My Queen - Number Five

Colors

Elise "pov"

Vi ele concordar e falar que logo voltava, se levantou e saiu logo, assim que a porta se fechou vi Five se virando para mim, ele estava tão acabado quanto eu.

- Você está bem? - perguntou franzindo as sobrancelhas, apenas fiz que não com a cabeça antes de começar a falar.

- Nunca mais saio pra beber com você, faz tempo que não tenho uma ressaca assim. - Murmuro um tanto envergonhada e o vejo sorrir levemente.

- Desculpe por ter... sabe... te feito escutar meu papo de bêbado ontem. - Falei sem graça vendo ele dar de ombros como se não ligasse muito. - E obrigada pelo que falou, foi fofo.

Notei suas bochechas ficarem levemente vermelhas e ele virar o rosto o que me fez rir, ele podia ser tão fofo e rabugento ao mesmo tempo!

- Elise. - Ouvi ele me chamar e apenas disse um "Sim?". - Já nos conhecemos antes?

Senti suas orbes azuis em mim novamente me fazendo se arrepiar e parei para pensar um pouco tentando não ficar nervosa com seu olhar.

- Acho que não. - Tento recordar de algo mas sinto uma pontada na cabeça e gemo de dor.

- Quando tenta recordar, sua cabeça doí. - Apontou ele e apenas concordei sem saber como ele sabia. - Está acontecendo comigo também. - Falou mais baixo.

Fico confusa por algum tempo, se nossas cabeças doíam por tentar lembrar de algo era porque tínhamos perdido uma memória, ou ela havia sido tirada da gente.

- Allison... - Susurro voltando a olhá-lo e vejo ele concordar com a cabeça. - Mas se ela fez isso, isso quer dizer que...

- Metade do que lembra, e metade do que eu lembro são só memórias implantadas pelo papai.

Arregalo os olhos sentindo um frio na barriga, se isso fosse real eu não saberia distinguir o quanto de meu passado era real, quero dizer, eu sei que tenho trinta anos, mas nunca parei para pensar o porquê de não sair com cinco anos do tubo de criogenia. Olhei para minhas mãos por alguns segundos. Por que eu não envelhecia? Quanto tempo eu tinha aquela idade?
Senti minha garganta fechar e comecei a ficar ofegante, senti meu coração bater mais rápido e meus olhos marejarem.
Minha vida foi uma mentira? Até que ponto tudo era verdade e até que ponto era mentira, todos os anos de tortura criogenada podiam ser falsos e cada segundo foi em vão.

Sentia as lágrimas caindo de meu rosto e tudo a minha volta pareceu não importar mais, apenas consegui recuperar o ar quando senti alguém me abraçar.

Pisquei algumas vezes e notei que meu rosto estava em seu peito agora, só consegui fechar os olhos e retribuir seu abraço e continuar chorando

- Não sei o que fizeram, mas vou te ajudar a descobrir. - Ouvi sua voz firme me passando confiança.

Concordei fechando os olhos levemente sentindo meu peito doer ainda, mas aos poucos consegui me acalmar, seu abraço era tão gostoso e finalmente me senti bem e consegui separar o abraço e secar as lágrimas.

- Eu acho que preciso de um ar. - Murmuro e vejo ele concordar com a cabeça. - Vou andando pra casa, nos falamos mais tarde?

Levantei arrumando as roupas e vi ele apenas levantar e ir pegar Dolores.

- Até mais tarde, My Queen. - Sorri com o apelido antes de sair dali.

Passsei pela academia saindo pela porta, o vento frio bateu em meu rosto me fazendo se arrepiar, ví Diego saindo com o carro e até pensei de pedir uma carona, mas ele não parecia que iria querer isso. Olho em volta vendo que não era um lugar tão vazio, então simplesmente sai andando a procura de um café.