Capítulo 30

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"Eu sonhei com uma mulher
De olhos castanhos
Seu pai a ensinou tudo
Ela me trouxe pra vida
E só tem uma coisa que eu preciso saber
Você estaria aí de manhã
Você ficaria aqui do pôr do sol ao amanhecer?"

UM ANO DEPOIS...

Joshua ainda estava dormindo. Enquanto eu brincava com aquele anel em minha mão, pensava se existia alguma coisa que me fizesse mais feliz do que ter algo tão precioso ao meu lado. A resposta era bem clara quando eu o encarava, sorrindo. Suspirar de alívio foi tudo o que consegui fazer depois de ter checado que não era um sonho tão inalcançável ser a menina mais feliz do mundo. Depois de dias revivendo essa cena, acordar e olhá-lo ainda era uma das minhas coisas favoritas. O mundo foi feito para ser assim.

Sentei, e enrolei o cabelo em um coque. Levantei os braços, e bocejei. Quando calcei o par de pantufas ao lado da cama, senti até o último fio de cabelo arrepiar. Ele desenroscou-se do cobertor, e sorriu.

— Oh, lá em casa! — seu humor irônico matinal era alegre, combinava com o meu.

— Você é ridículo — balancei a cabeça, sendo puxada para um abraço.

Ele resolveu me encarar por uns segundos, e logo inclinou a cabeça. Um pouco de sua atenção estava presa na janela do quarto, o que me fez ficar um pouco confusa pelo que devia estar pretendendo.

— Estive pensando há quanto tempo você não come sorvete... — seu olhar voltou em minha direção.

— Sério? — sorri, de repente.

Aproximei-me um pouco mais, ficando de frente.

— Você quer? — assenti.

Fingi pensar, voltando à atenção para Jeyke.

— Pega ali, por favor — cochichei, enquanto estava numa tentativa quase boa de não acordar Jeyke.

— Olha quem acordou... — Joshua o envolveu num abraço tão forte, que eu gargalhei.

Assim que se viraram, fui surpreendida por um abraço dos dois. Enquanto Josh me abraçou um pouco mais forte, Jeyke se adentrou em um buraco que o permitisse, assim, um caminho fácil para a sua alimentação.

Foi quando então, semicerrei os olhos e balancei a cabeça em um tempo recorde, uma das alças de minha blusa estavam na metade de meu braço, e um seio na boca de Jeyke. Ele soltou uma gargalhada daquelas ao ver minha indignação, e então continuou mamando.

— Pare de ser bobo! — dei uma tapa em sua mão que corria pelo meu outro seio desocupado.

— Ma-mãe — pronunciou Jeyke, enquanto suas mãos corriam até meus ombros.

Joshua cruzou os braços, uma breve ironia tomava conta dele.

— Eu esperava uma divisão de bens mais justa! — afirmou, ironizando.

— E você... fica lindo com ciúmes...

Ele me deu língua, mas logo depois um beijo.

— Lembra que eu lhe disse que tinha algo a mostrar? — perguntou, animado.

— Claro. Quando eu vou poder ver?

— Você vai poder ouvir agora.

— Ouvir? — perguntei.

Ele fez com que eu levantasse junto, e fosse até o outro quarto onde tinha o piano. Joshua sentou no pequeno banquinho que havia ali de frente e começou a tocar. Desconcentrei-me, assim que ouvi a suave nota que começou a invadir meus sentidos.

Would my love still be good for you?Onde histórias criam vida. Descubra agora