prologue: galaxies and black holes

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AVISO PARA POSSÍVEL GATILHO:

!! MENÇÃO de negligência parental !!

Se esse é um assunto sensível para você, tome cuidado ao ler esse capítulo ou, se preferir, evite lê-lo. Seu bem estar deve vir em primeiro lugar.


MÚSICA TEMA

Não há nada que eu pudesse dizer

Nenhuma canção que eu pudesse cantar

Para te fazer mudar de ideia

Nada pode preencher o espaço

Não pedirei para você ficar

Mas me deixe te perguntar uma coisa

Quando você deixou de me amar?

Out of Love - Alessia Cara


Boa leitura, estrelinhas!

Leiam as notas finais.


Park Jimin sempre sonhou com a paternidade.

Para alguns, esse sonho sequer é imaginado antes de construir uma família, ter estabilidade financeira e um emprego bem sucedido. Muitas vezes, nem mesmo com todas essas áreas bem estruturadas. 

Mas para ele, era. 

Tão sólido quando Marte, Vênus e Mercúrio juntos era a certeza de que seu futuro era a paternidade, por mais desafios que pudesse enfrentar em sua vida para que realizasse aquilo. Era seu destino e, ainda mais forte do que isso, sua escolha, então saberia que havia de acontecer, em algum momento.

O sentimento desabrochou em seu peito aos doze anos quando, pela primeira vez participou como voluntário no Abundant Life. A empresa de seus pais, muito conhecida entre os milionários de Los Angeles, havia acabado de passar por turbulências envolvendo o gerente geral de uma de suas maiores joalherias, que havia desviado dinheiro do interior do caixa diretamente para sua conta bancária. 

Isto, é claro, além de mais um dos inúmeros casos de sua mãe que, naquela época, tão desacreditada do pedido de divórcio informal vinda do próprio marido, não media esforços para ser discreta com seus affairs. 

Seu pai precisou fazer apenas duas ou mais ligações para se tornar, oficialmente, um dos voluntários e patrocinadores do orfanato no coração de Los Angeles. 

A participação ativa no orfanato não diluiu a imagem de sua futura ex-esposa saindo do carro de um dos seguranças com o sutiã de renda branco à mostra, lábios borrados no clássico batom roxo escuro e longos cabelos negros embaraçados da memória fotográfica da mídia, mas ajudou a apagar o fogaréu que as imagens haviam causado dentro da empresa em poucas semanas.

O prédio de tijolos alaranjados e aparência acolhedora na esquina da Jefferson Boulevard com a Quarta Avenida intrigou Jimin assim que ele botou os pés para fora do carro de luxo que o motorista particular de seus pais dirigia. Ele gravou em sua memória o edifício de quatro andares com árvores ressecadas nas calçadas, assim como gravou o nome de quase todas as crianças que conheceu naquele dia. 

Na época a ideia de ficar rodeado de crianças desconhecidas apenas para ajudar seu pai na boa reputação da empresa o deixou incomodado e, justamente por isso, decidiu apenas observar, assimilando tudo o que podia no curto período de tempo em que esteve presente naquele dia — seu pai tinha uma reunião importante com um investidor do outro lado da cidade e não podia perder seu tempo fora do trabalho.

Scintilla | jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora