Capítulo 15

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 Após percorrer todo um percurso discutindo com uma adolescente CHEIA de bons argumentos sobre "por que tacos são melhores que nachos", chegamos próxima a casinha de tijolos.

 Observo a varanda e noto Ethan saboreando uma maçã deliciosa. Chegamos perto do mesmo e, assim como ele, nos debruçamos sobre a "cerca" branca. O mais alto puxa a mocinha para si a envolvendo em um pequeno abraço, então se lembra que também estou presente e me comunica:

 -Índia, Arthur pediu para que você vá até a horta, ele quer te mostrar algo.

 -Obrigada -troco um "troco aí" com eles.

 O que será? Será que vai me perguntar sobre nós? Desço as escadinhas da varanda novamente e vou em direção à lateral da casa intrigada e feliz. Nesse curto caminho, uma pequena borboleta branca cruza o meu caminho, sorrio para ela e penso "será uma notícia de paz?".

 Paro de miar a borboleta e volto meu olhar para o meio da horta, onde eu deveria encontrar o loiro mas, ao invés disso, eu encontro sim Arthur mas com Ohana, com minha irmã, aos beijos. É, não é uma notícia de paz. Acho que nunca vou conhecer realmente essa pequena palavras, "paz".

 Embora estejam com os lábios selados, Arthur não está de olhos fechados e segura os pulsos de Ohana, por esse motivo ele me vê. O mesmo empurra a morena para longe de si que acompanha seu olhar e me encontra. Essa garota, a qual não conheço mais, começa a gargalhar, com certeza por minha cara de boba iludida.

 Desfaço essa cara e percebo a aflição nos olhos de Arthur, com certeza por ele não poder mais ficar com as duas irmãs de uma vez. É, com certeza ele me deixou sem palavras.

 -Me desculpe interromper a explosão da granada, -bato continência- com licença comandante.

 Eu não quero nunca mais vê-lo na minha frente! Era isso que ele queria me mostrar?! Me viro de costas e saio correndo com todas as minhas forças, ignorando meu nome sendo chamado por ele.

 Passo pela varanda e também ouço os dois jovens me chamarem, mas os ignoro. Tudo o que eu quero é sair daqui, ir para longe desses dois, os quais eu tenho a certeza que não posso confiar.

 Enxugo as lágrimas bobas que escorrem e sinto minhas pernas parando à força, com alguém me segurando.

 -ME SOLTA! -é ele, esse... Soco seu abdômen, mesmo sabendo que isso não faz ao menos cócegas.

 -Espera, Serena -ele me segura contra seu peito, de modo que eu fique imóvel.- Me deixa explicar o que aconteceu e o que você não viu...

 -NÃO! -o interrompo e, me debatendo, consigo libertar-me se seus braços- Você não deve satisfações a mim, -as lágrimas covardes continuam rolando, como eu odeio isso- nós não namoramos e nem somos mais amigos -AHHHHH!- Pode fazer o que quiser de sua vida e entregue as cartas para a irmã certa -o encaro e volto a andar em direção ao meu "destino".

 De cabeça erguida, sinto sua mão segurando a minha, esse toque costumava me balançar (ainda faz isso) então, puxo minha mão da dele ainda sem o olhar e continuo andando.

 -Serena... -ele corre para a minha frente- Eu te amo, não faça isso comigo, por favor -ele mira meus lábios e leva os dele em direção aos mesmos, eu desvio, sentindo apenas raiva.

 -E você acha que eu não? -o questiono sem esperar por uma resposta. Não vou mais deixar isso entalado em minha garganta.- Você sumiu por anos e eu sempre continuei te amando, talvez de um modo um pouco diferente. Você reapareceu e fez eu me apaixonar novamente, por esse seu "novo eu" -aperto os olhinhos.- Você conseguiu destruir esse sentimento novamente, parabéns soldado.

Cartas para o Verão e para o Inverno.Onde histórias criam vida. Descubra agora