deu a chance da sua filha se explicar e já saiu xingando ela. E não precisa perguntar a eles se é verdade, eu não teria motivos para mentir, e muito menos motivos para livrar a cara da sua filha, porque por mim ela pode se ferrar o quanto quiser, mas tenho que ser justa

Jin se lembrou de que quando chegou quem estava sentada no banco do motorista era Rosé e não Jennie, se lembrou de quando conversou com ela e algo estava errado ali, mas preferiu ficar calado para não prejudicar a sua namorada

- Eu acredito em você Jennie, obrigado por me esclarecer tudo! De verdade. - Olhou para Rosé - Minha filha, porque não me disse antes?

- A senhora não quis me ouvir. - Falou em tom baixo

- Me desculpa minha filha.

Rosé estava chateada pela forma que sua mãe havia lhe xingado, mas por outro lado ela xingava por algo que realmente tinha acontecido e agora ela estava ali mentindo para ela, concordando com o que Jennie tinha falado e via sua mãe se sentir culpada por algo que não era verdade. Por isso resolveu deixar a chateação de lado e a desculpar

- Tudo bem mamãe, foi tudo um mal entendido. 

Clare abraçou a filha arrependida por cada palavra que tinha dito

- Me perdoa por ter sido tão injusta filha.

- Tudo bem mamãe, a senhora também não tinha como adivinhar. Fica tranquila!

Jennie deixou todos na sala e voltou para o seu quarto. Uns minutinhos depois Rosé se despediu de Jin alegando que queria descansar e ficar sozinha, ela estava um pouco chateada com ele porque ao invés de ajudá-la com sua mãe não fez nada. Antes de entrar no seu quarto foi ao de Jennie e bateu na porta, a mesma abriu.

- Posso falar com você? Prometo que serei rápida!

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