CAPÍTULO 30

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— Eu não me lembro. — confesso a ruiva que ainda me encara desconfiada.

— Que estranho, parece que eu já te vi antes, mas eu não consigo me lembrar de onde. — ela se afasta de mim e chama um cara barbado que está com um bebê no colo, parecido com ela. — Gregory, você se lembra dela?

— Não. Não me lembro não. Acho que é daqui da lanchonete mesmo, não? — ele realmente não parece me conhecer.

— Eu nunca tinha vindo aqui. Mas eu moro aqui mesmo em São Francisco. Meu nome é Kristin. — eu me apresento a eles.

— Kristin... — ela parece caçar em sua mente, encarando-me com esses olhos azuis, sem sequer piscar. — Que estranho.

Sinto minha não ser tocada.

— Kristin. Vamos. — chama Nathan.
Eu volto os olhos para a mulher ruiva e tento memorizar seu rosto.

— Então... Eu tenho que ir, mas, eu moro em São Francisco mesmo. Talvez se nos vermos novamente, podemos nos lembrar. Eu trago até uma foto. — digo a ela, pensando na foto que encontrei.

Agora eu quero muito saber se eu já estive aqui antes sozinha ou com aqueles dois que estão comigo na foto.

— Tudo bem. Meu nome é Hanna. Moro em Daly City, mas, estou passeando com meus filhos e meu marido aqui na cidade. Vamos voltar para casa amanhã bem cedo. — ela diz, ainda me olhando confusa.

Daly City é a cidade onde morei. Talvez ela realmente me conheça.

Eu olho para o seu marido que me encara espantado, tentando memorizar ao máximo os rostos dos quatro e volto os olhos pra ela.

— Ah, entendo. Prazer em conhecê-la, Hanna. Espero vê-la novamente. — almejo.

— Até logo. — ela diz e Nathan me leva.

Eu saio da lanchonete.

Parece que ficou mais frio do que antes aqui. Envolvo meus braços envolta de mim.

O celular do Nathan começa a vibrar no bolso da calça dele. Ele tira sua jaqueta e cobre meus ombros com ela.

— Espere-me em frente a minha moto que eu já vou. — ele me pede, indo atender a ligação.

— Ok. — eu vou até lá, enquanto Nathan vai pra outro canto com o seu celular.

— Alô? Mãe? — escuto sua voz se distanciando.

Agora eu estou indo até a sua moto estacionada.

O clima agora é instável, parece que vai chover a qualquer momento. Os raios que eram distantes agora já se pode ouvir.

Espero que ele volte antes de cair uma chuva.

Pelo menos temos os capacetes para não ficarmos tão encharcados.

Respiro fundo, adentrando meus braços nas mangas compridas da jaqueta dele que ficou um pouco maior em mim e envolvo meus braços envolta de mim novamente, tentando conter o frio mais intenso que surgiu por aqui com a neblina.

A Maré das LembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora