My Queen - Number Five

Coffee

Coffee - Beabadoobee

Não importava mais o que fazia, pois sentia um vazio no peito há dias, confrontar seu pai e viajar no tempo era uma besteira, mas queria ir para o passado e saber o porquê sentia falta de algo que nem sabia o que era.

- Não 'tô pronto o caralho! - falou sorrindo dando um salto temporal ao passado.

Tudo parecia normal, ele sabia que conseguia, só queria saber o que lhe fazia ficar tão mal na última semana!

Mais um salto para o passado, estava em meados dos anos 80 e nevava, ele sorria vendo que conseguiu! Mas talvez tivesse que ir para o futuro pra recordar?
Seu último salto o fez parar, tudo destruído, o mundo em seu fim, e ele estava sozinho.

Five podia se lembrar muito bem de tudo o que passou naqueles anos que passou no apocalipse, desde o momento em que chegou até a empregadora o tirar de lá, se lembrava de quando conheceu Dolores e até quando comeu o maldito Snekears estragado, mas sua mente se esvaiu por algum motivo quando Elise começou a conversar com ele. Já no caminho para a cafeteria, ela não falava muito, e nem falava alto, sua postura era como seus irmãos também se comportavam no passado, mas algo nela era falso, seus sorrisos na maioria, e a intuição de Five dizia que ela escondia algo a mais sobre si, mas apenas se manteve atento sobre aquilo, mas o que incomodava o garoto era que aquele vazio sumia sem explicações quando estava com ela.

Quando chegaram na cafeteria, Five foi o primeiro a entrar sendo seguido pela menina. Ambos se sentaram no balcão ao lado de um homem mais velho.

- O que os namoradinhos vão querer? Leite? - Agnes se virou para eles após atender o homem.

- Um café, puro. - respondeu Cinco sorrindo com certa raiva e sendo grosso com a mulher.

- O mesmo. - Elise disse mais educada vendo que a senhora ficou desconfortável.

Agnes saiu deixando os três sozinhos para pegar o café e então Elise olhou para número cinco cruzando os braços.

- Quando falaram que você era insensível não imaginei que era assim. - provocou o vendo olhar para si com uma sobrancelha arqueada.

- Então falaram que eu era insensível? Já era esperado do velho falar mal de mim pelas costas. - respondeu sem interesse.

- Eu ouvi muito de você. - disse simplista, só queria conversar com ele.

- Enquanto eu não sei nada de você, que tal me contar como conheceu Reginald e por que ele resolveu te adotar? - alfinetou enquanto pegava o café que Agnes trouxe, sem se dar o trabalho de agradecer.

Ele notou a feição de Elise mudar por segundos, estava nervosa ele deduziu.

- Eu morei em um orfanato até meus cinco anos, então quando fugi ele me encontrou e notou algo diferente em mim e resolveu me treinar. - Elise bebericou o café sem olhar nos olhos do irmão com receio de ele notar sua mentira.

Mas ele sabia, Five sabia que aquilo era uma resposta ensaiada que ela provavelmente repetiu várias vezes. Seu pai já havia feito isso com todos os outros, os ensinou respostas que deviam dar a repórteres após as missões.

- E por que ele se interessou tanto? - fingiu interesse.

- Eu consigo usar as sombras a meu favor. - ao ver que o menino estava confuso ela olhou para a sombra de sua xícara e fez que ela se materializasse em um pequeno disco redondo e entregou para o garoto.

- Materializa elas para que se transformem em algo sólido, consegue fazer qualquer coisa?

- Depende do quão claro estiver e quanto a sombra é grande, depende muito de situação pra situação. - deu de ombros e tomou alguns grandes goles de café sentindo sua garganta arder pelo líquido estar quente.

- Interessante. - murmurou a olhando com atenção.

- Já volto. - Elise se levantou deixando a caneca sobre o balcão e andou até o banheiro feminino nos fundos, suas mãos tremiam e sentia suor escorrer pela nuca por conta do nervosismo.

Assim que entrou conseguiu respirar fundo, colocou a mão sobre o peito sentindo o coração disparado e suspirou, mentiras não eram seu forte e agora teria que mentir não apenas para Cinco mas também para todos os Hargreeves que não a conheciam.

Elise tentando não pensar muito andou até a pia ligando a torneira e jogando um pouco de água no rosto, se sentia tão bem com o garoto mas por algum motivo se sentia ameaçada, não sabia nada sobre ele mas sentia que ele poderia quebrar seu pescoço a qualquer momento com uma simples pergunta errada que fizesse.

Enquanto isso do lado de fora Five via o caminhoneiro ir embora após oferecer para pagar os cafés dos adolescentes. Voltando a se sentar direito tomou o resto de seu café pacientemente, logo notando o barulho da porta se abrindo e pelo reflexo da pequena campainha de mesa encima da bancada viu quatro homens entrando que o fizeram suspirar.

- Não queremos brigar, a comissão quer falar com você. - disse um deles apontando a arma para o garoto, talvez ali tivesse dado a própria sentença de morte.

- Não tenho nada a falar com eles. - respondeu enquanto olhava para frente sem paciência alguma.

- Eu não quero ir pra casa com a consciência pesada por matar um adolescente. - falou o outro homem fazendo Five rir, o achando um idiota.

- Não me preocuparia com isso. - se levantou ainda de costas, e com agora menos paciência ainda por ser chamado de adolescente. - Não vai voltar para casa.

Os tiros começaram assim que ele se teleportou, seu primeiro alvo foi o homem que ousou lhe ameaçar, sem pensar duas vezes chutou suas costas quebrando sua coluna ao meio, quando tiros vieram em sua direção se teleportou para fora da lanchonete, mas quando voltou viu diante de seus olhos algo preto passar e acertar um dos homens o jogando para longe e fazendo que batesse a cabeça e morresse, olhou rápido na direção de onde aquilo veio e viu Elise já fora do banheiro, sombras saiam de sua mão como uma fumaça. Sem notar ela seria atacada por trás mas Five se teleportou quebrando o pescoço do Homem.

- Olhe a retaguarda. - Disse ele a olhando.

Elise apenas sorriu levemente enquanto matava o último homem o jogando com tentáculos negros sobre uma das mesas e quebrando sua cabeça na batida.
Cinco sorriu levemente, ela não era tão inútil quanto imaginou. Deixando ela de lado ele andou até um dos corpos no chão vendo um rastreador e suspirou se lembrando do chip em seu braço, andou até a bancada procurando uma faca ou algo afiado

- Aqui. - Disse Elise lhe estendendo uma faca negra que fez com seus poderes.

Sem dizer nada ele pegou e ergueu a manga da blusa cortando o braço, segurando o gemido de dor deixou a faca de lado e enfiou os dedos no corte tirando de lá um pequeno rastreador que piscavam em tons verdes.

- O que eles queriam com você? - perguntou a morena um pouco curiosa.

- Irrelevante. - murmurou ele suspirando e saindo deixando a garota para trás.

Ao notar que seria deixada, Elise correu atrás dele, o viu jogando o pequeno objeto no chão e entrando no carro.
Quando Cinco começou a dirigir, se sentiu incomodado com a menina lhe encarando então a olhou de canto logo voltando o olhar para a estrada.

- O que foi? - perguntou um pouco rude.

- Eu quero te ajudar. - Disse do nada arrancando um riso de deboche do mais velho. - Eu não sei o que aconteceu lá mas eu quero ajudar.

- Você só atrapalharia, não quero uma novata me atrapalhando.

- Eu não sou novata e posso te ajudar. - argumentou. - Caso eu atrapalhe mesmo, pode me mandar embora a qualquer momento - Novamente ela não teve resposta a fazendo suspirar baixo. - Eu só quero provar que não sou inútil.

O garoto notou a voz melancólica da menina e bufou baixo pensando um pouco, precisava ficar de olho nela de qualquer maneira então a ter por perto talvez não fosse tão ruim, sem emitir nenhum som apenas concordou com a cabeça, vendo de canto de olho a menina sorrir satisfeita e colocar o sinto de segurança.

- Não ache que fiz isso por simpatizar com você. - disse rude vendo que a garota nem ligou.

Continua....