POV Lucas
- E EU SOU O PAI DELA! - grita Caíque e escuto Bella arfar, e depois escuto um barulho estranho vindo das maquinas que estavam ligadas a ela. Olho para trás e tudo que vejo é uma linha reta e continua no visor da cabeceira.
Nessa hora, tudo para. Ninguém mais está perto de nós. Estamos só eu, Bella e aquele barulhinho que indicava que ela teve uma parada cardíaca.
Sinto uma mão agarrando meus ombros e me empurrando pra trás, e ai vinha visão periférica volta a funcionar.
Quem tinha me empurrado foi um médico, que estava com um aparelho de choques indo em direção a cama dela. Duas enfermeiras entraram no quarto também e tiraram todos de lá.
- Não! Bella! - gritava Violet enquanto Alex a carregava pela cintura para fora do quarto.
Sinto uma mão me puxando de novo, mas desta vez era Derek, que estava com o rosto molhado por lágrimas. Não tinha mais forças para lutar, contra nada nem niguém.
Chegamos a sala de espera e me escoro na parede, me sentando no chão. Abraço meus joelhos e encosto a cabeça na parede e começo a chorar.
Bella tinha tido uma parada cardíaca e eu não podia fazer nada para ajudá-la. Impotente. Era como eu estava me sentindo naquele momento.
Logo a raiva me consome. Olho para o lados procurando pelo professorzinho, mas ele sumiu. Covarde. Logo o médico que me empurrou no quarto sai pela porta de cabeça baixa. Ele parecia cansado.
- Sr. Rodrigues? - pergunta ele e me levanto.
- Sou eu - falo
- A Sra. Guerra teve uma parada cardíaca emocional. Algo aconteceu naquele quarto? - pergunta o médico
- O homem que entrou lá - falo sentindo mais uma lágrima sair pelo meu rosto - Ele desse que...
- Não precisa dizer o que ele falou se o Sr. não se sentir a vontade. Mas ele disse algo que abalou a Sra. Guerra a ponto de ela ter tido uma parada.
- So me fale se ela está bem - falo
- Sim. Ela está bem - ela fala e me sento no chão, sentindo que minhas pernas não aguentavam mais meu próprio peso - Conseguimos reanimá-la, mas terá que ficar de repouso. Ela está muito fraca e precisará passar esta noite sedada. Mas amanha ela já estará acordada.
Ela tinha conseguido. Tinha sobrevivido.
- Muito obrigado doutor - escuto Derek falar e me dá um tapinha no ombro. Depois me dá a mão e me apoio nela pra me levantar.
Ele me olha e o abraço. Ele retribui.
- Senhores? Gostariam de vê-la? - pergunta o médico - Mas podem ir apenas um de cada vez.
- Pode ir Lucas. Esperamos aqui - fala Derek.
Ando pelo corredor e entro naquele maldito quarto, pela segunda vez naquele dia. Olho pra Bella e ela dorme tranquilamente. Me sento na poltrona ao lado da cama de Bella e a observo. Depois de um tempo. Acabo dormindo ali mesmo.
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Acordo com uma dor insuportável na coluna. Olho para o lado, e vejo que Bella ainda dormia. Me levanto e estalo as costas. Ai. Olho para o monitor na cabeceira da cama dela e seus batimentos estão controlados.
- Bom dia dorminhoco - fala uma enfermeira, de aproximadamente 50 anos - Trouxe seu café da manha.
- Obrigado - falo a vento colocar a bandeja em uma mesinha ao lado da porta.
- Ela é muito bonita - fala a enfermeira, olhando para Bella - É sua namorada?
- Não - falo e dou um sorriso. Como eu queria que fosse - Amiga de infância.
- Desde quando a conhecem? - pergunta ela
- Desde que eu tínhamos 11 anos - falo acariciando os cabelos de Bella
- E quantos anos vocês tem agora?
- 16 - falo
- Você parece gostar muito dela - fala a enfermeira e congelo. Estava tão na cara assim? - Também né? Com uma amizade que dure 5 anos... Sempre quis ter uma amizade dessas.
Ela fala e suspiro. Ainda bem que essa amizade iria durar mais ainda... Não estava pronto para perder Bella.
- Hey, não se preocupe! Ela e forte. Vai sair dessa - falava a enfermeira.
- Eu sei que ela é forte. Eu sei - falei mais para mim do que para a enfermeira e escuto a porta se fechar atrás de mim.
Tudo que eu queria era acreditar nas palavras da enfermeira. E eu nem sabia o nome dela. Ela ia ficar bem. Bella ia sair dessa.
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A garota nova
RomanceVou começar do básico: me chamo Izabella Guerra, tenho 17 anos e sou de New Orleans, EUA. Moro com minha mãe, Joanna, com meu pai, Johnatan, e meu melhor amigo, Lucas. De uns meses pra cá, minha mãe cismou em me mandar pra um colégio interno lá na...