My Queen - Number Five

Queen

Queen - Loren Gray

Autora "pov"

Reginald Hargreeves podia ser conhecido por muitas conquistas em sua vida, por sua fortuna, por sua inteligência ou por sua academia de super-humanos, mas naquela manhã fria e chuvosa seu nome estava nos jornais anunciando sua morte.

Se perguntassem a qualquer pessoa na rua o que sentim sobre a morte do bilionário, diriam que era melancólico, que sua morte era uma tragédia para todos, que esperavam que ele estivesse em um lugar melhor. Todos que diriam isso não conheciam Reginald, não conviveram com ele por mais de um minuto, nunca viram o que acontecia dentro da mansão da Umbrella Academy.

A chuva diminuía conforme a manhã se estendia, e aos poucos os irmãos que restavam chegavam para o enterro do pai, não importa qual deles fosse, a mesma sensação lhe invadia ao pisar na antiga casa, era algo amargo na boca, o coração se acelerava e memórias boas e ruins lhe enchiam os pensamentos - na maioria memórias ruins e dolorosas. Quem sentia tudo isso no momento era Vania, a última a chegar.

A mulher tinha as roupas um pouco molhadas e um guarda-chuva nas mãos, seus olhos percorriam por todo o saguão, vendo os quadros de família e livros nas estantes, entre tantos contos de Shakespeare e dicas de luta, ela encontrou o próprio livro, sua biografia.

- Seja bem vinda de volta, senhorita Vania. - disse Pogo ao ver a número sete.

A mulher não pode esconder um sorriso ao ver o chimpanzé a sua frente, andou até o velho amigo e o abraçou por alguns segundos em silêncio.

- Os outros já chegaram? - perguntou enquanto se  afastava um pouco para olhar nos olhos dele.

- Alguns chegaram na noite passada, outros está manhã. - foi breve antes de se afastar.

Vania suspirou se levantando e olhando na direção da estante onde sabia que o livro estava.

- Sabe se em algum momento ele leu? - perguntou com certa esperança na voz e brilho no olhar, mas ao ver Pogo acenar negativamente com a cabeça apenas se calou, não sabia por que ainda tinha esperanças.

Querendo deixar tudo aquilo de lado a número sete andou seguindo Pogo até a sala perto do pequeno bar, vendo seus irmãos discutindo, mas assim que a viram pararam imediatamente, um clima pesado se instalou na sala.

- Vania! - Allison chamou animada se afastando dos irmãos e indo até ela sorrindo, há muito não via a outra.

- Teve coragem de vir? - Diego falou rude cruzando os braços enquanto olhava para Vania com certo rancor no olhar.

- Ela tem tanto o direito como qualquer um. - defendeu Allison ficando ao lado da irmã sorrindo para ela,  arrancando um leve sorriso de canto da número sete.

- Podemos voltar ao ponto principal? - disse Luther chamando a atenção de todos.

Vania olhou confusa, apenas agora notando que ao meio deles havia uma adolescente de mais ou menos 15 anos, usava o uniforme da Umbrella, tinha longos cabelos negros e olhos que brilhavam de um tom rosa, sua pele era branca como papel e a garota tinha um sorriso simpático no rosto.

- Papai nunca comentou sobre uma número oito. - disse confusa olhando para Allison como se pedisse uma resposta.

- Eu sou um experimento falho, ele não quis espalhar isso. - respondeu ela pela primeira vez desde que Vania chegou.

- Experimento?

- Não diga isso, Elise. Seu pai se orgulhava de você. - disse Grace entrando na sala com uma bandeja cheia de bolacha cobertas com marshmallows derretidos.

- Papai me escondeu, tinha vergonha de mim. - falou se levantando do sofá e pegando algumas bolachas antes de voltar a se sentar. - Mas não quero falar sobre isso agora.

Os irmãos que discutiam antes, voltaram a conversar, a briga de antes era exatamente sobre a menina, e agora voltou a ser.

- Ele deve ter tido um motivo. - defendeu Luther novamente, acreditava que o pai não era tão ruim assim.

- Ele manteve mais uma criança em cativeiro! - Diego exclamou alto e com raiva.

A menina que antes estava gostando de ficar ali com os irmãos começou a se sentir incomodada com tantos gritos e brigas sobre si, então apenas levantou sem chamar atenção e saiu do cômodo levando alguns doces consigo para seu quarto.

Elise passou praticamente sua vida toda sozinha naquele quarto, quando não estava nele estava no dos irmãos explorando e tentando descobrir mais sobre cada um, seu passatempo era descobrir coisas sobre os outros sete, e era apenas aquilo sua diversão, dessa forma não se sentia sozinha, mas quando viu seus irmãos pela primeira vez algo em seu peito lhe fez feliz como se reencontrasse algo que perdeu há anos.