Meus demônios, aos poucos, estão indo embora.
No caminho, digo, talvez, que tenho encontrado outros.
Mas tudo bem. Depois de algum tempo, começamos a nos acostumar.
Hoje eu já consigo perceber o vento.
Sinto ele tocando meu corpo,
Igual ao sol, que purifica a planta que repousa na minha janela.
Talvez eu estivesse em delírio.
Me pergunto, volta e meia, o que é natural e o que é psíquico.
No fim, sempre concluo que somos todos vítimas do mesmo mal.
O resultado da incompreensão é a disforia.
Acredito que essa seja a maldição da existência humana:
todos vamos sofrer, de jeitos diferentes, por motivos diferentes, mas todos vamos sofrer.
Resta-nos escolher as menores dores.
Aquelas que saram com alguns copos de bebida ou são resolvidas com simples atitudes.
Os meus demônios hoje são menores do que ontem.
Os de amanhã serão ainda mais fracos.
No futuro, creio, com todo o respeito, que eu vá rir da cara deles.
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ONE VERSE
PoetryTodos os textos publicados na @02h32am, desde 9 de maio de 2019, até hoje.