Contato com os Pais

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Era domingo, da primeira semana de aulas, e Harry estava aproveitando um pouco o sol que ainda restava, pois sabia que logo o frio e a chuva começariam.

Ele pegou um dos lírios que cresciam perto do lago e o cheirou, não era uma planta muito comum na cidade, mesmo nos jardins das casas, entretanto sempre havia a achado uma flor excepcionalmente bela, não a mais bela, porém sua delicadeza quase a deixava no topo.

Após alguns minutos, o professor Snape parou ao seu lado e falou:

— Me siga, sr. Potter, o diretor gostaria de vê-lo.

Harry assentiu e o professor voltou para dentro do castelo, desta vez com o moreno o seguindo. O Potter não sabia qual exatamente era a relação do professor com sua família ou consigo, mas ele parecia odiá-lo e amá-lo ao mesmo tempo, de modo que deixava o julgamento guardado. Era bastante estranho, quando o garoto parava para pensar, mas não havia muito que pudesse fazer sobre isso no momento.

Snape o guiou até a estátua de uma gárgula e falou:

— Bombom de coco.

A estátua começou a subir, revelando uma escada em espiral na qual ambos entraram. Lá em cima havia uma espécie de hall, que dava para uma porta de madeira que fora entalhada de forma cuidadosa.

O professor bateu na porta e recebeu um: "Entre" como resposta. Assim que entrou o diretor falou:

— Obrigado, Severus.

O homem assentiu e saiu, Harry entrou na sala do diretor e percebeu que sua família estava lá, Lily estava sentada na direita com Alexy ao seu lado. Na esquerda estavam James e Fuyu. Alexy parecia bastante desconfortável ao lado da mãe, enquanto Fuyu, que tinha cerca de oito anos, apoiava a cabeça no ombro do pai, parecia prestes a cair no sono.

— Harry, meu garoto, por favor, sente-se. — O diretor falou, indicando a cadeira ainda livre.

— Eu prefiro que não use meu primeiro nome, Diretor Dumbledore, gostaria de manter nossa relação o mais escolar possível. — Harry respondeu enquanto se sentava. O homem pareceu meio abalado, mas continuou:

— Muito bem. Agora, quanto ao motivo de ter lhe chamado aqui, sua família quer conhecê-lo.

Harry olhou para os Potter, obviamente não culpava os irmãos, mas não aceitaria os adultos que o abandonaram na rua como seus pais. Então apenas encarou o diretor com um olhar vazio e falou:

— Sinto muito, senhor, mas eu não tenho família.

Ele pôde sentir o ar pesar na sala, todos pareciam surpresos, menos Alexy, que já esperava isso. A mulher pareceu cerrar os pulsos e trincar os dentes, enquanto James continuou da mesma forma de antes.

— Ora, seu ingrato! — Lily rosnou em sua direção.

— Sinto muito, Lady Potter, — Harry disse de forma educada, mantendo sempre a máscara de criança confusa e um pouco irritada — mas não entendo seu comentário. Por que eu seria ingrato ao não considerar minha família alguém que nunca conheci?

— Harry, — Dumbledore interrompeu, fazendo o garoto querer rosnar ao ouvir seu nome ser proferido como uma tentativa de forçar uma intimidade inexistente — não seja tão duro com eles, Lily e James tiveram seus motivos para...

— Diretor, sinto muito, mas eu não estou afim de ouvir um monte de desculpas esfarrapadas para o abandono, então, se me der licença, eu tenho mais o que fazer. — O moreno falou enquanto se levantava.

— Harry, eu ainda não lhe dispensei. — Dumbledore disse, dessa vez um pouco mais ríspido.

— Diretor, esta não é uma conversa acadêmica, portanto creio que você não tenha o direito de me manter aqui, você é meu diretor escolar e nada mais. 

A Vida Nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora