Capítulo 29

172 12 0
                                    


"Quando eu olho para você
Eu vejo o perdão
Eu vejo a verdade
Você me ama por quem eu sou
Como as estrelas seguram a lua"

Fui tomada por uma animação grandiosa. Meus olhos nunca viram tal vista como aquela. Com a assimetria daquele espaço, encolhi meus ombros e me senti uma coisa pequena recheada de sorte. Talvez, uma princesa. Sei que as meninas teriam gostado dessa imagem: um céu estrelado, um mar cinza e aquele ar intelectual que poderia ser facilmente acompanhado de um chocolate quente com conversas estonteantes.

Enfim, junto ao mar, onde Deus está em toda parte, lentamente fui desacelerando o passo. Continuei olhando o céu. Por conseguinte, as nuvens eram cobertas por uma luz azul radiante igual aos olhos de Josh. Tive a sensação de que ele próprio tinha pintado a nuvem. Você o amará. Para sempre. Para sempre e depois. Essas palavras circundavam em minha mente, em algum momento eu deixara de sorrir por isso. Eu acreditava nelas. Não me surpreenderia se algum dia visse um céu pintado por sua mão, afinal, ele sempre fez questão de investir em seu mundo.

E muito antes dele mesmo, sempre deixara claro que seu mundo era eu.

Entendi que toda relação é sobre um encontro comigo mesma, para depois entender que posso fazer o mesmo com outro alguém. Amar como se não houvesse amanhã. Era isso o que eu pretendia fazer até o final da minha vida porque amava a pessoa que me tornava quando estava com ele; a empolgação ao me contar sobre o dia por mais que passássemos juntos; o sorriso segurado quando via uma coisa engraçada na rua e não podia transparecer; as piadas internas e todos os segredos, medos que compartilhávamos... e por fim, todas as coisas que eram vividas mas tampouco foram capazes de ser escritas.

— Achei que você precisava ver isso — seus olhos estavam recobertos de felicidade. Ele me puxou para perto, de forma que pudéssemos caminhar juntos até o palanque privado antes da praia.

Por causa da altura, ele me pegou no colo e subiu as escadas. Seus músculos sequer tremiam com o meu peso, de fato parecia que ele carregara um papel. Sua mão ia de encontro com a parte traseira das minhas coxas, e meus braços cercavam o seu pescoço. Dei um último sorrisinho e ajeitei o vestido quando por fim, ele me pôs no chão. Endireitei o corpo e ofereci um sorriso simpático para um garçom.

— Fiquem à vontade — disse o garçom, fazendo uma reverência ensaiada. — Estarei aqui à disposição de vocês para o que quiserem.

Joshua ofereceu a mão para me ajudar. Assim que sentei, retribui a reverência e o garçom sorriu.

— Obrigada! — ajeitei o cabelo com cuidado. Josh aproveitou para cumprimentá-lo também, dando um abraço informal e uma batidinha de peito.

— Por nada. Com licença! — ele recuou, ainda oferecendo um sorriso simpático.

Assim que ele sentou de frente para mim, encarou meu olhar por três segundos.

— Nervosa? — confirmei com a cabeça.

Meu rosto revelou a apreensão, eu realmente levava encontros a sério. Principalmente, porque os últimos que havíamos planejado nunca aconteciam ou éramos impedidos.

— Bom, acho que um pouquinho — afirmei, endireitando o corpo na cadeira. — Você sabe, da última vez que planejamos um encontro, esquecemos — sorri entre as palavras — e também, você sabe...

Pensei por um instante. Josh foi um pouco mais rápido e continuou:

— São muito importantes para você — sorriu pela minha expressão assustada. — É lógico que eu sei disso.

Would my love still be good for you?Onde histórias criam vida. Descubra agora