- Você já sabe o que vai fazer, né?- perguntei.
- Claro- Anna respondeu.
Estávamos encostadas na parede devim hospital, repassando tudo que havíamos combinado.
- Ótimo, daqui a trinta minutos tem aula, eu não esfaqueei minha barriga a toa e não roubei a sua roupa de enfermeira pra você vacilar.
- Deixa comigo, eu sei atuar muito bem- ela, de alguma forma, conseguiu me transmitir confiança.
- Vamos! Senão daqui a pouco isso daqui cicatriza- apontei para a minha barriga, um vestido branco que eu havia pego de Anna estava todo manchada de sangue ainda fresco.
Ainda eram seis e meia, os corredores estavam vazios, a não ser pelo balconista.
Contei até três e fui até lá. Pedindo para Anna ficar em silêncio.
- Senhor, por favor, me ajude- cambaleei até o balcão- eu não consigo achar minha irmã, ela é só uma garotinha.
- O que aconteceu?- ele disse vindo em minha direção- oh, meu Deus. Isso parece estar muito feio, deixe- me ver.
Ele se abaixou para ver o corte em barriga e eu dei uma cotovelada em suas costas e ele caiu no chão.
Chamei Anna, que parecia assustada.
- Você o matou?
- Não. Daqui a pouco ele acorda.
- Como você sabe?- ela duvidou.
- Querida, eu tenho pratica. Agora vá que eu eu vou te vigiar.
Começamos a correr, passando pelas salas onde tinham pacientes até entrarmos em uma que tinha vários freezers.
- Nossa, eles têm muito sangue aqui- coloquei a mão em um freezer branco.
Ela abriu um e começou a colocar todos os saquinhos com sangue em sua mochila. Eu tive que virar o rosto e me concentrar em outras coisas, para não tomar tudo aquilo agora.
- Espere- disse rapidamente- tem alguém vindo, se esconda!
Corremos para trás do último freezer e ficamos em silêncio.
Era um policial observando o local.
Se ele nos achar, ele perde todo o sangue dele, pensei.
Depois de alguns minutos ele resolveu ir embora.
Suspirei, aliviada.
Anna soltou o ar.
- Nunca fiquei tão desesperada- ela disse.
- Eu percebi. Parecia que seu coração ia explodir- brinquei.
- Eu nunca fiz isso antes, eu tenho esse total direito- ela sorriu.
Levantei os braços.
- Pegou sangue o suficiente?- ela abriu e me mostrou a bolsa cheia.
- Acho que nosso trabalho terminou por aqui.
Saímos correndo, entrando no elevador e descendo para o estacionamento coberto.
O balconista apareceu ao longe com mais cinco seguranças.
- É ela! É ela! Ela queria me matar- ele apontou para mim e os seguranças começaram a correr em nossa direção.
Droga.
Corremos até ficar atrás de um carro.
- Cadê a faca?- perguntei, eu precisa me cortar de novo, já havia cicatrizado.
Ela me entregou e tapou o rosto.
Eu a coloquei em minha barriga e gemi de dor, ardia completamente.
- Você não morre quando colocam uma faca em você?- ela me encarou.
- Não é faca é estaca e não é de metal é de madeira. Com metal se mata lobisomens.
Ela me olhou perplexa.
- Lobisomens existem?
- Não sei, é o que as lendas dizem- me levantei- quando eu gritar você corre e entra no carro.
Fui em direção a eles e levantei minha blusa, mostrando o meu corte. Cambaleei e levantei uma mão para eles não atirarem.
Cai no chão e fingi desmaiar.
Um segurança correu para me ajudar.
- Ela vai te matar!- disse o balconista.
- Ela precisa de ajuda- ele checou minha pulsação- chamem os médicos agora. Ela precisa de uma parada cardíaca!
Todos saíram correndo de lá e restou o balconista e o segurança que estava ao meu lado. Eu precisava ficar sozinha com o "senhor".
- Olhe para mim- eu disse colocando a mão no rosto do segurança.
- Você está viva- ele falou surpreso.
- Você vai me dar um soco e vai sair daqui imediatamente falando que eu morri.
Ele me obedeceu. Levantou sua mão com o punho fechado e me deu um soco no estômago. Gritei. Ele se levantou e foi para fora do estacionamento. Olhei para trás e vi Anna entrando no carro.
Me levantei.
- Agora somos só nós dois- sorri ironicamente.
- Eu... Eu...- ele se virou para trás e começou a correr, mas eu fui atrás dele e o encurralei.
- Você poderia ter poupado tanta coisa- segurei seu pescoço e o coloquei para trás, vi uma veia saltando, o mordi, puxei-o para mais perto e sussurrei em seu ouvido- está vendo como não se pode confiar em ninguém? Da próxima vez você morre!- olhei em seus olhos- isso nunca aconteceu.
Entrei dentro do carro e o deixei no chão. Pisei no acelerador e antes de sequer pensarmos sobre o assunto, chegamos em casa.
- Porque vocês demoraram?
- Um balconista idiota atrapalhou nossos planos, Kate- comecei a limpar o sangue que tinha escorrido no meu queixo.
- Você colocou uma faca no estômago e o pobre coitado foi te ajudar e então, você o fez desmaiar. Ele teve os motivos dele- Katherine provocou.
- Na mosca, Kate. Agora se alimentem a vontade. Eu vou me trocar.
- E você?- Pitter estalou os dedos- tomou o sangue do balconista.
Virei para ele.
- Não o matei, relaxe- subi e coloquei calças e botas de salto pretas. Coloquei uma camisa polo rosa é uma jaqueta de couro. Essa era a Ashley que eu conhecia.
Desci e fomos para a escola.
- Você deixou Anna na escola?
- Não, ela foi sozinha. Tinha que trocar de roupa e pegar algumas coisas na casa dela antes- respondi para Jason.
- Mas a roupa não era do hospital?
- Sim- sorri- da próxima vez não vamos perder tempo com o vestuário.
O sinal tocou e fomos para a sala.
Todas as aulas passaram mais devagar do que eu queria. Mas agora que já haviam acabado, eu só queria ir para a minha casa descansar, por mais que fosse um simples descanso de vampiros, eu queria.
- Ei, aonde você vai?
Olhei para trás.
- Ah, oi Anna. Estou indo para a casa.
- O shopping ainda está de pé?- ela segurou forte a alça de sua bolsa.
- Claro- sorri- às oito horas.
- Ótimo- ela acenou e se afastou.
Eles já haviam ido para casa, então eu ia sozinha, porque tive que ficar até mais tarde fazendo as pesquisas da Sra. Picket. Eu e mais todos os que estavam na aula dela.
Então entrei em meu carro e fui em direção à minha casa.
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blood Lines- O início
VampirosAshley, Emma, Katherine, Jason, Cristhian e Pitter são vampiros que acabaram de se mudar para Londres. Por mais que eles estejam há décadas juntos, eles não sabem quase nada um sobre o outro. Quando começam a frequentar a escola Ches High School, el...