Guarda a Última Dança para mim foi um projeto que iniciei em Setembro de 2016, há quase 4 anos.
A razão pela qual demorou tanto tempo a chegar ao fim é a mesma que me levou a iniciar história: desafio pessoal. Quando comecei a escrever a história destes irmãos, odiava ler diários, quanto mais escrevê-los. Hoje, depois de tanto tempo, consigo dizer que já nutro indiferença por esta forma de escrita.
A ideia deste livro partiu de uma das minhas músicas favoritas de sempre e que dá nome ao próprio livro Save the last dance for me, de Michael Bublé. Como é a história tão triste destes dois irmãos teve origem numa música tão alegre e romântica?
Não faço ideia. O meu cérebro trabalha de forma muito misteriosa.
Para além disso, imaginei isto pela primeira vez há quatro anos. Não sei o que é que terá passado pela cabeça do meu eu de 16 anos. Contudo, se tiver de adivinhar, diria que foi uma imagem que ainda consigo imaginar na perfeição: a Diana e o Samuel no quarto de hospital, a partilhar a última dança da vida da pequena bailarina.
Deduzo que não haja melhor partida terrena do que uma nos braços de quem amamos (ou com recordações disso), envoltos em paz e na certeza que tudo irá chegar a um pacifico fim. É assim que imagino que tenha sido a morte de Diana.
Quanto à doença dela: apesar de ter morrido de uma pneumonia, ela sofria de talassémia, uma doença sanguínea que, no geral, torna os glóbulos vermelhos do seu portador mais pequenos do que os normais. Nos casos mais leves — na talassémia minor — o doente não tem grandes efeitos secundários para além de possível fadiga precoce durante atividades físicas e baixo nível de hemoglobina no sangue. É uma condição que eu e o Samuel, assim como os pais biológicos dele, partilhamos.
A versão mais grave da doença — talassémia major — corresponde à variante que geralmente se manifesta quando ambos os pais da criança têm talassémia minor e que, entre outras complicações, dá uma esperança média de vida de apenas 30 anos. A Diana morreu ainda adolescente porque o seu sistema imunitário estava já enfraquecido pela sua doença quando a pneumonia se instalou.
Durante os primeiros dois anos desta aventura, dois anos e meio, não fazia ideia de qual a doença de que Diana sofria, apesar de saber desde o primeiro instante que ela não iria sobreviver. Foi só numa altura mais avançada da história que decidi colocar um pouco mais de mim neste livro, e dar a conhecer uma doença bastante comum no sul da Europa mas que nunca vi retratada nos livros.
Sim, os pais destes dois irmãos têm ascendência no sul da Europa. Tirando isso e a nacionalidade que poderá ser associada aos nomes das personagens, não quis restringir o cenário das ações descrita a um país específico. Imagina o enredo a decorrer onde te apetecer.
Apesar da morte de Diana e da atmosfera pesada e triste deste livro, espero sinceramente que tenhas gostado da leitura. Foi um projeto muito importante para mim, não só a nível pessoal como de escrita, que dou agora por oficialmente terminado.
Em princípio, o Samuel e a família não vão voltar a aparecer em mais nenhuma ocasião.
Espero que me perdoes por qualquer coisa que te possa ter feito ou causado inadvertidamente.
Sinceramente grata pelos votos, comentários e tempo despendidos nesta leitura,
Lena
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Guarda a última dança para mim ✔
Ficción GeneralSam nunca acreditou em diários, nem no poder de passar para o papel os seus pensamentos e emoções. Isto, até começar a perder a sua irmã mais nova ao poucos. Sem ter ninguém com quem falar sobre o que lhe pesa nos ombros e na alma, ele decide abrir...