7 de outubro de 2019

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Matei o poeta
que vivia em mim.

Ele está sangrando
no chão da minha sala
dizendo que a morte
é mesmo tão bela
quanto nos seus sonhos
ele imaginava.

O seu sangue era tinta,
o carpete era a folha
sua alma, enfim,
eram palavras.

E no momento de sua morte,
o dito filme passou na sua cabeça.
E ele soube, então,
que não se arrependia
das suas escolhas.

Agora encontraria
Mario,
Drummond,
Bukowski
e companhia.

O dia da morte
do poeta que havia
em mim,
foi o dia
mais feliz
de sua vida.

Ele era, finalmente, poesia.

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